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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

27
Jul09

DIZIA EU QUE...

shark

Chove muito lá fora. Nomeadamente na terra do Gengis Khan, onde enfrentam as maiores inundações dos últimos quarenta anos.

Por outro lado, na bacia do Mediterrâneo e sobretudo na Grécia (48 graus em Atenas! Para quem conhece Atenas, o inferno desenha-se com facilidade e entende-se a debandada para as ilhas...), o calor ultrapassa os limites do razoável e países como a Espanha ou a Itália ardem a bom arder.

 

E assim se começa uma semana a falar do tempo, que em tempo de férias chega e sobra para nos entretermos na palheta.

Desejo-vos uma semana agradável.

25
Jul09

A POSTA NUM LIVRO ABERTO

shark

Sou um dado tão adquirido como aqueles de jogar. Tanto me pode dar para a calma e a para a boa disposição como ficar virada para cima a face mais inesperada em dada altura. A mais pequena coisinha pode fazer toda a diferença e há detalhes insignificantes para os outros que têm em mim o impacto de uma descomunal desconsideração.

E não existe qualquer excepção a esta face da minha natureza imprevisível, sou mesmo um gajo impossível de prever nas reacções quando chego às piores conclusões ou algo me cai na fraqueza.

 

Ninguém me afirme certo, garantido, na mão. Basta sentir-me esquecido, ignorado, de alguma forma menosprezado e fica de imediato sem cavilha a granada que poderá estilhaçar as certezas seja a quem for. Sou assim na amizade como no amor e não faço a festa por essa constatação que, se me garante de forma teórica o cuidado por parte de quem me aceite como sou é igualmente eficaz do ponto de vista da minha solidão futura quase garantida por quebra da paciência de quem a dedique a essa tarefa espinhosa de me suportar.

O fenómeno não se faz sentir apenas nas minhas relações em curso mas também nas que nem chegam a começar, precisamente por constatar o excesso de confiança, que entendo como um sinal futuro de desleixo na manutenção do nível de emoção e de presença.

 

É uma tarefa digna de titãs, manter controlada a minha irrequietude, a embirração e a picardia, o mau feitio, a inegável propensão para fugir de quem possa sentir como indiferente à necessidade absoluta de me mimar, de me estimar, de me amar de forma quase incondicional a todo o tempo, se me quiser.

É insuportável, visto assim. Bem o sei. E por isso dou de mim em troca, tudo quanto me ocorra, tudo quanto saiba e consiga oferecer para no fundo combater a saturação que pessoas como eu conseguem inspirar nos outros com a facilidade com que se jogam sobre a mesa os tais dados de jogar que afinal só possuem seis faces possíveis de calhar.

 

A parada é muito elevada quando a jogo estão as que eu sou capaz de exibir, tão versátil me revelo na tendência para disparatar.

24
Jul09

SAUDADES DO MEU CÃO

shark

Sempre acreditei na amizade como algo de superior, uma derivação do amor capaz de beber muito do que o caracteriza. A intensidade, a confiança, a verdade, a força, quase toda a essência de uma paixão perfeita. Um amigo a sério seria sempre um irmão para mim, algo que jamais funcionará no vice-versa, e por isso constituiria uma referência em aspectos de suma importância para um gajo de extremos como eu.

A um amigo desses, impossíveis, confiaria uma amada nua sem hesitar e jamais me passaria pela cabeça suspeitar algum tipo de cobiça pois a vida ensinou-me que sou homem para oferecer o mesmo tipo de garantia e sei por experiência própria que não é demagogia. Nunca cedi a tentações (nem as toleraria) que envolvessem a companheira de qualquer amigo meu, mesmo apenas um conhecido mais próximo, pois tive sempre em mente que existem cerca de três biliões de mulheres no planeta e não seria certamente aquela a fazer-me imensa falta.

E porque prezo e cultivo o pouco que consigo defender do homem de bem que sonhei um dia tornar-me.

 

Naturalmente, uma pessoa cresce e aprende. Aprende a lição que destroça o coração quando percebemos esse arquétipo como uma utopia, pois se é verdade que nem sempre conseguimos ultrapassar um desgosto de amor é ainda mais verdade que uma desilusão profunda na amizade tem impacto no futuro da nossa permeabilidade ao mesmo tipo de emoção.

A confiança, um bem precioso, constitui um pilar de qualquer relação digna desse nome e qualquer pessoa descobre ou intui o efeito corrosivo da sua perda. À dor subsequente sucedem-se o medo de arriscar, o isolamento inerente e por fim algo parecido com uma desistência.

 

Uma das conclusões que inevitavelmente tiramos quando perdemos a fé nos outros é a de que o problema estará em nós. Demasiado exigentes, demasiado arrogantes, demasiado qualquer coisa que nos ofereça uma explicação para o que dificilmente conseguimos entender quando nos confundem as certezas, acabamos por acrescentar à falta de vontade de tentar aquilo que definimos como as nossas imperfeições. E depois dessa etapa pouco há a fazer e nem nos permitimos a esperança, preferimos abdicar e deixamos cair todas as veleidades nessa vertente que sempre julguei determinante para uma felicidade em condições.

Não se trata de decisões, mas apenas de uma reacção defensiva para que em nós sobreviva pelo menos a crença nesse padrão do que consideramos a perfeição quando a palavra amigo nos enche a boca.

 

Há muito a minha não alberga tal expressão, tamanha a dimensão das evidências, tamanhas as discrepâncias entre o delírio das convicções exageradas e a realidade das relações possíveis.

Nenhum homem que conheço possui esse estatuto superior que, valendo o que vale (e a medida dessa valia está naquilo de que eu próprio sou capaz na pele do amigo verdadeiro), no meu caso concreto equivale provavelmente ao estatuto que atribuo a um grande amor. Não me permito esse tipo de devaneio, tanto pela falta de fé nos outros como em mim próprio no que concerne à capacidade, à dedicação e mesmo à generosidade que a um amigo se exige ou devia. Tudo o que tenho para oferecer nesta altura é o pressuposto da confiança e de lealdade que as minhas fantasias de (pseudo) cavalheiro garantem.

Já ficaria grato ao destino se alguém, outro gajo, por qualquer motivo, me transmitisse um dia apenas essa garantia que fosse sem qualquer espécie de hesitação.

 

E sei que seria quanto bastasse para me merecer uma desmesurada gratidão .

24
Jul09

A POSTA QUE COINCIDÊNCIAS HÁ MUITAS

shark

Comparar as alternativas existentes em matéria de banda larga neste país onde o feudalismo não desapareceu, apenas se travestiu, é quase o mesmo que olhar para as placas indicadoras dos preços do combustível que alguma alma bem intencionada fez espalhar por cada auto-estrada de Portugal. É quase tudo igual, tirando um ou outro cêntimo só para não parecer mal.

E uma pessoa interroga-se se querem mesmo fazer de todos nós burros, tentando vender o busto de que não existe cartelização e que o mercado funciona de forma clara e transparente e sem jogadas de bastidores.

 

As petrolíferas já foram "investigadas" por uma alta autoridade qualquer e a conclusão foi a que se previa: apesar de todos percebermos que as diferenças de cêntimos entre os postos abastecedores eram apenas da treta e a sintonia nas oscilações dos preços era descarada, estava tudo em conformidade com a Lei e por isso tudo continua na paz do Senhor.

Contudo, voltando à vaca fria do parágrafo inicial, eu olho para as tarifas e para as propostas das operadoras de telecomunicações e depois olho para os tais placards que nos fazem entrar pelos olhos a realidade nua e crua dos barretes que nos enfiam e sinto o apelo de, no mínimo, estrebuchar para que não me assumam imbecil por omissão.

 

Já deixei claro que não tenho formação académica ou outra em Economia para sustentar melhor as minhas conclusões. Todavia, uma coisa que aprendi em matéria de marketing mix foi a multiplicidade de factores que podem influenciar o componente que me interessa no âmbito desta posta: o preço.

E é aqui que a porca torce o rabo, pois gostava de desafiar os decisores das empresas de telecomunicações e petrolíferas a explicarem-me com toda a paciência e rigor como é possível duas empresas concorrentes chegarem a um preço exactamente igual para um produto análogo.

Eu coloco as coisas de uma forma que não implique o recurso ao economês: alguém acredita que mesmo adquirindo os produtos ao mesmo preço, as empresas tenham por exemplo os mesmos custos de distribuição? Ou seja, a frota de camiões-cisterna da Galp tem exactamente o mesmo custo da que serve a Repsol? Os vencimentos dos funcionários das duas empresas são exactamente iguais? Os custos fixos e variáveis são tal e qual?

A resposta negativa a qualquer das perguntas anteriores implica de imediato o abraçar da coincidência como um dado adquirido no mundo dos negócios...

 

E claro que ninguém acredita que no domínio das telecomunicações as coisas se processem da mesma forma, com a TMN e a Vodafone, como irmãs siamesas, a chegarem precisamente ao mesmo valor de €10 para o mesmo tempo de utilização (10 horas) para a sua banda larga móvel recarregável.

Estão mesmo a fazer de nós parvos para poderem manter preços exagerados, concertando preços nas traseiras do folclore com que dão o ar de enorme agressividade comercial e montes de hostilidade recíproca.

Onde eu estudei ensinavam a malta que um dos efeitos da concorrência, daí o receio dos monopólios, é precisamente a baixa dos preços que deriva de uma melhor gestão dos custos por parte de cada empresa para poder estar no mercado de forma mais competitiva.

E nunca me deram a conhecer um cenário, tirando as tais coincidências que em Portugal são mato, de perfeição como a que se depreende do alinhamento dos preços que não acontece apenas nos negócios que referi apenas porque são os mais descarados nesse particular e porque movimentam somas astronómicas que fazem toda a diferença no bolso do cidadão comum.

 

Se nenhuma alta autoridade consegue ver isto, ou as regras do jogo mudaram imenso desde que as estudei ou a multiópticas tem ali um mercado com enorme potencial.

24
Jul09

ORGIAS DE ESTUPIDEZ

shark

Imagine-se um grupo de pessoas que acham poderem vir um dia a andar de avião, nunca se sabe, e que decidem juntar-se a bordo de uma aeronave para a fazerem despenhar (de forma controlada e tal...) para garantirem a entrada na estatística que diz ser quase impossível um sobrevivente de um acidente de aviação vir a morrer na sequência de outro em que participe.

 

É assim que eu vejo as suine flu party, as festas imbecis que os próprios (sim, os imbecis) organizam para se contagiarem alegremente com o H1N1 e ficarem imunes a um vírus que por acaso até dá ares de ser mutante.

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