A Bush de saias (reporto-me à inteligência) que os Republicanos desencantaram para rentabilizarem politicamente a ausência de Hillary Clinton continua devastadora quando abre a boca.
Nem a nossa Manuela Ferreira Leite consegue acertar tanto nos pés de cada vez que se pronuncia acerca seja do que for.
Palin, um esmero de palermice, é toda ela um erro de casting que se revela tanto nas suas respostas cretinas como na pose de menina mimada mas rabina que tenta sem sucesso vestir.
Perguntava-lhe uma jornalista há pouco, depois de Palin invocar a proximidade do Alasca com as fronteiras canadiana e russa – o que lhe conferia imeeenso contacto internacional, claro, se isso implicava alguma experiência em conversações directas com o papão vermelho (e agora azul e branco também) de Putin. E a candidata à Vice-Presidência da nação mais poderosa do planeta esclareceu que existem diversos contactos comerciais entre o Alasca e a Rússia.
Nessa ordem de ideias eu mantenho enorme proximidade com o Executivo Português, já que existem diversos contactos fiscais entre mim e o Governo de Sócrates…
Mas se até agora achava piada a esta figurinha lançada às feras como uma espécie de jogador do Arrifanense promovido a titular do Porto, à pressa, para o jogo decisivo de hoje com os vizinhos do meu Glorioso, a boca foleira acerca da ligação de Obama com um activista dos anos sessenta – tão sem nexo que custa a digeri-la quando provinda da candidata à… vocês sabem a quê – coloca esta dondoca, esta falsa tia, no pódio dos candidatos mais indignos (porque mais imbecis para além de baixos no carácter) que o circo eleitoral norte-americano já produziu.
Considerando o que está verdadeiramente em causa nas eleições mais determinantes do mundo, pelas repercussões da desastrada passagem de Bush que urge emendar, é inconcebível que uma criatura daquelas seja a sucessora natural de um candidato ancião, caso este venha a sentar o traseiro no cadeirão da Sala Oval, e por isso tão passível de vir a ser Presidente dos EUA como aconteceu a Santana Lopes chegar um dia a Primeiro-Ministro de Portugal.
Basta uma partida do destino. E seria das mais perigosas da história do planeta.
Por isso interrogo-me se os eleitores americanos ensandeceram quando vejo a proximidade entre os dois candidatos nas sondagens e recordo a desilusão global quando se verificou a inesperada reeleição do cowboy mais sanguinário à face da terra desde Billy the Kid.
E adivinhando as consequências de uma escolha desacertada em quase tudo quanto de mau possa vir a acontecer nos próximos anos (e não falo só da economia), fico a torcer pela alternativa a Palin e ao que ela representa.
Mesmo sem alimentar grandes ilusões acerca do grau de diferença que permitirão a Obama, num país com uma péssima tradição em matéria de índice de mortalidade dos líderes e dos políticos mais arrojados ou reformistas.