NÍVEL 5
Gostava muito de me manter optimista acerca da nova gripalhada com chili, mas admito que os sinais já foram mais tranquilizadores...
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Gostava muito de me manter optimista acerca da nova gripalhada com chili, mas admito que os sinais já foram mais tranquilizadores...
Foto: Shark
Sempre gostei desta frase e nunca me interessou saber porquê. Ou melhor, nunca me debrucei sobre a verdade imensa que pode englobar uma frase assim. É uma definição perfeita para tudo aquilo que o tempo pode mudar, pelo simples facto de passar e fazer questão de deixar a sua marca.
Rugas da expressão que fazemos sempre que analisamos tudo quanto o tempo transforma, inclusive dentro de nós que arrojamos medi-lo, como se fossemos os donos do tempo que afinal exerce a sua vingança passando mais depressa quando estamos a gostar e avançando insuportavelmente devagar quando encaixamos um frete num segmento dessa recta que percorremos em ziguezagues que o acaso ou um deus predestina para cada um de nós.
Caprichos que se fazem sentir sempre que tentamos planear a nossa vida ou adiamos algo para depois. Como peças de um gigantesco e permanente dominó cujas peças podem a qualquer momento aterrar-nos nas cabeças ou nas de quem dependemos e assim, sem aviso prévio, acabar-se o tempo que o relógio de pulso insiste medir mesmo depois de definitivamente parado o coração do utilizador. Um jogo, afinal, que tentamos jogar a sério, com regras definidas que tentamos respeitar no sentido de orientar algo que jamais fará sentido algum. Regras que o tempo se encarregará de redefinir de acordo com a sua disposição, umas vezes até sim e na maioria é certo que não.
Imprevisível nos humores como a sua natureza caprichosa denuncia.
O tempo nunca adia um passo a dar, tiquetaque, o tempo sempre a contar, decrescente, enquanto se extingue aos poucos a existência que desdenhamos como se nos acreditássemos imortais em tudo menos no medo que o tempo deixe de contar para nós. Ou para quem nos faça falta para o partilhar e às vezes ignoramos na sua condição imprescindível e de que um dia os caprichos do tempo nos podem privar.
É como subir a todo o tempo umas escadas que a qualquer momento podem ejectar os próprios degraus, as bicadas do tempo sentidas como ferrões de lacraus a que chamamos nostalgia, saudade, agonia, tristeza ou ainda pior, sempre que nos foge o chão sob os pés.
Caprichos de tempo, aquele que a todo o momento nos verga às suas consequências, nem que se manifestem de forma passiva sob a forma de um castigo que jamais iremos ignorar.
A consciência de que desperdiçamos tanto tempo que quase não damos por ele a passar.
E eu vou ter que reunir com ele no meu escritório.
Se ele espirrar, que me aconselham?
a) Saltar pela janela, já que é só um primeiro andar;
b) Mandá-lo pela janela, já que o pressuposto anterior se mantém?
Insinuou-se, cortando-lhe o caminho com um beijo que ela retribuiu.
Exibiu-lhe o desejo, possante, encostando aquela amante a uma parede, pressionada para o sentir e para se saber tão desejada como ele pretendia demonstrar.
Percorreu-lhe o pescoço com lábios quentes, o colosso, buscando o arrepio da rendição. Perdeu o controlo a cada mão que a percorria enquanto mostrava que se sentia preparado para a satisfazer, empenhado, limpo de todo e qualquer pecado, confiante, exercendo uma pressão constante sobre a mulher que presumia que o queria e foi nesse contexto, de resto, que sem pedir licença avançou.
Foto: Shark
Entrou hoje mais uma menina não-portuga no Berço de Ouro.
...Os heróis que merece.
Salgueiro Maia (1944-1992)
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