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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

12
Ago08

ENQUANTO PUDERES

shark

 

Olhos que desafiam, que convidam, que prometem mais e melhor.
Mãos que dançam, que desenham no ar as expressões que confirmam as de que o rosto é capaz.
E depois a pele, sagrada. A pele sentida como nossa, familiar. A pele que não desdenha arrepiar ao contacto superficial que se entranha, neste ou naquele ponto do corpo que se disponha a sentir.
 
Os lábios que se multiplicam em sensações proporcionadas, partes da alma beijadas em curto-circuito enquanto a língua desenha no corpo um rasto da sua passagem e prepara o caminho para a vertigem da penetração impossível de adiar.
A voz que não consegue reprimir os sons de momentos tão bons que nos apetece gritar ao mundo um prazer que não se admite amarrado pelo silêncio, alado, a experiência de um sonho acordado que exigimos seja capaz de estancar os ponteiros do grande relógio universal.
 
O calor libertado da prisão em que o enclausuramos pela restrição imposta contra natura, o suor que se mistura na flor que a pele se quer reconhecer, tão bem tratada pelo toque jardineiro que pode durar um dia inteiro sem saturar, pétala a pétala, os dedos por entre as gotas de orvalho nascidas como as da alvorada, em plena madrugada de Verão, a transpirar, sob o testemunho discreto de um luar descoberto nos olhos espelhados de uma mulher sensual.
 
Olhos que agradecem, que reconhecem, que transmitem a vontade de repetir.
Mãos que parecem sorrir enquanto tacteiam o rosto do outro como o seu, em paz.
 
E sempre a pele, profana. A pele que nos ama naquele instante precioso, sensorial.
A pele que não esquece o arrepio de um contacto absorvido, de um tempo impossível de ser esquecido, nesta ou naquela porção de alma ébria da emoção que se impõe viver.
 
Corpos receptivos e livres de grilhões, onde galopam sensações.

Cabeças isentas de medos e de nojos, vidas felizes de gente saudável e sem nada a perder.

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