ELDORADO
O som da rebentação das ondas na areia e da azáfama das gaivotas no regresso ao pouso no qual descansam.
A luz do sol no mar, reflectindo um ocaso daqueles que nos enfeitiçam.
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O som da rebentação das ondas na areia e da azáfama das gaivotas no regresso ao pouso no qual descansam.
A luz do sol no mar, reflectindo um ocaso daqueles que nos enfeitiçam.
São o pão meu de cada dia.
Foto: Shark
Na guerra como no amor, perseguir um desertor com um exército de arqueiros alados, anjinhos fardados que conquistam territórios no interior de pessoas, as almas rendidas, num campo de batalha estendidas com amor a valer, beijos feitos granadas na explosão dos corpos a foder como se estivessem a combater a morte com a sua mais evidente negação.
O outro, o inimigo, que se esconde no mato crescido de um púbis do qual alguém se apropriou no momento em que se apaixonou, alta traição ao estipulado na tradição e na cultura proibicionista que odeia o amor contrabandista e a liberdade excessiva que para eles representa, conservadores, cheios de recalcamentos e de pudores, os seus tormentos, que incutem à força de uma espada imaginária uma versão correcta da História de cada um como a querem ver escrita, sem amantes secretos na penumbra, sem gritos constantes de um prazer que quase conseguem eliminar nos que derrotam, gozo em demasia, a bomba que explodia nas suas mentes castradoras lançada para o meio dos pecadores que desbundam os seus amores para lá da fronteira aceitável, marginal, censurável, o lado de lá, de fora das suas directrizes principais, as meretrizes divinais pela socapa, o nojo que lhes provoca essa tentação avassaladora que se revela tão destruidora do amor próprio como aquele, o dos outros, que tanto repugna pela sua intensidade incompreensível para os generais do poder sacrossanto que bombardeiam a todo o tempo o temido invasor, o tesão de um amor espontâneo ou de um desejo instantâneo entre pessoas normais que não abraçam os ideais moribundos mas sim os corpos deitados para os receber.
Metralhadoras de palavras disparadas a partir de escrituras adulteradas na interpretação, balas de canhão, forjadas no mesmo ferro em brasa com que gravam na carne nua os ditâmes de uma monogamia forçada, imposta, pela força de uma espada imaginária que rasga de alto a baixo a liberdade de escolha de quem a queira defender, o pecado que não podem tolerar sob pena de se perder a guerra contra essa força que não se agarra quando deixada à solta, essa loucura que tanta dor provoca nos mais sossegados, os que vêem os seus valores invertidos em tamanha bizarria como o horror da sodomia e o terrorismo oral na zona genital, insanidade nojenta na sua concepção bafienta de um amor como ele deve ser, um homem que procria com uma mulher assexuada, a sua primeira e única namorada oficial e ninguém pode levar a mal que se divirta com outras, garanhão, para libertar sem medos o tesão que lhe resta depois de filtrado por uma cabeça em estado quase vegetal. Esse impulso animal descabido que se apodera de um homem tentado pelas forças demoníacas que urge derrotar, bandidagem, os que se dedicam à libertinagem chocante e à busca de qualquer amor diferente na prática do que programaram na sua estrutura robótica de seguidores da virtude apregoada mas cingida ao que se conta e ao que se diz.
As armas de uma tropa recrutada de entre os escombros de uma humanidade castrada, (des)necessariamente infeliz.
O último dos irmãos Kennedy não morreu vítima de homicídio, como tudo indica ter acontecido ao Michael Jackson.
- Cavalo das brancas, podes explicar-me porque é que o teu Rei tem ao lado dele aquele cubo com pontinhos?
- Eu não tenho bem a certeza, Bispo das pretas, mas ouvi dizer que Sua Alteza o comprou porque gosta de acreditar na vitória como um dado adquirido...
Tenho andado a debruçar-me acerca das alternativas aos partidos com representação parlamentar e apenas uma prendeu a minha atenção: o MMS, Movimento Mérito e Sociedade.
Embora seja cedo para fazer a apologia das várias "comunhões" entre coisas que aqui tenho defendido e as que ornamentam o discurso institucional e (assim o espero) a prática do MMS, não posso deixar de vos recomendar uma vista de olhos no material existente no linque que forneço acima.
Mal não vos faz...
Foto: Shark
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O panfleto acima, chamemos-lhe assim, foi o primeiro sinal da campanha autárquica na vila de Moscavide. Sim, está identificado como sendo da autoria do PSD local.
E permite antever a elevação do combate ideológico que nos aguarda aqui como, presumo, no resto do país...
Confesso que me custou a acreditar que o maior partido da oposição chegasse a este ponto. Por muito sensibilizado que fique com a poupança implícita no recurso a fotocópias enfiadas nas caixas de correio, essa bonomia esgota-se na confrontação com o conteúdo desta absurda forma de abordar o eleitorado potencial.
O PSD Moscavide, aparentemente convicto da acefalia dos eleitores desta vila, opta pela citação de declarações de um comerciante publicadas em Abril de 2008(!) para ilustrar a intenção laranja de, atrevo-me a presumir, agitar o papão da segurança como mote da sua campanha nesta localidade...
É paupérrimo, é indigno e é confrangedor receber algo assim como indicador do calibre das forças políticas que disputarão a gestão dos destinos de uma vila colada à capital do país.
E se diz bem do estado a que o PSD está a deixar chegar as suas estruturas locais, assusta-me no que isso pode implicar em maior escala se os laranjas conseguirem chegar ao poder nas próximas legislativas.
Nem sempre conseguimos discernir, por entre o nevoeiro das emoções, aquilo que é mais lógico e razoável em dadas circunstâncias.
Fazemos asneira, impulsivos (os que o são), e vivemos com as consequências.
O pior é que acabamos por arrastar aqueles de quem gostamos para o centro da confusão que fazemos enquanto andamos às apalpadelas em torno das imagens com contornos mal definidos dos excessos cometidos pelas formas mais intensas de sentir. Deixamos de saber pensar.
E isso é sempre uma porra.
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