NÃO ESTAMOS A FALAR DA IRMÃ DA CANHOTA, POIS NÃO?
Foto: Shark
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Foto: Shark
Tanto que até tenho pena do homem.
Numa fase em que estou reduzido aos cerca de vinte linques que não apaguei de vez na última vassourada nos meus “favoritos”, eliminando quase por completo as fontes de arrelias do passado recente, só mesmo por uma enorme coincidência consegui ir aterrar num espaço que desconhecia e que é da autoria de alguém da minha lista de pages not found definitivas.
A sensação foi tão desconfortável que instintivamente premi um botão e mudei logo para o outro lado da rua.
Por uma questão de coerência, só posso ficar feliz quando vejo as pessoas adequadamente servidas.
Foto: Shark
Depois de um mês à espera da instalação após a assinatura da papelada perdi uma tarde de trabalho à espera, em vão, que honrassem a hora marcada e confirmada para a instalação do MEO.
Se há coisas que não tolero são faltas de respeito e de brio profissional. E como não acredito que os MEOS tenham ideia de me pagar a tarde de trabalho perdida, já avisei a Tv Cabo de que afinal fico ZON para ficar on.
O MEO tá off...
...Para os olhos de quem se deixa impressionar pelos números destas apreensões levadas a cabo pelas nossas diligentes polícias.
Se para a maioria das pessoas, ignorantes acerca das diferenças entre drogas duras e drogas leves, estas operações tão mediáticas podem constituir um sinal inequívoco da eficácia das nossas autoridades, para mim não passam de cosmética para disfarçar a falta de meios e de vontade política para combater o narcotráfico a sério.
O tráfico de haxixe é ilegal e entende-se que as autoridades exerçam o seu efeito disuasor, mas é preciso ter em conta que não existe paralelo entre o pesadelo associado às chamadas drogas duras (cocaína, heroína) e o quanto elas tomam por reféns países inteiros e o que deriva das substâncias derivadas da canabis.
É como comparar uma constipação com um cancro, perdoem-me a imagem...
Sejamos claros: se a ilegalidade é, na prática, a mesma, as consequências sociais, económicas e mesmo políticas dos tráficos em causa são incomparáveis e só não sabe quem não conviveu de perto com os dois lados da questão.
E esse não é o caso dos agentes da autoridade, que saberão tão bem como eu não ser possível medir o real valor da apreensão em quilos mas sim em euros, tal como sabem não ser exactamente o mesmo desmantelar uma rede de traficantes constituida por pescadores, canalizadores, cidadãos comuns, e uma outra onde constam proprietários de Ferraris e de mansões.
É preciso ter em conta as reais dimensões do feito e o quanto a sociedade sai ganhadora do mesmo, para podermos todos assumir com frontalidade se o ganho resultante não sabe a pouco perante a impunidade de quem se movimenta nos mais altos cifrões da economia paralela. E se os portugueses não prefeririam ver o esforço, a concentração e os meios investidos no crime que efectivamente nos lesa em vez de apontarem para a vitória fácil sobre as redes de traficantes amadores.
Estas apreensões "prá balança" e consequentes detenções de arraia miúda no contexto do fenómeno em causa apenas servem os interesses políticos de quem dá a cara pela luta contra o crime.
Pouco ou nada beneficiam os cidadãos que as custeiam com os seus impostos para, na prática, apenas abrirem caminho para a substituição dos zé-ninguéns que traficam drogas que não matam por outros, mais atentos, mais sofisticados, que aproveitam os seus circuitos montados para as drogas que viciam e matam e onde é fácil albergar estes valores residuais que as rotas do haxixe representam.
Por muito que componham as parangonas.
Confirma-se. Fiquei mesmo pendurado.
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