Precisamente neste instante, Pedro Passos Coelho acabou de conceder uma entrevista à SIC Notícias. E se não vos vou maçar (e a mim próprio) com a dissecação, com a análise política do projecto deste candidato à liderança laranja (coisa que qualquer tipo que bloga faz com uma perna às costas), tenho que partilhar a minha impressão superficial (à superfície do lodaçal) acerca do que me inspira esta visão do ex-líder da JSD a sorrir (enquanto a entrevistadora – Ana Lourenço - o desconcentrava com um ataque de tosse que a deixou a meio caminho de ficar afónica em directo).
Ideias à parte, e peripécias televisivas também, a galeria de candidatos à liderança dos sociais-democratas oferece este rapaz que o partido viu crescer (e cresceu, o puto…) para a política até a crise interna o transformar num imprevisto “calmeirão”. Sem o currículo de outros notáveis, este antigo “internacional sub-21” surge cada vez melhor colocado nesta sua estreia no campeonato dos seniores.
Depois temos a figura austera de Manuela Ferreira Leite, um apelo irresistível para portugas habituados a reclamar contra a bandalheira. E os militantes do PSD, coitados, sentir-se-ão com razões para reclamarem a dobrar.
Nesse contexto de salvadora da pátria laranja, os analistas mais conceituados da praça (os que normalmente são apanhados de calças na mão como a eleição de Luís Filipe Menezes comprovou) atribuem-lhe um avanço maior do que o Porto conseguiu na Primeira Liga.
E eu arrisco o palpite contrário: atribuo-lhe a mesma desdita do meu Benfica que se anunciou candidato ao título e já anda pelo quarto lugar.
E ainda sobra espaço para o mais surpreendente dos candidatos, o homem do PPD/PSD, talvez o rosto mais lembrado da caldeirada em que Durão Barroso deixou o partido e o país quando aceitou ir pregar para uma paróquia mais populosa.
Santana Lopes, o Crónico, surge em cena sempre que a vida lhe oferece um novo mandato para deixar por cumprir.
É uma espécie de animador mediático laranja, saindo sempre ganhador em matéria de cobertura jornalística. Tão persistente que às vezes ganha…
Por fim, o meu mais desejado, Alberto João Jardim. Aquele que até nesta pseudo-pré-candidatura consegue incutir episódios de antologia em matéria de humor conseguiria, digo eu e apesar do seu estatuto de cacique predominantemente local, transformar este momento laranja num acontecimento de dimensão verdadeiramente nacional.
Sem ele, a esmagadora maioria da população não assistirá ao jogo, limitando-se a saber mais tarde o resultado da partida, neste caso do partido, num noticiário qualquer.
Ah, e falta-me falar do primeiro a avançar dos que ainda (ou já) estão na luta que se adivinha.
E Antão, Patinha?