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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

01
Jan09

TIROS DE PARTIDA

shark

A notícia de abertura no noticiário do primeiro dia do ano, a repetição impune de disparos para “festejar” o novo ano que já mataram pessoas em ocasiões anteriores, constitui mais um aviso das proporções que o enfraquecimento da autoridade podem assumir num futuro próximo.

E essa perda de controlo assume-se agora publicamente, na frustrante declaração de impotência por parte da PSP que se seguiu ao descartar do Ministério da Administração Interna (MAI) que remeteu explicações para a corporação.
 
Na minha pele de cidadão dependente das forças de segurança e da autoridade acima delas para poder sentir-me simultaneamente protegido contra os marginais e contra eventuais abusos de poder por parte de quem os deve impedir de praticarem crimes sinto-me entregue ao acaso.
Esta estranha sensação soa-me quase como uma premonição do que nos espera, caso a crise financeira e suas repercussões acabem por atear a revolta e por servirem de pretexto para que o caos desça às ruas como começa a acontecer noutras cidades europeias.
 
Essa realidade não me parece tão irrealista, quando perante a repetição de um incidente que já provocou vítimas mortais (com uma criança de nove anos na lista) a polícia limita-se a dizer que “não pode estar em todo o lado ao mesmo tempo”.
Simples, visto assim. Mas fácil de desconstruir, considerando que os disparos em anos transactos não aconteceram no Restelo, no Parque das Nações ou na Lapa. Nessas e noutras zonas não seria necessário o policiamento para impedir tais distúrbios. Bastava policiar os bairros onde se sabe acontecerem tais violações da lei à descarada e se as corporações de polícia se assumem incapazes de controlar esses bairros (e apenas esses, na circunstâncias específicas) conclui-se que só podemos contar com a autoridade em bairros mais pacatos como os que citei acima.
 
Esta declaração de impotência por parte da PSP constitui um estímulo para os prevaricadores. “Os gajos têm medo de vir aqui”, terão pensado os autores dos disparos que a PSP não podia adivinhar mas uma equipa de filmagem da SIC captou ao longo de mais de uma hora.
E eu interrogo-me: que tipo de Ministro aceita uma situação destas sem demitir de imediato o responsável por uma corporação que se assume incapaz? Ou, em alternativa, sem apresentar ele próprio a demissão perante a óbvia incapacidade para desempenhar o seu papel?
Soa radical? Então experimentem imaginar-nos nas mãos deste tipo de polícia “desertora” e de um poder político tão incapaz de contrariar essa tendência se (quando?) um dia acontecerem em Lisboa desacatos semelhantes aos ocorridos nos subúrbios de Paris ou em toda a cidade de Atenas…
 
Também aí a polícia não poderá estar “em todo o lado ao mesmo tempo”.
Resta-nos a todos, ficando tudo como está, esperar a sorte de estarmos no sítio certo nessa ocasião.
 

E a de alguém os ter no sítio quando chegar a hora de provar quem manda afinal nas ruas deste país em desgoverno.

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