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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

16
Jul08

ÁGUA BENTA

shark

 

Dos erros que cometi posso garantir-vos que até hoje nenhum deles esqueci.
Não porque pretenda sobrevalorizar-lhes os contornos e as consequências que já terei algures cuidado de lamentar, mas apenas porque com tantas opções disponíveis para a função o único erro verdadeiramente imperdoável seria o desperdício de arriscar repeti-los por mera distracção.
16
Jul08

A POSTA QUE AMANHÃ OU DEPOIS TRATAMOS DISSO...

shark

Ouço um insuspeito socialista com pergaminhos na área da Economia, Vítor Constâncio, reportar-se ao actual cenário de crise e respectiva evolução em termos como “talvez a crise mais grave desde a II Guerra Mundial” e confesso que essa inconfidência que tanta mossa pode causar, por exemplo, nas cotações bolsistas surpreende-me menos do que me assusta.

A surpresa só pode apanhar desprevenidos os que queiram fazer de conta, pois os sinais deste lento resvalar para a recessão fazem-se sentir de forma visível em qualquer extracto de conta.
O susto, esse acaba por ser como a surpresa: só não se sente assustado quem ainda não percebeu que o pior está para vir e Portugal não parece o país melhor equipado para enfrentar os cenários mais preocupantes (como aquele que Constâncio esboçou).
 
Apontar o dedo a este ou a qualquer outro Governo, todos eles subordinados aos critérios da União Europeia que não acredito possa fazer jus ao nome no salve-se quem puder de um colapso do sistema, afigura-se pouco mais do que inócuo. É nada menos do que isso que se consegue subentender no desabafo(?) daquele que é um dos mais reputados economistas deste nosso país em apuros.
E não há Governo capaz de dar a volta à incapacidade dos portugueses para lidarem atempadamente com as broncas. Mesmo quando anunciadas, deixamos para o fim (tarde demais, no caso em apreço) as medidas necessárias para as enfrentar.
Somos assim e talvez não haja volta a dar. Pode até residir aí a explicação para o declínio que o país sofreu sempre que as vacas gordas ou as galinhas dos ovos de ouro acabaram.
 
Lidamos mal com previsões pessimistas. Ou as desvalorizamos ou as ignoramos até ao limite do absurdo. Atacamos os fogos no horizonte com a mesma diligência que empregamos nas filas que criamos no último dia do prazo para seja o que for. Só quando a chama já nos lambe as solas corremos a buscar o balde de água.
E esse, perante os indicadores de uma retoma que de adiada passa a impossível nos tempos mais próximos, será de água fria para todos quantos ainda aguardem algum milagre que não tem sequer por onde acontecer (tamanho o leque de preocupações para o sistema financeiro mundial).
 
Assusta-me a perspectiva de uma recessão num país onde assaltam esquadras para roubarem metralhadoras, onde se sucedem tiroteios e perturbações da ordem pública cada vez mais constantes e nem os tribunais escapam aos indicadores de desrespeito pela autoridade que nada de bom pode prenunciar se deste período de relativa acalmia passarmos de repente ao mergulho no pandemónio que um contexto mais conturbado sempre suscita.
E não me surpreende de todo que mesmo o sentido de Estado não consiga já inibir o fim dos paninhos quentes com que alguns dos responsáveis pela gestão de um futuro caos têm chutado para canto aquilo que todos pressentimos mas recusamos assumir, como portugueses de gema.
 

Já estamos no centro do ringue. Só falta sabermos quando e de onde virá a maior pancada.

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