Tempos houve em que comprava todas as guerras virtuais que a blogosfera conseguia, com os seus equívocos ou embirrações fáceis, oferecer-me a toda a hora.
Bastava a simples suposição de um ataque de esguelha num post de outra pessoa, por vezes paranóia, e eu desdobrava-me em contra-ataques verbais.
Energia desperdiçada, como hoje é tão claro para mim. Fúria inócua dirigida a alguém por detrás de um monitor, por vezes anónima para mim ou para os outros, palavras cuspidas no teclado que interessavam aos intervenientes e pouco mais.
Foram tempos de seca, em que o Charquinho se travestiu em campo de batalha virtual, em moço de recados postados, peças de artilharia que provocavam estilhaços em quem me lia. Só suscitavam tédio e da sua eficácia pouco se conseguia comprovar.
Aos poucos, outras pessoas começaram igualmente a acordar para essa constatação inevitável e perdeu-se em emoção (que as picardias mexem sempre com a pessoa) o que se recebeu de criatividade em troca.
Sem o pretexto do azedume, a publicação dos posts tem que obedecer a um critério e esse acaba sempre por se impor pela necessidade de arranjar um assunto decente para entreter as visitas.
E é por isso que, mesmo quando me deparo com alguma indirecta intencionalmente mal camuflada no meio de um post de algum/a colega que não me grama, já não reajo de todo e sigo para bingo como se a situação não tivesse chegado ao conhecimento ou apenas passado despercebida.
É uma questão de bom senso mas também porque se prova ser uma magnífica estratégia, pois desencoraja a malta de insistir no comboio de chelas quando afinal a locomotiva nem sequer abranda a marcha à passagem pelos apeadeiros dos arredores…
Além disso, à poupança energética e em matéria de tempo útil alia-se desta forma uma redução significativa dos momentos de arrelia blogueiros.
E acaba por se reduzir, por inerência, quem insiste nessa tecla à sua mínima expressão.