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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

20
Abr08

PATINHA, POIS ANTÃO!

shark

Depois do celebérrimo Aguiar Branco, um ex-Ministro de que poucos recordam o pelouro e de Passos Coelho, um ex-líder da JSD para quem só esta bagunça poderia abrir uma janela de oportunidade que nem nos seus wildest dreams previa, agora avança também o famoso, o badalado, o ilustre Patinha Antão.

 

Claro que pode sempre haver um Cavaco escondido no interior de cada viatura com a rodagem por fazer, um qualquer José Mourinho da política partidária oculto em candidatos promessa como Rui Rio, Manuela Ferreira Leite, Miguel Cadilhe (a quem o apoio de Alberto João Jardim liquidou quaisquer veleidades), Santana Lopes (o maior terror para a população em geral e para os notáveis do PSD em particular) e o próprio demissionário "por apelo das bases".

Mas assim à primeira vista as figuras de proa, os líderes-sombra deste pesadelo laranja que nem o Benfica de rastos logrou (anda lá perto) reproduzir, parecem adoptar a mesma estratégia que deixou Marques Mendes a falar sozinho quando o Camacho de Gaia atacou o poder.

 

Com nada menos do que três candidatos à liderança já perfilados, esgota-se o espaço de manobra dos outros candidatos potenciais e o PSD prepara-se outra vez para ver o título disputado pelas suas reservas, perante o silêncio sepulcral de um não confirmo nem desminto dos notáveis que adiam as suas decisões até ser mesmo tarde demais.

Mas a rapidez deste trio pode prenunciar algo de ainda mais caótico e fracturante para um partido que se arvora pluralista mas nem por isso enfrenta o melhor momento para a diversidade de projectos e de ambições: mais dois ou três que avancem e ficam criadas as condições para um beco sem saída, para um efectivo vazio de poder (a realidade prática das lideranças sustentadas pelas fracas linhas com que se cosem os acordos de conveniência com as diferentes sensibilidades à mercê dos amuos mediáticos dos que ficam sempre de fora...).

 

Note-se que esta caldeirada acontece no seio do único partido da oposição com hipóteses estatísticas e, convenhamos, realistas de disputar a maioria absoluta ao PS de Sócrates que, tal como o FC Porto, nem precisa de conquistar pontos para garantir a manutenção do troféu...

 

E isto só me preocupa pelas inúmeras coincidências que vão cimentando o triste paralelo entre a política e o futebol de que uma Democracia saudável jamais poderá beneficiar.

 

 

 

 

 

20
Abr08

TAMBÉM PODIA RIMAR COM CALÇÕES...

shark
Gostamos das coisas e das pessoas pelos motivos mais estapafúrdios ou mesmo sem qualquer razão aparente. Gostamos porque sim e até temos a sorte de não gostarmos todos do mesmo.
Faz parte da nossa capacidade intrínseca para amar, esse mecanismo aleatório que nos controla as afeições e nos descontrola as emoções. E faz parte da nossa tenacidade para resistir aos inúmeros desgostos que a falta de um sensor na maquineta nos impõe.
 
Esse sensor seria como uma espécie de chip, e aqui já entro nos meandros da Ficção Científica que muito aprecio, capaz de topar à légua as paixões e os afectos potencialmente desastrados ou mesmo inúteis.
Seria como uma espécie de detector de sarilhos, de dissuasor de desilusões, capaz de nos impedir de sermos adeptos do Benfica durante esta década malvada ou de nos apaixonarmos pela pessoa errada ou de evitarmos ceder ao olhar ternurento do cachorrinho abandonado que nos destruirá a mobília ao longo dos anos seguintes.
 
Claro que isso retirava boa parte da pica, pois mesmo os mais prudentes e atinados definham de tédio ao longo de uma existência desprovida desse frisson que nos proporcionam as falhas na mira. Por outro lado, a frieza e o calculismo implícitos num dispositivo dessa natureza criariam provavelmente problemas ainda graves para resolver.
Por isso somos obrigados a viver sob o jugo da nossa emotividade arbitrária e, por tabela, reféns de todos os padrões com que a sensibilidade (ou a mesquinhez) colectiva refina os múltiplos sentimentos de culpa que castram os afectos que sejam alvo de uma proibição ou de uma censura qualquer.
É uma gaita, bem o sabemos todos quantos partilhamos a cegueira típica da paixão exacerbada ou a mera parcialidade que nas questões da amizade nos cega também.
 
Somos, na prática, uma enorme confusão interior no que respeita ao amor e às suas inúmeras manifestações. E isso transparece para a bagunça externa em que de uma forma ou de outra acabamos por mergulhar, seja num episódio esporádico ou nas sequelas mais ou menos definitivas de uma decisão errada no domínio da Mãe (e do Pai) de todas as emoções.
 
Somos, por isso, cruéis quando nos martirizamos ou aos outros pelos desacertos que ao longo de uma vida normal (na minha versão da coisa, claro) um ser humano consegue protagonizar, podendo até essa má pontaria ser imputável à combinação explosiva em termos emocionais de uma dupla de invisuais das emoções.
 
Eu gosto de gostar, sobretudo de pessoas, como gosto da liberdade para escolher mal num dos poucos domínios que só a mim dizem respeito.
E aceito com cada vez menor contrariedade as facturas que isso implica, pois entendo-as como cicatrizes de que só as almas irrequietas e, neste nosso tempo apático, quase guerreiras podem orgulhar-se, sem vergonha alguma daquilo que dá imenso jeito aos mais cépticos ou invejosos apelidar de imperfeições.
 
Podem chamar imperfeitos mas é aos corações.
20
Abr08

WHAT ELSE?

shark

Tão simples como deixar a vista voar sobre um horizonte esplendoroso que quase nos faz perder a respiração.

Tão fácil como prestar atenção ao som da vida a acontecer, a voz de uma mulher cativa de um grande amor ou o canto que imaginamos alegre da passarada em dias de sol.

Tão natural como a reacção instintiva a um cheiro que o apetite identifica como o toque de alvorada, como a hora certa para despertar.

 

Tão óbvia que não se entende como tanta gente finge estranhar a possibilidade de alguém conseguir viver num estado de permanente paixão.

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