PATINHA, POIS ANTÃO!
Depois do celebérrimo Aguiar Branco, um ex-Ministro de que poucos recordam o pelouro e de Passos Coelho, um ex-líder da JSD para quem só esta bagunça poderia abrir uma janela de oportunidade que nem nos seus wildest dreams previa, agora avança também o famoso, o badalado, o ilustre Patinha Antão.
Claro que pode sempre haver um Cavaco escondido no interior de cada viatura com a rodagem por fazer, um qualquer José Mourinho da política partidária oculto em candidatos promessa como Rui Rio, Manuela Ferreira Leite, Miguel Cadilhe (a quem o apoio de Alberto João Jardim liquidou quaisquer veleidades), Santana Lopes (o maior terror para a população em geral e para os notáveis do PSD em particular) e o próprio demissionário "por apelo das bases".
Mas assim à primeira vista as figuras de proa, os líderes-sombra deste pesadelo laranja que nem o Benfica de rastos logrou (anda lá perto) reproduzir, parecem adoptar a mesma estratégia que deixou Marques Mendes a falar sozinho quando o Camacho de Gaia atacou o poder.
Com nada menos do que três candidatos à liderança já perfilados, esgota-se o espaço de manobra dos outros candidatos potenciais e o PSD prepara-se outra vez para ver o título disputado pelas suas reservas, perante o silêncio sepulcral de um não confirmo nem desminto dos notáveis que adiam as suas decisões até ser mesmo tarde demais.
Mas a rapidez deste trio pode prenunciar algo de ainda mais caótico e fracturante para um partido que se arvora pluralista mas nem por isso enfrenta o melhor momento para a diversidade de projectos e de ambições: mais dois ou três que avancem e ficam criadas as condições para um beco sem saída, para um efectivo vazio de poder (a realidade prática das lideranças sustentadas pelas fracas linhas com que se cosem os acordos de conveniência com as diferentes sensibilidades à mercê dos amuos mediáticos dos que ficam sempre de fora...).
Note-se que esta caldeirada acontece no seio do único partido da oposição com hipóteses estatísticas e, convenhamos, realistas de disputar a maioria absoluta ao PS de Sócrates que, tal como o FC Porto, nem precisa de conquistar pontos para garantir a manutenção do troféu...
E isto só me preocupa pelas inúmeras coincidências que vão cimentando o triste paralelo entre a política e o futebol de que uma Democracia saudável jamais poderá beneficiar.