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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

28
Out08

A POSTA QUE A VIDA EQUILIBRA SEMPRE A PARADA

shark

E assim, mesmo numa fase menos boa, surgem as compensações que qualquer ego anseia.

Depois de ter sido distinguido com prémios do Fios Soltos e do Pópulo, que valem pelo que representam na intenção de quem os atribuiu (neste caso, duas das pessoas mais importantes da “minha” blogosfera) e por isso transcendem o seu cariz de corrente (à qual não dou, como habitualmente, sequência), funcionando como estímulos para prosseguir o trilho virtual que escolhi, acabo de descobrir que o Charquinho é, de novo, destaque no Sapo.
 
Por favor, não entendam este momento como um arrufo vaidoso. A vaidade nunca é alheia às sensações que este tipo de reconhecimento desperta, assumo-o, mas uma pessoa consegue perceber as suas motivações quando se predispõe a vangloriar-se de glórias tão vãs como as que estão em causa.
Relativizada a questão, e apenas para que entendam o porquê de enveredar por aqui, passo a explicar.
 
Um destaque da equipa que zela pelo Sapo é equiparável, nesta nossa comunidade, ao prémio mais recente que o Cristiano Ronaldo recebeu. Claro que não estou a querer comparar-me neste domínio (ou noutros, pois sou muito mais giro do que o gajo – por exemplo) ao nosso popular malabarista madeirense, mas apenas chamar a vossa atenção para o facto de qualquer das referências que aqui citei provir de colegas, de pessoas que neste mundo à parte fazem o mesmo que eu: blogam.
E por isso, um destaque com tal origem possui sempre algum mérito associado por parte de quem o receba. Espero que isto seja claro e consensual, pois se no caso da @na e da Emiéle até me satisfaz acreditar que a relação pessoal, a empatia e a amizade poderão influenciar as suas escolhas no que me respeita, já no caso da malta sapolas é por demais evidente que esse factor não entra na equação.
E considerando o universo de blogues e o calibre dos/as blogueiros/as que a plataforma alberga, só mesmo num assomo de modéstia hipócrita eu poderia minimizar a relevância de que estes “mimos” se revestem.
 
Seria ingrato se não me sentisse feliz com estes sinais em sentido contrário, estas alegrias contra a maré da vida analógica que a blogosfera nem sempre proporciona, desgastante como se pode tornar quando a vivemos com mais empenho e dedicação. Mais de quatro mil postas e de 30 mil comentários depois, só no Charquinho, já me sinto legitimado no reclamar desse mérito pelo menos, que dos outros serão todos vós a dar conta com a vossa presença, escrita ou não, e com a percepção que este espaço vos possa transmitir no contexto do tempo que dediquem ao elo de ligação que um blogue inevitavelmente representa.
 
Estou grato à equipa do Sapo, como o estou às duas companheiras que me evocaram na sua escolha do passa-ao-outro-e-não-ao-mesmo que pode ser uma chatice na forma mas constitui um prazer no conteúdo, na essência mais simples do que significam. Ou o linque deste blogue não iria certamente constar da sua selecção.
 
Fizeram toda a diferença nestes dias menos bons.
28
Out08

A POSTA QUE JÁ TOU A DESATINAR

shark

Lido mal com os meus fracassos. Não por me julgar superior, imaculado, ao ponto de nunca falhar, mas porque já me sinto com menos disponibilidade para investir de mim em novos projectos, em novas apostas ou apenas em tiros no escuro motivados pela emergência associada a uma estranha forma de desespero de causa.

Ou seja, não é tanto a falta de vontade de promover a mudança que corrói a frágil base onde assentam os pés de barro típicos de uma conjuntura desfavorável mas sim a escassez de paciência para enfrentar sucessivos recomeços sem continuidade viável.
 
O que fracassa, acima de tudo, é a estatística que me permite calcular as probabilidades de sucesso que a própria lucidez já deixa de gatas com uma simples pitada de realismo. Nem é de desencanto ou de desânimo que se trata, mas da constatação factual de que os milagres são, por definição, cada vez mais restritos ao domínio do sagrado (ou da sua necessidade de afirmação, de concretização das expectativas de um dado grupo de fiéis). São panaceias, ilusões à medida de pecadores perdoados com ficção…
E eu nem sou, excepção feita ao amor, um homem de fé.
 
Jamais me aceitarei conformado, pelo menos no sentido mandrião do termo. Aceito e até sou capaz de digerir as derrotas que a vida me impõe ou apenas devolve como consequência das minhas asneiras ou imprecisões.
Todavia, quando chove à brava mas o vento insiste em virar o chapéu do avesso o instinto diz a um gajo para aceitar o aguaceiro de peito aberto e rosnar ao céu cinzento só para marcar uma posição. Mas como a atitude conta, de facto, mesmo quando chovem canivetes e nos resta apenas o bom senso ou o instinto de conservação que nos levam a procurar abrigo temporário debaixo de uma varanda qualquer, lá temos que nos resignar outra vez.
Importante é sabermos prever as consequências das diferentes opções ao nosso alcance, distinguindo-as não em função do grau das ameaças mas da análise fria do poder de encaixe que nos resta para as enfrentar.
 
Lido mal acima de tudo com as retiradas estratégicas que este campo de batalha sem nexo me impõe e que me obrigam a somar desilusões.
 

Não porque me envergonhe de tais recuos, mas porque por cada passo atrás neste terreno irregular não consigo imaginar os dois passos em frente subsequentes sem descartar os mais que prováveis tropeções.

28
Out08

CADA VEZ MAIS O DINHEIRO DEBAIXO DO COLCHÃO...

shark

Como no âmbito das minhas funções lido com crédito à habitação e a vida não está para preguiças dispendiosas transferi o crédito da minha casa.

E fiz tudo by the book.

Contudo, quando hoje fui confirmar o saldo de conta no banco de onde retirei o crédito em causa dei com um saldo negativo superior a 100 mil euros. Isto vários dias após a escritura e com a garantia por parte do novo banco que foi tudo feito como devia.

 

Na prática tenho o meu dinheiro "congelado" na conta que mais utilizo e passei cheques que andam na rua carecas, o que pode ser porreiro em dias ventosos como o de hoje mas não deixa de me dar um arrepio nas orelhas (imaginando a hipótese de se tratar de um daqueles lapsos porreiros para servirem como represália)...

 

Agora digam-me lá se não dá vontade de mandar esta gente toda para o... para a... para um sítio qualquer bem distante?

27
Out08

NEGÓCIOS À PARTE

shark

Numa altura em que a crise se faz sentir no meu negócio como em qualquer outro e até na publicidade de seguradoras de vão de escada se dão ao luxo de debochar com o estatuto do mediador (intermediário) para justificarem os preços de saldo, devem imaginar como me sinto quando alguma das companhias que represento se revela incapaz de servir as pessoas com o brio e a dignidade que merecem.

Acontece em qualquer ramo de actividade, neste país de preguiçosos e de amadores, pelo que não é de estranhar que se repercutam no meu ofício as mesmas mazelas que já por aqui desabafei quanto a outros tipos de bem ou serviço.
 
Mas dá-me cabo do dia, esta sensação de impotência depois de um bom pedaço do meu tempo investido em tentar chamar as pessoas à razão que melhor serve os meus clientes e, no caso concreto, melhor serviria os interesses (nomeadamente a imagem) da própria empresa em causa.
 
Dá-me cabo do dia, da motivação e da esperança no futuro da minha actividade nesta terra de gente sem noção de que o progresso invariavelmente acaba por banir os menos capazes, nem que seja porque o maior acesso à informação permite a comparação fácil que só a preguiça das pessoas na leitura dos contratos que assinam evita assinar-lhes a guia de marcha para a reengenharia forçada.
 

Ou para um destino equivalente ao que têm sofrido diversas organizações devidamente penalizadas pela sua desadequação aos tempos que correm: a integração em grupos mais poderosos ou em multinacionais.

 

Na prática, o seu fim.

26
Out08

A POSTA POR IMPULSO

shark

Em mais do que uma ocasião vi-me arrastado para conflitos que nada tinham a ver comigo. Pelo menos de forma directa, bastando apenas que amigos se vissem em apuros para que eu avançasse para o centro da confusão.

Não se trata de algo particularmente louvável ou digno de elogio, pois em boa parte dessas minhas nobres atitudes de cavaleiro do reino dos palermas acabei por intervir em abono da parte que menos o merecia. Ou seja, nem sempre exibi alguma forma de inteligência associada ao impulso guerreiro (em alguns episódios tratou-se mesmo de força bruta) que me moveu.
 
Ainda assim, é essa a energia motriz das minhas reacções de solidariedade estapafúrdia sempre que me visto aliado de todos quantos reconheço do meu lado de uma barricada qualquer. Os amigos, acima de tudo, são todos como as donzelas em apuros no meu conto de fadas pessoal. E não é por uma questão de coragem, que essa só se revela em situações extremas, mas por simples questão de princípio e todos sabemos que esse pode implicar um fim. O fim das expectativas, por exemplo, quando o mesmo amigo por quem enfrentámos um grupo de rufiões pode ser o primeiro a dar de frosques quando a coisa se descompõe para nós.
 
Contudo, não consigo deixar de entender a amizade como uma coisa séria e nessa minha concepção quixotesca não há lugar a deserções. Sempre que me percebi ausente dos sarilhos ou dos problemas de um amigo, mesmo que apenas por deles não ter conhecimento, envergonhei-me e nunca me perdoei tal circunstância.
Não me permito falhar a presença na contagem de espingardas e acredito que essa opção faz parte do conjunto de valores, alguns absolutamente idiotas, que cultivo como meus.
Pelo menos em teoria, pois a vida nem sempre facilita a missão dos armados em bons quando ainda por cima estão desarmados de bom senso ou mesmo da essência que pode sustentar tais regras na prática.
 
Ninguém é perfeito e eu sou um dado adquirido nessa matéria. Talvez seja essa constatação que me leva a tentar compensar a cena com umas quantas regras, meia dúzia de rabiscos na sebenta da minha personalidade confusa para me orientarem num sentido qualquer que eu possa considerar digno de alguém como deve ser.
Para evitarem que eu resvale para aquilo que rejeito nos outros e me leva a conservar uma prudente distância da maioria. E que igualmente acaba por criar uma barreira intransponível entre mim e quem não tem pachorra para elevar demasiado a fasquia para corresponder às minhas absurdas exigências.
 
Toda esta ladainha em nada invalida o pressuposto original. E esse é o de que prefiro que os amigos, the few, contem comigo para os ajudar durante a refrega do que para os amparar depois da queda à qual não assisti.
É uma questão de feitio, claro, mais os tais valores com que o polvilho como pozinhos de perlimpimpim milagrosos para expurgar ou pelo menos contrabalançar as lacunas que identifico na boa.
 
Quando me espalho ao comprido depois de escorregar na casca de banana que deposito no soalho do sótão onde encafuo estas minhas parvoeiras.
25
Out08

COM TANTA LATA PODIA SER UM MAGNATA DO FERRO-VELHO

shark

Um antigo presidente da Pimco, Mohamed El-Erian, mostrou-se preocupado com a hipótese de existir uma tendência para ir além da constatação de que a crise actual foi provocada pelo abuso de alguns instrumentos financeiros por causa de uma arquitectura financeira inadequada.

De acordo com o senhor, haverá quem irá dizer que a globalização das finanças é uma má ideia. E isso seria, diz ele, uma tragédia...

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