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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

03
Set09

PAS(S)ODOBLE

shark

Passos que se dão, decisões que são tomadas em função das circunstâncias e ao sabor das conveniências de quem pretenda caminhar e precise avançar na melhor direcção.

Passos que se dão, alguns bem ponderados e outros que talvez não. Precipitados, na maioria, por a vida não nos permitir sequer pensar nas escolhas impossíveis que se convertem em dilemas terríveis para enfrentar.

 

Relativos, afinal, depois de passado o tempo, depois de esgotado o momento ao dispor para se corrigirem as asneiras ou apenas evitar as cenas foleiras que possam derivar de um conflito de interesses qualquer, daqueles que a vida requer se não aceitarmos o conformismo ou a resignação como hipóteses.

Passos que se dão, atitudes, a escolha entre mentiras e verdades que disfarçam os escolhos no caminho ou antes os expõem na sua condição.

Determinantes, decisivos, nunca serão passos perdidos se reflectirem a razão ou espelharem o coração tal e qual ele se revelar.

São passos que temos a dar ao longo do percurso que definimos por entre os rumos que o vento do acaso nos soprar.

 

Passos que se dão, necessários. Nem sempre os mesmos porque são vários os impulsos que os orientam, as emoções que se sintam, correria, as obrigações que implicam em demasia a cedência aos passos trocados pelas voltas que a vida dá.

São passos que queremos dar já, mas não podemos. E é em vão que adiamos as rupturas inevitáveis, os passos inadiáveis no sentido de resolver, obrigatório, mesmo um problema transitório que possa implicar uma passada em sentido único para a nossa degradação interior.

Às vezes são passos que se dão por amor ou, paradoxal, se abdicam pelo mesmo sinal do código desta estrada da vida que por vezes nos impõe uma causa perdida pela qual temos que lutar com a máxima determinação.

 

Passos que se dão pelas mais variadas motivações, por entre os espaços que o destino nos franqueia em matéria de opções e parece uma excelente ideia tudo quanto não implique parar como o tempo cedo ou tarde acabará por impor.

 

São os passos que precisamos dar.

Mesmo perante o risco constante de tropeçar.

02
Set09

CRISE DE IDENTIDADE

shark

Meio milhão de desempregados e muita gente a viver abaixo do limiar da pobreza não permitem escamotear a realidade da crise financeira, pelo menos para parte da população.

Contudo, o Algarve esteve cheio de portugueses, tal como o litoral alentejano. E os centros comerciais por todo o país continuam movimentados e não se vêem lojas fechadas aos magotes. E eu interrogo-me sobre a verdadeira dimensão desta crise em Portugal, mesmo tendo visto os meus rendimentos reduzidos a metade em cerca de dois anos. Porquê?

 

A resposta mais clara a este meu aparente cepticismo encontro-a nas descrições dos mais velhos, da geração anterior à minha, acerca do que era a realidade da classe média no tempo em que as crises não existiam com esse nome mas eu, ainda puto na altura, recordo quando os ouço esses dias em que poucos casais conseguiam alugar um T2 sem ser a meias ou repartindo a casa com um hóspede. E não me consta que hoje, mesmo entre as famílias em risco de perderem as casas por não honrarem as respectivas hipotecas, o fenómeno dos hóspedes esteja a popularizar-se de novo, tal como continuo a ver engarrafamentos por todo o lado e muitos transportes públicos quase às moscas. É uma crise estranha, esta.

 

De repente parece que o mundo (financeiro) nos desabou em cima e que toda a gente vai dormir debaixo de uma ponte não tarda, mas afinal não vejo fecharem boutiques às carradas por a malta se governar com os trapinhos arranjados pela modista, tal como não vejo os restaurantes falidos por todo o lado mesmo sob os efeitos conjugados da tal crise com os da deserção daqueles que, como eu, fumam e cumprem a legislação com a ausência desses locais. E vejo matrículas recentes nas estradas, recordando os poucos chassos que circulavam no tempo em que não se falava em crises mas as pessoas viam-se gregas para juntarem dinheiro (dantes tinham hábitos estranhos, não é?) para um automóvel, e agora os estacionamentos cheios de carros que já não cabem na garagem das (muitas) famílias com mais do que uma viatura.

 

Depois hesito em olhar para os efeitos da crise na malta como uma aflição sincera mas mais como um reflexo da falta do espírito de sacrifício que as gerações anteriores aprenderam a incluir na sua forma de estar na vida. Não falo de fora, sou parte da malta e estou a pagar o preço dessa lacuna. E não tendo nascido em berço de ouro também não precisei de interiorizar essa humildade, essa necessidade que levava casais em lua-de-mel a partilharem o espaço nas salas de estar/jantar (na época era um luxo ter uma para cada função) com outros casais instalados por detrás de um biombo, num sofá-cama ou num divã. Por isso me soa estranha esta crise.

 

A malta como eu, da geração cofidis, chora-se e refila. Mas não são as lojas de penhores que têm filas à porta...

02
Set09

NUNCA MAIS OS OUVI FALAREM DA LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS LEVES, POR EXEMPLO

shark

É impressão minha ou o Bloco de Esquerda está progressivamente a perder a piada e a tornar-se numa opção igual às outras, tirando um ou outro laivo da irreverência que o forever young do seu forever líder ainda é capaz?

É que as propostas do BE são cada vez mais iguais às dos outros e quando não o são consistem em disparates sem nexo nem aplicação prática.

 

Para além de que o partido mais modernaço da política nacional apresenta sempre as mesmas caras de há uns anos a esta parte e as mais bonitas que tem para mostrar parecem algo arredadas do topo da cadeia alimentar...

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