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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

11
Mai08

A POSTA QUE DIZER BEM NÃO ME FICA MAL

shark

Sempre que alguém se destaca da multidão por este ou por aquele motivo existe um grupo que de imediato se ergue, contestatário, e se mobiliza para desmantelar peça por peça o eventual brilhantismo associado a tal distinção.

Nem todos quantos integram estes núcleos de reacção espontânea agem estimulados pela força da inveja ou do despeito, claro. Um ou outra, talvez igualmente dignos de ocuparem o tal pódio, poderão apenas divergir no caminho a seguir para obter os mesmos resultados ou, no seu entender, ainda melhores (quando tentam sequer…).
 
Infelizmente, esses últimos constituem a minoria. Nas sanhas conspiradoras que quase sempre acabam por unir os second best no objectivo comum de minimizar os feitos de que se ambicionam protagonistas, o mote para o azedume que aflora, encontram-se por regra os medíocres para os quais só é fácil criticar o que outros fizeram porque eles próprios não possuem algo de concreto para exibir.
Ou seja, na maioria dos casos aqueles que criticam provaram-se incapazes de fazer melhor.
E se isso não retira seja a quem for o direito de criticar de forma construtiva ou mesmo no sentido de expor as fragilidades do trabalho ou da atitude dos outros, no mínimo obriga essas pessoas a serem objectivas e a reconhecerem as virtudes naquilo ou naqueles de que se arvoram detractores.
 
A isenção, parceira indissociável de qualquer opinião que se pretenda rigorosa e credível, passa precisamente pela capacidade de isolar o mérito que assista no todo que se pretende avaliar de forma negativa. Quando tal não se verifica desmascara-se uma postura tendenciosa, maledicente e seguramente parcial. E percebe-se que por detrás da crítica feroz existe uma motivação de índole pessoal, sem nada a ver com o pretexto de fachada que se possa reclamar como o cerne da questão.
É esta a verdadeira dimensão da maioria dos que apontam o dedo a alguém e, por norma, a quem seja reconhecido/a melhor no mesmo domínio dos que afinal indicam o caminho para a sua menoridade por simples comparação.
 
Existem os que fazem (bem ou mal) e os que ficam de fora a dar palpites ou simplesmente a teorizar as suas versões melhoradas de algo que jamais conseguiriam concretizar. É assim que a coisa funciona na blogosfera como no resto da vida que aqui se acaba por se ver reflectida.
Eu gosto da blogosfera e admiro cada colega que prova com factos gostar tanto ou mais do que eu (a obra feita fala sempre mais alto do que o paleio da treta).
 
E esta minha admiração, sem rigorosamente nada a ver com ligações pessoais ou mesmo virtuais, redobra quando percebo nesse colega um conhecimento de causa que passa pelo vestir da camisola, pela escolha difícil entre o que sempre fomos e aquilo que a blogosfera, quando nela apostamos demais, nos obriga a ser.
 
Foi um desses que tive o prazer de aplaudir, depois de ontem assistir à entrevista ao Paulo Querido no programa Falar Global, da SIC Notícias.
Conheço o homem em pessoa mas nem um café tomámos os dois e trocámos duas frases de circunstância na ocasião, ou pouco mais. Conheço, na prática, a sua dimensão virtual. E nessa, onde eu mesmo, por uns dias, ousei sonhar-me capaz de fazer no mínimo igual (todos temos fases idiotas e nunca escondi as que me tocam), não encontro um paralelo na blogosfera portuguesa em quantidade ou qualidade passível de ser atribuído ao esforço e à capacidade de iniciativa de um homem só.
 
Venha quem quiser contestar o que afirmo e inclusivamente associar o que digo a algum objectivo secreto que o possa justificar, agora ou no futuro (topo-vos bem…).
 
Perante os factos à vista e sua incontestabilidade, até podem falar pelos cotovelos que eu terei sempre em conta de onde essas palavras sairão.

Precisamente de onde mais lhes dói.

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