Por mais que me esforce por entender e até por aceitar os argumentos que levam a malta a moderar as caixas de comentários, não consigo atinar com o sistema e, muito sinceramente, acabo por desistir de comentar os vários blogues “securitas” que frequento.
Existem diversas abordagens para as caixas de comentários de um blogue.
A mais comum, felizmente, é aquela que encaixa no meu figurino. E esse defino-o de forma simples: se abrimos um blogue é para partilharmos com outros aquilo de que somos capazes e para fomentarmos a interacção implícita na existência das caixas de comentários. Isso, para mim (opiniões há muitas), é um blogue como o entendo.
Daí, só considero “normais” as caixas abertas e sem restrições, nem mesmo engulhos como o do filtro das letrinhas que só chateia.
A moderação de comentários é a forma híbrida de assumir uma caixa. Sim senhores, podem botar faladura mas como há quem se estique e porque manda quem pode só é publicado o que se quer, após aprovação dos donos da casa.
É assim que a coisa me soa e tresanda a lápis azul, qualquer que seja o malabarismo encontrado para o pintar de outra forma.
Não vale a pena melindrarem-se os/as que construíram com todo o carinho as suas justificações para esse cadeado virtual, pois tenho malta amiga que adoptou a doutrina do ferrolho e isso não invalida que as (minhas) verdades sejam para serem ditas…
É a opinião de um gajo qualquer que anda nisto há quatro anos e nada mais.
Outra abordagem cada vez mais em voga é a eliminação pura e simples das caixas, algo que igualmente contraria a minha versão pessoal mas transmissível do que um blogue representa, mas que pelo menos é frontal na intenção de quem a adopta. Estou aqui para me oferecer ao mundo mas dispenso a sua retribuição, obrigado.
É a solução dos que não pretendem comunicar em duas vias e não têm pachorra para manter um site. É pena, mas é compreensível. E é uma posição clara e sem ambiguidade alguma, mérito que lhe assiste por comparação com a moderação que já citei e a que se segue, a que mais me desatina.
Nunca vou entender e ainda menos aceitar os blogues com caixa aberta onde é possível comentar sem restrições mas para o boneco. Ou a boneca. A pessoa comenta e ninguém responde de volta.
Eu não sei como é que vocês entendem um blogue, mas eu sinto-o como uma casa minha. Da mesma forma, entendo a comunicação blogueira exactamente como a que mantenho lá fora e por isso transporto para o diálogo virtual regras análogas às do mundo lá fora.
Reles visitantes do meu espaço de qualidade superior, podeis prestar-me vassalagem com umas palavrinhas mas não conteis que me exponha à troca directa de impressões com plebeus (anónimos ou não).
Sinto esta postura exactamente assim, arrogante e malcriada.
Acabo por não repetir a graça, quando me deparo com este tipo de atitude na sequência de uma intervenção em qualquer caixa.
E insisto, não passa da minha forma de entender as coisas, influenciada pelo gajo que sou e pela minha perspectiva acerca desta treta toda. Não justifica, portanto, qualquer espécie de amuo e enquadra-se naquilo que sempre defendi e que, bem ou mal, longe de me tornar consensual nunca me retirou legitimidade enquanto membro desta comunidade que a gente forma.
E nesse sentido, a soma das nossas opiniões acaba por moldar o colectivo e cabe-nos cumprir o nosso quinhão no que toca a influenciar aquilo em que ele se torna.