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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

29
Dez08

LIBERDADE TERMINAL

shark

Há muito a jovem foca aguardava uma desatenção dos progenitores que a contrariavam com a proibição de ir nadar sem a sua presença.

Quando finalmente a oportunidade surgiu, de imediato mergulhou.

 

E minutos depois, vindo do nada, apareceu à tona da água a barbatana do tubarão que a abocanhou.

28
Dez08

A POSTA NO FADO BLOGUEIRO

shark

 

Às vezes é como uma corda que se lança, alimentando uma secreta esperança de que alguém se predisponha a agarrá-la por conseguir percebê-la nessa condição.
Uma espécie de tábua de salvação para não nos afogarmos nas águas revoltas das nossas incertezas, de algum estranho remoinho interior que um gajo não consegue sozinho combater.
Coisas que não podemos partilhar senão com quem não as sinta como uma ameaça, que não desminta aquilo que verdadeiramente se passa sob o medo ou a fúria tão susceptíveis de conduzir a más interpretações.
 
Outras vezes é como um momento de descontracção à mesa de uma esplanada virtual, um tema de conversa que se arrisca nessa constante busca de atenção que nos destaque da multidão que prefere assistir em silêncio, discreta, àquilo que os outros tenham para dizer.
Coisas que possam interessar a quem se vista destinatário com o clique aleatório numa espécie de campainha do portão de quem se assuma anfitrião de um espaço vocacionado para oferecer um tempo de qualidade, uma porção de realidade pintada em html.
 
Palavras que saibam a mel ou ideias disparatadas que despertem o sentido de humor.
Palavras que falem de amor, ou de tristeza, ou apenas reflictam a ligeireza com que encaramos algum fait divers.
Palavras acerca de alguém que se quer ou antes pelo contrário, a disputa inócua com um adversário de circunstância que nos tomou de ponta ou apenas serviu de alvo para a mira técnica da nossa embirração por se revelar hostil.
 
Às vezes é como um grito para marcar a nossa presença, para vincar a nossa insistência em garantir um lugar que sempre alguém insiste em contestar no merecimento.
A teimosia de quem se acredita com algum talento para cumprir determinada função.
Coisas que até podem nem passar de uma ilusão publicada, uma tentativa frustrada de provar a nós próprios e aos outros que no mínimo conseguimos manter, doa a quem doer, um ritmo acelerado, aqui e além mais conseguido e capaz de nos angariar o reconhecimento mais o prazer da comunicação com gente especial.
 
Outras vezes é como um pontapé no vazio, um acto falhado que se vê divulgado pela nossa própria falta de lucidez, sempre que embarcamos na insensatez de avançar sem primeiro avaliar com prudência, sem termos a paciência de vestirmos a pele de quem nos escolhe para preencher uma parte do tempo a investir nos outros e que só por isso nos merece o melhor.
Coisas que nos saem sem pensar, como as calinadas na vida “lá fora”, coisas que mandam embora as pessoas sem paciência nem motivação para nos aturar.
 
Palavras que podem defraudar as expectativas ou ideias que são causas perdidas lançadas a público sem medir as consequências e as repercussões de algumas das nossas reacções mal ponderadas.
Palavras que se sentem como chicotadas e talvez até pudessem não conhecer a luz do dia recriada por um monitor onde acabamos por expor bem mais do que tencionamos, de cada vez que enfrentamos o momento de o animar com algo que nos desenhe com maior definição. O esboço de uma emoção proibida ou a caricatura de um aspecto da vida que nos desagrada, retalhos capazes de facultarem pistas para a essência que nos queiram absorver.
 
Nas palavras que precisamos dizer para que a liberdade expressão aconteça, para que cada um de nós a mereça e aprendamos uns com os outros, sem pressas, aos poucos, a usufrui-la de forma criativa na vertente proactiva que um blogue representa quando o alimentamos da verdade como a entendemos ou simplesmente com a beleza que sejamos capazes de reproduzir.  
27
Dez08

A POSTA NA FIGURA DE MALUQUINHO

shark

Às vezes dou comigo a olhar o céu e a primeira coisa que me vem à ideia é perceber se esse céu está bonito o bastante para o fotografar. Não porque passe o tempo livre a ver as fotos que tiro ou as imprima sequer, mas apenas porque quando vejo algo que me pareça susceptível de vos agradar tento captar a imagem para a partilhar convosco aqui.

Com os textos que escrevo passa-se o mesmo. É-me difícil por vezes escrever noutro formato que não o de uma posta e até pensar os temas sem os avaliar nesse prisma.
 
Neste tique que vos confesso, bem capaz de me expor como um bloguista viciado, resume-se aquilo que me move neste espaço que vos ofereço sem mais pedir em troca do que o vosso agrado, ou qualquer outra reacção, eventualmente registado na caixa de comentários que mantenho aberta.
É óbvio que a minha forma de blogar tem os dias contados e a crueza dos números confirma-o, não deixando margem de manobra para que o talento (que alguns me imputam mas os factos não me permitem assumir) constitua tábua de salvação para este Charquinho que, já o disse, deixará de existir logo que eu perceba que estou a monologar num espaço público (o que, como todos sabemos, é fazer figura de maluquinho).
 
Contudo, apesar de eu conseguir adivinhar ou pelo menos palpitar um futuro que não inclui os blogues de “amadores”, pessoais, intimistas, e que não acompanham as imposições do progresso tecnológico, das tendências de “consumo”, os feeds, os you tubes, os acrescentos e acertos que transformam aos poucos os blogues em sites comuns (só falta desaparecerem as caixas), apesar de eu antever um futuro que me exclui nestes moldes e que até a realidade dos contadores confirma não consigo encontrar motivação para a necessária mudança.
 
Em teoria deveriam prevalecer os blogues melhores, os mais bem escritos, os mais dinâmicos, os mais interessantes, os mais bonitos e tudo mais. Mas também em teoria as novelas e os reality shows não deveriam ser os programas televisivos com maiores audiências (a mesma medição do nosso “sucesso”), nem havia tanta procura para o Correio da Manhã ou o Eu Carolina por comparação com outras publicações reconhecidamente melhores.
E aqui não enveredem pelo caminho fácil de me presumirem convicto da “traição” que esta constatação me possa soar, tão bom que eu sou. Tenho olhos na cara e reconheço em imensos/as uma capacidade que se expressa em obra muito superior à que consigo produzir.
 
Porém, muitos desses estão abandonados ou perto. Parados no tempo por falta de interesse de quem os fazia para ninguém querer saber. E outros, sem ponta por onde se pegue, pululam alegremente na sua popularidade legitimada pela respectiva frequência.
As coisas são mesmo assim e permitem aos blogueiros como eu, assumidamente atentos à evolução dos números e por isso sem tapete para as suas oscilações negativas, chutar para canto a decadência (palavra terrível, bem sei) com base no encaixe forçado numa das pretensas injustiças que acima citei.
Não o são.
 
As escolhas das pessoas são influenciadas por imensos factores e resta pouco espaço de manobra para que o “jeito prá coisa” constitua um factor determinante no resultado final, esse é um facto indesmentível. Mas também o é a verdade implícita na desistência dos frequentadores habituais seja do que for, a perda de interesse naquilo que antes lhes prendia a atenção. E aí só pode restar uma explicação, das duas possíveis: ou os gostos variaram (algo de perfeitamente normal) ou o interesse de quem se expõe diminuiu (algo de absolutamente corriqueiro em boa parte da blogosfera que acompanho e que aqui também reconheço).
Em ambos os casos a tal “injustiça” só existe na cabeça dos medíocres emproados ou dos mais ingénuos sonhadores.
 

E eu, porquanto viciado nesta cena, sonho habitualmente com coisas muito melhores…

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