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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

01
Jun08

EU, FALO

shark

Se eu vos disser que sou um pénis a escrever um post ninguém acredita e muita gente vai julgar que estas palavras são todas da autoria de mais um blogueiro ordinário que gosta de chocar as pessoas.

O problema reside na mania dos pressupostos, dos rótulos que elas (as pessoas) colam aos outros e aos pénis (que é suposto não falarem), facto que condiciona de alguma forma o desempenho de qualquer um de nós (os falos).
E condiciona sobretudo ao nível do sexo oral. Eu explico porquê.
 
Se eu, falo, afirmar que gosto de sexo oral ninguém estranha. Mas isso apenas porque aplicam de imediato uma conotação brejeira à expressão. E é de expressão que vos falo, por exemplo da expressão com duplo sentido que vos leva a presumirem que um pénis não bloga (não fala) e por isso o sexo oral em causa não é o que trata da oralidade, da verbalização, mas sim o dos mimos que nos dão (a nós falos) num contexto bem diferente daquele que pretendo exprimir.
 
Mas eu, o falo, recuso-me a vestir a pele (qualquer pele, sobretudo de borracha ou similar) da pila que só ergue a voz, que a temos, pela causa que alegadamente nos move em exclusivo. Só pensas nisso, o cliché, como se a vida de que vos falo se restringisse a uma única função mais uns chichis quando calha.
E eu aponto noutra direcção (no meu caso concreto é prá esquerda) e recordo-vos o conceito, brilhante, do pensar com a pila.
 
Pensar com a pila é algo que nada tem de bizarro ou de censurável. Aliás, nesta vossa blogosfera tão atraída pelos gajos com tiques e estatuto de intelectual, é perfeita a associação de ideias implícita (embora não conste que a prática o comprove). Pelo menos em teoria.
Como julgam vocês que um pénis ocupa o tempo passado, maioritariamente, no avesso das cuecas?
Um pénis nunca dorme, medita. E é por isso natural que se pense com a pila, havendo até casos em que o sexo oral (o falado) é prova bastante de que ao gajo associado mais valia cingir-se a seguir o raciocínio da pila e poupar o cérebro para as funções menores (por quanto paradoxal que isto possa parecer aos que possuem falos minorcas).
 
O sexo oral constitui para um pénis um ícone da mais pura liberdade de expressão, pois, como o nome indica, a um falo compete falar. E por isso não é assim tão estranho um pénis blogar. Porque um pénis raramente pratica o sexo que lhe está associado por inerência e por isso sentimos (nós, os falos) a necessidade de comunicação oral para podermos exprimir emoções, anseios, tesões ou simples devaneios ligados à miséria da nossa condição semi-clandestina por detrás de peças de roupa ou do puritano manto de pudor com que sempre nos cobrem.
E na ausência de uma boca (para falar) recorremos à expressão escrita, aproveitando as tais funções menores que o gajo acoplado pode executar sem um esforço por aí além.
 
Por isso não vejo porque a ideia de um pénis a blogar deva constituir uma mera ficção, uma fantasia estapafúrdia de alguém que por acaso até bloga.
As pilas não são todas iguais (e isto não sou eu, o falo, a colocar-vos as palavras na boca), diz-se por aí e eu sou forçado a concordar.
 
E chega a um ponto em que alguns de nós falos temos mesmo que falar, nem que seja com os nossos botões.

(Com o fecho eclair é que não há conversas e qualquer pila que já se tenha visto entalada numa dessas criações demoníacas que só podem ter brotado da mente de um órgão sexual feminino sabe bem do que falo…).

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