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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

28
Mai09

(L)UCAL ERRADO

shark

Ao longo de anos na minha infância e adolescência bebi hectolitros da que era a melhor bebida do mundo até descobrir a cerveja.

Por isso não papo grupos: o leite com chocolate Parmalat com a marca Ucal não tem nada a ver com o antigo e extinto leite com chocolate da UCAL de que vos falo. Nada!

 

Assim sendo, recomendo-vos o novo Vigor com chocolate que entretanto descobri e que bebido bem fresco é uma maravilha.

 

Quem é amigo, quem é?

27
Mai09

MAS AFINAL PORQUE CARGA D'ÁGUA BLOGAMOS?

shark

No fundo, para que é que um gajo bloga? A cena é feita completamente à borla, tem custos óbvios (tempo é dinheiro e quando canalizado para aqui é certamente roubado a algo ou alguém) e acarreta algumas chatices escusadas.

Ainda assim são às dezenas de milhar, só em Portugal, aquelas e aqueles que decidem levar a cabo esta missão virtual impossível porque absolutamente disparatada à luz de qualquer luz analógica.

E eu sou uma dessas pessoas cuja sede de comunicar é tanta que facilmente incorrem em exageros na atenção prestada a este(s) trabalho(s) pró boneco (como o sentimos na maioria das vezes em que damos mesmo o litro), traduzida em algo tão absurdo como um blogue.

No meu caso são três individuais mais um colectivo, o que ainda acentua o cariz estapafúrdio da aposta…

 

Ando nisto há cerca de cinco anos. Perdi a conta aos blogues individuais e colectivos em que já participei, mas foram ao todo quase vinte. E confesso que já dediquei muito tempo, muito tempo mesmo a tudo quanto envolve a blogosfera. Desde as pessoas (nicks?) até à questão estatística que nos revela a verdade do interesse que somos capazes de despertar.

Nesta fase da minha “carreira blogueira” represento cerca de 1500 visitas diárias, a soma do conjunto de blogues onde interfiro de alguma forma e sem contar os valores residuais das visitas aos blogues que entretanto acabaram mas continuam disponíveis para os motores de busca.

Soa imenso para quem tem blogues com meia dúzia de visitas diárias e é peanuts para quem mantém espaços que registam o triplo ou mais. E isso mostra o quanto é tudo muito relativo nisto dos contadores, até porque ninguém vive da blogosfera sem recorrer aos artifícios xpto concebidos para o efeito mais óbvio: a caça de cliques.

Estou fora dessa guerra e por isso só me valho do que sei fazer para agradar quem me visita e justificar uma repetição desse momento ansiado por qualquer pessoa que invista de si nesta treta. Sim, reparo nos contadores tanto quanto o fazem os hipócritas que o negam meses a fio para depois algures se gabarem, cheios de dor, que repararam sem querer no número “sensacional” que o contador que tanto desprezam lhes forneceu.

 

Reparar nos contadores é o primeiro passo para nos tornarmos autênticos escravos desta cena. Acabamos por funcionar, os que somos assim, em função das oscilações que determinada abordagem suscita, juntando-lhe a animação das caixas como indicador de “popularidade” que, obtida na blogosfera, vale tanto em termos nacionais como ser o presidente da mesa da assembleia geral de um clube de bairro.

A blogosfera é constituída por meia dúzia de figuras mais ou menos públicas e uma multidão de cidadãos anónimos que reúne professores catedráticos que escrevem com os pés umas postas soníferas para impressionarem a academia com o seu brilhantismo e com a irreverência tão modernaça de se poderem afirmar gente que bloga e agentes de seguros armados ao pingarelho que até dão uns toques na escrita e por algum motivo, eu às vezes não sei bem qual, escolhem isto como hobby até ao dia em que lhe percebem as fragilidades ou constatam a indiferença generalizada para com as suas postagens.

Por isso vos digo que nem sempre me sinto capaz de insistir nisto e apetece-me dedicar-me à pesca ou assim. É cíclica, esta reacção de quem bloga quase todos os dias ao longo de dias a mais. Chega a um ponto em que olhamos para o trabalho produzido e nos confrontamos com a evidência dos números e surge a pergunta natural no horizonte.

 

Precisamente a que titula esta posta. 

27
Mai09

CHARQUINHO LIGHT

shark

Tal e qual na dimensão analógica, ninguém tem pachorra para a profundidade da converseta dos meus lençóis (como o contador e as caixas de comentários berram de cada vez que enveredo pela escrita mais densa e/ou pelas postas acerca de temas menos divertidos ou com fundo desagradável).

 

E eu não posto para mim, ou não me faltariam gavetas.

 

Assim sendo, o Charquinho entra hoje no tempo certo: o dos prazeres sem calorias e de fácil digestão.

26
Mai09

SAUDADES DO REI SALOMÃO

shark

Em Barcelos garantiram que seria melhor ficar em Portugal com a família afectiva e consideraram a mãe da Alexandra inapta para a cuidar. E em Guimarães não existiu qualquer Relação com a primeira decisão e a menina foi entregue à alegada inapta que a levou de imediato para o país de origem.

Agora passam nas televisões dos dois países as imagens da forma bruta como a mãe que o Tribunal de Guimarães considerou capaz trata a filha mesmo diante de câmaras de televisão e ficamos todos perplexos com aquilo que alguns juízes entendem por superior interesse da criança, algo que de resto outras imagens (as da passagem do “testemunho”, com a menina aos berros e em choro convulsivo) já haviam deixado antever não ser o mesmo que o entendido pelo sistema jurídico que afinal a sentenciou.

 

Poucas vezes uma decisão de um tribunal português divulgada por via do mediatismo de alguns casos trouxe a alguém o sentimento de que foi feita justiça.

Ou tudo acaba em águas de bacalhau, com absolvições incompreensíveis, ou as penas ficam muito aquém daquilo que seria de prever em função dos factos provados, ou, como este exemplo ilustra, a sentença acaba por ser aplicada à vítima e as vidas das pessoas são efectivamente arruinadas pela falta de bom senso dos nossos tribunais.

Eu acredito na Justiça mas não confio de todo no sistema que em Portugal se criou para a promover. É lento, é arcaico, é atabalhoado e é, acima de tudo, incapaz de cumprir a sua missão perante a sociedade como tudo o que acima refiro exemplifica.

O cidadão comum não gosta de recorrer à Justiça porque o sistema jurídico (o Código Penal é um livro de anedotas) é manco e foge dela a sete pés. A confiança na capacidade decisória dos tribunais só tem paralelo com a que se deposita nalguns hospitais e somam-se os desacertos entre a percepção popular de justiça e aquela que efectivamente acontece, sob o manto do palavreado técnico e do critério patético de quem ainda defende o sistema tal como está.

 

A menina russa, triste protagonista dos filmes da sua vida passados nos telejornais, é no meu modesto e leigo entender apenas mais uma perdedora às mãos de alguém mandatado para tomar decisões em nome de qualquer um de nós e não apenas no seu. Ou seja, subentende-se que a Lei e respectiva interpretação e aplicação deve coadunar-se com aquilo que a população entende por justiça mas os acórdãos insistem em provar o contrário.

A menina russa, Alexandra, e em face do relatório que fundamentou a decisão de Barcelos e que dava conta de sinais de negligência e de maus tratos por parte da mãe biológica a quem a Justiça portuguesa a confiou e das imagens que agora nos mostram, pode correr até risco de vida.

 

Mas a nós, meros espectadores, resta aguardar que nos poupem a mais uma verdade das que desmentem e desacreditam pelo desfecho tantas vezes infeliz a capacidade dos tribunais para perceberem que a relação entre filhos e pais não se determina apenas pela observação imparcial dos elementos de prova, pela leitura desapaixonada da legislação e pelo rigor na sua avaliação.

É que nas questões da paternidade tanto a prova como a sentença devem partir muito do coração.

 

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