SIM, ISTO É MESMO UMA GANDA BOCA
Ninguém vai conseguir explicar-me como é que não existe um único canal de televisão a oferecer fortunas pela pivô do telejornal com maiores audiências e que entretanto ficou tão disponível...
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Ninguém vai conseguir explicar-me como é que não existe um único canal de televisão a oferecer fortunas pela pivô do telejornal com maiores audiências e que entretanto ficou tão disponível...
Há fases em que tenho dificuldade em entender a minha utilidade nas existências alheias.
De acordo com a Reuters, a Polónia acaba de tornar obrigatória a castração química, após cumprimento das respectivas penas de prisão, para todos os pedófilos autores da violação de crianças com menos de 15 anos de idade.
Para contrapor os queixumes dos defensores dos direitos humanos(?), o PM polaco foi claro, afirmando que criaturas assim são degenerados a quem não se pode aplicar de todo a expressão humanos.
Acho que nem preciso de vos maçar com a minha opinião acerca desta sensacional medida legislativa.
Foto: Shark
Subiu os degraus com a ânsia de um náufrago em busca de terra firme. Ofegante, premiu a campainha da porta e saboreou o que o esperava por antecipação, cada segundo uma eternidade, cada demora um acrescento na saudade que o exauria no equilíbrio emocional.
Mas quando ela abriu a porta, sorveu-lhe o sorriso com os olhos, sequioso, e depois mergulhou no paraíso quando os lábios dela se colaram aos seus.
Como não me canso de referir, de política não percebo nada e sou mais versado em futebol que até costuma dar outro pano para mangas nas conversas de tasca (que começa a ser o local mais apropriado para falar de política em Portugal).
Contudo, o tema é incontornável quando se vive um ciclo infernal de sufrágios para esmiúçar e custa deixar a análise destas coisas na blogosfera apenas aos entendidos da coisa que, na prática, ou complicam até não se perceber um boi do que querem dizer ou dizem coisas tão imprecisas que até um leigo as distingue nessa condição.
E por isso mesmo existe uma quota de mercado para os bitaites dos cidadãos anónimos como eu, gente capaz de peneirar à superfície mas sem a profundidade dos raciocínios que por aí encontrei neste dia de ressaca eleitoral.
Pego precisamente pela expressão ressaca (somando-a à expressão tasca, mais acima) para dar o tom a esta posta acerca da política em Portugal e de como ela acaba por parecer talhada para promover a abstenção, feita da forma foleira como se vê.
Não tenho pretensões de analista, pelo que os meus considerandos acerca destas coisas passam mais pela percepção que tenho e vejo reflectida no discurso do povo como eu, que vagueia nestas questões da democracia sem saber muito bem o que pensar do estado de coisas mas com a nítida sensação de que há algo de (muito) podre no reino e de que o futuro da democracia não é tão brilhante como os sorrisos de vitória “extraordinária” de Sócrates ou a disfarçar uma postura deselegante como a de Louçã tentam pintar.
Ganhou quem ganhou de facto, mas perdemos todos com a mediocridade de uma campanha marcada por rumores de espionagem, comboios na paisagem e a personalização da luta partidária que confirma a agonia do combate pela ideologia que Abril nos facultou.
E agora seguimos para bingo com as autárquicas, nas quais se multiplicam os candidatos mas, por tradição, desce-se ainda mais a fasquia do bom senso. É cansativo para o cidadão, para o eleitor comum, ver isto da política reduzido à luta de galos na disputa de um poleiro, à bicada. Cansativo e desmotivador, pois não é fácil identificarmo-nos com os cromos que nos tocaram como líderes potenciais nesta fase da história e assim torna-se difícil comprarmos as suas guerras para inglês ver, soando ainda menos genuínas do que as da bola que cada vez mais rola fora dos relvados e torna a verdade desportiva ainda menos credível do que a animosidade de fachada entre os filhos de uma mesma mãe que a todos alimenta por igual.
O problema é que na bola uma pessoa ainda pode alimentar a ilusão de que a sorte e o azar podem fazer toda a diferença no resultado final da partida, mesmo com o árbitro a tentar influenciar a coisa.
Mas na política, esse jogo com regras cada vez mais confusas e situações cada vez mais disparatadas, ficamos sempre com a estranha sensação de que ganhe quem ganhar e mande quem mandar acabamos sempre por perder todos, menos os figurões que a protagonizam.
Foto: Shark
Tudo indica que apenas o CDS/PP poderá reclamar uma efectiva vitória, sem sombra ou mácula.
O PS ganhou. Mas perdeu a maioria absoluta.
A CDU ganhou como sempre. Mas tudo indica que até no seu derradeiro bastião perdeu.
O Bloco de Esquerda ultrapassou o meio milhão (o que é notável para um conjunto de partidos que enquanto separados só conseguiram eleger um deputado, mas (tudo indica) ficará atrás do CDS/PP.
E o PSD bem pode ir preparando o saco para lá enfiar os gatos...
Não ganhamos o campeonato, nem a taça de portugal, nem mesmo a taça da liga ou um ou outro torneiozito de Verão, mas continuamos a disputar todos os troféus com o mesmo empenho de sempre, pelos interesses dos trabalhadores, pela melhoria da condições de vida das camadas mais desfavorecidas da população, pela (...)
Invocando o ciclo de três eleições (duas já lá vão) para se aguentar até ver.
E nisso faz-me lembrar os treinadores do Benfica e do Sporting que perdem os títulos a sério e tentam agarrar-se às vitórias pontuais nas competições secundárias.
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