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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

05
Jun08

TALVEZ SE ADORMECER OUTRA VEZ...

shark

Sonhei que tinha chegado ao poder em Portugal um gajo linha dura, daqueles que às vezes despontam na assembleia de condóminos quando está tudo aos berros sem decidir nada e diz “faz-se assim porque é o que a lei determina, o que o bom senso recomenda e o que mais beneficia os interesses do colectivo” e toda a gente amocha e a partir daí é ele quem manda no edifício.

 
Então o gajo do poder, no sonho, não pertence a qualquer partido mas a um movimento organizado de cidadãos e mal abanca no seu posto de trabalho começa a chamar Ministros e Secretários de Estado um a um e a retirar-lhes as mordomias excessivas, “para dar o exemplo”, e a impor-lhes a terrível angústia de auferirem um salário mais baixo do que no privado mas mais alto do que a esmagadora maioria dos compatriotas junto dos quais poderão recolher dividendos em orgulho de servir uma Causa Pública, uma Pátria, para compensar aquilo que perdem nas regalias sem nexo.
 
E depois esse gajo no poder incumbe os seus assessores (uma dúzia deles) de lhe fazer chegar à mesa um dossier detalhado acerca de cada um dos organismos do Estado cuja despesa em coisa supérfluas ultrapasse escandalosamente a média apurada para o funcionamento de organismos análogos em Portugal e em dois ou três outros países mais eficientes no controlo da despesa pública. Directores demitidos sem apelo nem indemnizações chorudas, embaraçados publicamente com a exposição dos seus despautérios caso vão para os jornais armados em gabirus. E nomeados os melhores naquela área específica, sem critérios partidários, ou melhor, sem outros critérios que não o do reconhecimento unânime da sua competência e subordinados a novas regras escrupulosas de controlo de custos e de avaliação periódica de desempenho.
 
A seguir, nesse meu sonho, o gajo no poder vira-se para os privados que comprovadamente abusem de situações de monopólio, que descaradamente pratiquem uma política de preços concertados e acaba-lhes a festa por via legislativa, aproveitando para endurecer de forma drástica as coimas ligadas a práticas incorrectas ou imorais, nomeadamente as mais poluidoras, e pressionando no sentido de o Código Penal prever pena de prisão efectiva para qualquer gestor público ou privado condenado por desvio de fundos, fuga ao fisco ou qualquer outro crime passível de afectar a confiança dos consumidores (com especial incidência nos sectores da saúde e da alimentação).
A corrupção passa a ser combatida como uma ameaça terrorista, com mão pesada da Justiça para os seus principais mentores.
 
E depois de dar o exemplo começando por cima, o gajo no poder que sonhei, apela aos cidadãos para o facto de um país não passar de um gigantesco edifício onde a balda de uns acaba sempre por lesar os interesses e o património dos outros e de como isso em última análise conduz à decadência de toda uma nação entregue à pilhagem generalizada e à bandalheira instituída pelos maus hábitos do passado, tentando motivar a população para alinhar numa reviravolta histórica que poderá conduzir o país a uma situação confortável e mesmo invejável por comparação com outros parceiros do mesmo campeonato no grande desafio europeu e mesmo mundial.
Aponta a defesa do ambiente como uma causa nacional prioritária, propõe condições para atrair os mais importantes centros de investigação científica internacionais e assume a Saúde e a Educação como principais centros da atenção do Estado, tentando envolver os privados sem com isso descartar a responsabilidade do seu Governo na eficácia do sistema e na universalidade da sua aplicação.
 

Mas o meu sonho não teve um final feliz. Acabou precisamente a meio desse discurso emotivo em que o tal gajo no poder electrizava milhares de pessoas com a sua capacidade de mobilização, num comício público, quando acordei assustado com o estampido do tiro com que alguém a soldo de outrem o executou de forma sumária.

05
Jun08

OS MALUQUINHOS DA BOLA

shark

Ele é o Pinto da Costa all over the place a propósito da iminente suspensão do FCP nas competições europeias.

Ele é o Mourinho a propósito do fim do seu longo defeso, a caminho do futebol spaguetti.

Ele é o inepto Postiga a propósito da (ahahahah) sua contratação pelo Sporting (que em troca cedeu ao Porto mais um dos seus jovens bem formados para brilharem nas casas dos outros).

E agora constou-me que até a programação do Rock In Rio foi alterada em função do jogo de estreia da nossa selecção.

 

É impressão minha ou neste país anda tudo a bater mal da bola?

 

 

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