FERNÃO CAPELO
Foto: Shark
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Foto: Shark
Nem sei por onde lhe pegar, tamanho o desastre...
Às vezes parece magia. É quase como se o espírito de alguém que já não o pode fazer me empurrasse para escrever, arrastando-me para junto das teclas depois de boicotar tudo o resto que me possa desviar deste vício que tanto de bom me deu. Como de mau.
Às vezes é mesmo assim que tudo se conjuga, o software que não arranca, a net que se recusa a responder. Ou a combinação lá fora adiada para depois.
E eu sento-me diante de um monitor rectangular, uma folha virtual, em busca de algo para dizer a quem me queira aprender por aqui. Os dedos procuram uma a uma as letras e os caracteres que se alinham sob a forma das palavras que preciso libertar de um cativeiro qualquer. Sem rede, no trapézio da vossa aprovação. E da minha também.
Às vezes parece que está escrita, esta vontade que me obriga a comunicar convosco o mundo visto pelos meus olhos na cor das imagens ou no som em que as palavras se podem traduzir, depois de decifradas por quem as receber como uma dádiva que é parte de mim e não precisam agradecer mas apenas demonstrar que tem valido a pena, este papel de marioneta de um espírito ou de algo dentro de mim que me senta diante das teclas para produzir uma reacção. A vossa e a minha. Um pedaço de vida que se sente à distância como se estivéssemos todos aqui ao pé, a minha e a vossa, cruzadas neste caminho futurista onde vamos pelos dedos e partilhamos alguns segredos que nem aos mais próximos ousamos confessar.
A nossa essência à mão de semear, espalhada entre as palavras ou as imagens com que tentamos esboçar um perfil. Isso mais a euforia da liberdade de expressão que representamos enquanto poder algum a conseguir amordaçar.
A nossa vida por escrito, virtual apenas no registo, analógica logo que possível pela confirmação derradeira que só encontramos no reflexo de um olhar.
A nossa segunda casa, de portas abertas, quase perfeita, como as quereríamos sempre no mundo que acreditamos ideal.
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