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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

03
Abr09

A POSTA QUE O ZÉ NEM DEU CONTA...

shark

aberração da gama 

Foto: Shark

 

Como qualquer cidadão, sou bombardeado a toda a hora com os escândalos mediáticos que nos vão elucidando acerca do regabofe instalado nos negócios imobiliários por todo o país.

Cheira a esturro que tresanda, mesmo que os poucos levados à Justiça acabem por sair quase sempre impunes, perdão, absolvidos dos crimes que nos noticiários parecem tão descarados que quase sonhamos com a mudança deste estado de coisas por via de algum caso exemplar.

Esta sucessão de maus exemplos, de suspeitas nunca confirmadas, de silêncios comprometedores, de uma imunidade garantida pela cumplicidade que qualquer teia bem urdida permite perdurar, vai aos poucos fazendo baixar os braços daqueles a quem compete combater estas vergonhas e entrega-se assim a gestão de um país ao conluio de medíocres e de sabotadores oportunistas, sem luta.

 

O resultado prático deste laisser faire é o que está à vista, um pouco por toda a Nação que a seita crescente (sim, que estes fenómenos tendem a alastrar por via das sinergias de grupo) de corruptos e de tachistas que se instalam sem pudor nos seus poleiros com o único propósito de aumentarem o seu poder político e/ou financeiro à custa de todos nós.

 

Tudo isto a propósito da aberração que acima ilustro e que, garanto-vos, entretanto piorou na proporção do crescimento em altura do mamarracho que alguém pensou, alguém aprovou e, diabos me carreguem, alguém terá pago a peso de ouro para silenciar quem pudesse opor-se a tal ideia estapafúrdia.

Em causa está um dos mais recentes ex-libris da capital, a Torre Vasco da Gama, que agora foi literalmente escondida por detrás de um edifício que já atinge praticamente o topo da estrutura mais representativa da Expo 98 e dos benefícios que dela resultaram para esta zona da cidade.

 

Mete dó, olhar para a torre naqueles propósitos e recordar o alarido que o CCB conseguiu provocar tempos atrás. Deste atentado irreversível contra a fisionomia de Lisboa ainda não dei conta de qualquer voz (dis)sonante e o prédio continua a crescer (mesmo fora de horas) e a tapar por completo aquele símbolo alfacinha da vista de quem o admirava a partir do Tejo.

E garanto-vos que visto do lado oposto não fica melhor, completamente sem nexo nas traseiras do mamarracho, aniquilada na sua única função, poupada à demolição apenas para servir de serradura eterna para os olhares de quem dê conta sequer daquela coisa ali pespegada por detrás do que não hesito em afirmar um excelente negócio para todos quantos sejam coniventes com tal insulto ao bom gosto e à inteligência de cada lisboeta que deixou acontecer tal coisa diante do seu nariz.

 

Mete dó, observar a degradação deste país assim exposta como uma f(r)actura de todas as vergonhas que permitimos sem um esboço de contestação. Parece que assumimos colectivamente como inevitável este tipo de situação com uma legitimidade capaz de suscitar dúvidas à mais bem intencionada pessoa.

 
Não é o meu caso. E tal como jamais perdoarei a Santana Lopes a perda da Feira Popular de Lisboa, António Costa poderá contar com o meu desdém no balanço da sua passagem pelo poder que mais força teria para proibir um nojo assim.

02
Abr09

PALAVRAS À JANELA

shark

Uma janela que se abre para outra dimensão. Com palavras apenas. Palavras que transportam a mente como um olhar diferente para espreitar uma realidade, uma ideia ou imagem alternativas.

Uma janela aberta para novos mundos de ficção, para uma outra concepção de futuros imaginados, de presentes reinventados ou de passados que pudessem alterar a realidade como a vivemos enquanto não nos perdemos nas janelas que as palavras nos abrem à imaginação.

 

Uma outra dimensão para onde nos deixamos transportar pela mente que consegue funcionar como uma nave espacial ou como uma máquina do tempo capaz de nos levar até onde, no futuro imaginado, elas existirão.

Ficamos no sítio onde estamos, imóvel o invólucro que não precisa de nos acompanhar até onde a janela aberta de par em par nos permita. À mente que nos transporta à ligação directa com a prosa mais certa para nos suscitar reflexões, memórias, emoções imediatas que as palavras correctas conseguem despertar.

 

É fácil viajar a bordo do transporte em se transforma a nossa mente quando as palavras nos abrem janelas para as mentes de outras pessoas cuja viagem se condensa numa mensagem que as palavras exprimem, por exemplo sob a forma de uma posta, ao ponto de arrastarem a leitora ou o leitor para onde provavelmente nem iriam de outra forma. Ou pelo menos nesse momento ou ocasião.

É a magia da tal dimensão que só as palavras conseguem criar, as janelas abertas para alguém que queira espreitar os transportes que afinal são mesmo as mentes de quem as abriu, as janelas ou fechaduras abertas à indiscrição dos olhares e da emoção que lhes possa estar associada.

 

Um texto sem alma ou, pior ainda, a sua ausência são como janelas fechadas que deixam as ideias pouco arejadas e limitam de forma concreta os horizontes ou os destinos de quem quebra laços com a apatia implícita na parte da nossa mente à qual compete, claro está, transportar quem escreve para a mesma dimensão que oferece depois de visitada a quem lê.

Faz falta escrever para, no fundo, satisfazer a procura crescente (que todos sentimos na nossa mente) de caminhos alternativos que só as palavras conseguem oferecer a quem goste de viajar com a leitura como pretexto.

 

E aquilo de que eu gosto, é mesmo o que está a dar, é sentir que vos consigo transportar até tão longe quanto no horizonte das janelas que vos abro sejam capazes de alcançar.

01
Abr09

A POSTA QUE NINGUÉM PODE DESMENTIR

shark

A malta costuma dizer que na blogosfera podemos pintar-nos como quisermos, podemos mudar de género, de nome, de identidade, de atitude, seja o que for.

E é verdade.

Contudo, existe sempre a necessidade da coerência. É que isto de a pessoa registar as suas larachas por escrito e ficar tudo em arquivo dá a faca e o queijo a quem queira escrutinar a veracidade ou mesmo a integridade de alguém que bloga.

Ou seja, na blogosfera é mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo.

 

Por isso mesmo, o primeiro de Abril é um dia talhado para dois tipos de pessoas que blogam: as que mentem sempre e neste dia podem até dizer uma verdade que fica sempre a dúvida e as que nunca mentem e neste dia podem optar entre a mentira ou entre uma verdade que, lá está, por ser dita hoje pode sempre ser uma peta e ninguém tem hipóteses de afirmar qualquer das condições.

Quero com isto dizer que hoje vou aproveitar a confusão para misturar verdades que talvez não admitisse revelar sem o manto protector do primeiro de Abril (ah, isso era só a reinar…) e mentiras tão bem contadas que só mesmo um reduzido grupo de eleitos/as poderá, talvez, identificar.

 

E começo por vos dizer que nisto da blogosfera tenho sido um embuste. O meu nome verdadeiro é Joaquim e sou um jovem com pouco mais de vinte anos (a foto é de um gajo giro que piquei no Google images), trabalho num café de Alcântara e vivo na Ajuda.

Por outro lado, fui sincero quando me afirmei dotado de um gigantesco e mimado… umbigo e isso reflecte-se imenso na qualidade final deste blogue porque os blogues são os espelhos dos donos (por quantos bigodes postiços ou cabeleiras louras arranjemos para nos disfarçar).

 

Mas a piada deste dia consiste precisamente em tudo ser possível de afirmar sem medo de consequências ou se represálias. Ou seja, como um tipo pode sempre dizer “ah e tal, caíste que nem um/a patinho/a” e fazer de conta que estava só a brincar quando até se desbroncou à força toda, é um dia perfeito para isso mesmo.

Claro que um gajo pode sempre ter tino e pensar que o dia está perfeito é para se pirar para a rua e ir sair com uma tipa muita gira que bem conversadinha até é capaz de se apaixonar pela pessoa e o camandro, que às tantas até acaba por se envolver com um gajo numa prolongada sessão de sexo tórrido e mais-não-sei-o-quê e um mês que começa assim só pode ser um mês muito bom.

 

Mas mesmo que eu dissesse isso hoje ninguém acreditava, certo?

Pág. 6/6

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