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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

26
Out08

A POSTA POR IMPULSO

shark

Em mais do que uma ocasião vi-me arrastado para conflitos que nada tinham a ver comigo. Pelo menos de forma directa, bastando apenas que amigos se vissem em apuros para que eu avançasse para o centro da confusão.

Não se trata de algo particularmente louvável ou digno de elogio, pois em boa parte dessas minhas nobres atitudes de cavaleiro do reino dos palermas acabei por intervir em abono da parte que menos o merecia. Ou seja, nem sempre exibi alguma forma de inteligência associada ao impulso guerreiro (em alguns episódios tratou-se mesmo de força bruta) que me moveu.
 
Ainda assim, é essa a energia motriz das minhas reacções de solidariedade estapafúrdia sempre que me visto aliado de todos quantos reconheço do meu lado de uma barricada qualquer. Os amigos, acima de tudo, são todos como as donzelas em apuros no meu conto de fadas pessoal. E não é por uma questão de coragem, que essa só se revela em situações extremas, mas por simples questão de princípio e todos sabemos que esse pode implicar um fim. O fim das expectativas, por exemplo, quando o mesmo amigo por quem enfrentámos um grupo de rufiões pode ser o primeiro a dar de frosques quando a coisa se descompõe para nós.
 
Contudo, não consigo deixar de entender a amizade como uma coisa séria e nessa minha concepção quixotesca não há lugar a deserções. Sempre que me percebi ausente dos sarilhos ou dos problemas de um amigo, mesmo que apenas por deles não ter conhecimento, envergonhei-me e nunca me perdoei tal circunstância.
Não me permito falhar a presença na contagem de espingardas e acredito que essa opção faz parte do conjunto de valores, alguns absolutamente idiotas, que cultivo como meus.
Pelo menos em teoria, pois a vida nem sempre facilita a missão dos armados em bons quando ainda por cima estão desarmados de bom senso ou mesmo da essência que pode sustentar tais regras na prática.
 
Ninguém é perfeito e eu sou um dado adquirido nessa matéria. Talvez seja essa constatação que me leva a tentar compensar a cena com umas quantas regras, meia dúzia de rabiscos na sebenta da minha personalidade confusa para me orientarem num sentido qualquer que eu possa considerar digno de alguém como deve ser.
Para evitarem que eu resvale para aquilo que rejeito nos outros e me leva a conservar uma prudente distância da maioria. E que igualmente acaba por criar uma barreira intransponível entre mim e quem não tem pachorra para elevar demasiado a fasquia para corresponder às minhas absurdas exigências.
 
Toda esta ladainha em nada invalida o pressuposto original. E esse é o de que prefiro que os amigos, the few, contem comigo para os ajudar durante a refrega do que para os amparar depois da queda à qual não assisti.
É uma questão de feitio, claro, mais os tais valores com que o polvilho como pozinhos de perlimpimpim milagrosos para expurgar ou pelo menos contrabalançar as lacunas que identifico na boa.
 
Quando me espalho ao comprido depois de escorregar na casca de banana que deposito no soalho do sótão onde encafuo estas minhas parvoeiras.

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