Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

24
Mar08

A POSTA QUE AINDA SE POUPA ALGUM NOS DIVÓRCIOS

shark
sem factura.jpgFoto: Shark

Depois do boicote legislativo aos piercings, um must da preocupação governativa actual, o Executivo eleito com maioria absoluta acaba de apontar as baterias para os recém-casados, esses coniventes por omissão das fortunas que escapam ao fisco na sequência dos casórios multimilionários que grassam por esta nação aos quadradinhos.
Venha o mais pintado (tentar) defender a pertinência de tais preocupações por parte dos líderes que temos e esmagarei essa pessoa com duas palavras apenas, duas estocadas tão simples quanto letais neste particular: bom senso.

Se a primeira idiotice que referi não passa de uma descarada tentativa de intromissão na vida privada de cada cidadão, nomeadamente na sua capacidade decisória sobre o próprio corpo (recordo sem querer as questões do aborto e da eutanásia, à luz desta medida), a segunda idiotice não passa disso mesmo. É a cara desta fase do Governo de Sócrates, chapadinha.
Parecem todos empenhados em acrescentar a burrice aos argumentos que vão sobejando e nem todos explicados pela crise financeira global.
Lua de Fel
Num país onde o matrimónio definha enquanto instituição, uma perda de tempo burocrática em face da penosa estatística de “durabilidade” de tal aliança (e com o ouro ao preço que está…) que se mantém apenas por motivos cada vez mais estapafúrdios, o Governo português decide transformar os recém-casados numa espécie de bufos capazes de substituírem a fiscalização do Estado na actividade económica que lhe compete vigiar. Mais do mesmo, neste deplorável e cada vez mais visível descartar de responsabilidades empurradas para cima da população.
A famosa lei do tabaco é outro ex libris deste jogo do empurra de quem tenta brilhar perante os eleitores à custa deles próprios.

Por outro lado, com uma taxa de desemprego pouco simpática, a criminalidade a trancar portas, o sistema partidário em notória desagregação, o Serviço Nacional de Saúde em desmantelamento e mais um rol de preocupações sérias que afligem o cidadão comum (a falta de liquidez, por exemplo, aflige um nadinha), quem pode levar a sério políticos capazes de se debruçarem sobre estas pintelhices (pardon my french) enquanto o resto do país quase alucina?

Para quem enfrenta todas as ameaças a uma vida condigna sem as couraças de que o Poder (os seus protagonistas) se valem, estas prioridades legislativas soam patéticas e por muito que me intimide a falta de alternativas reais (realistas) a esta opção que nos restou começo a desenvolver aos poucos uma incómoda costela anarca.

E que tal um impostozinho sobre a infidelidade conjugal, hum?
As mais recentes ideias provindas dos patetas capazes de as divulgarem (ao menos que as confinassem ao pudor dos gabinetes que nos custam uma pipa de massa) transformam aos poucos a governação numa história digna de uma banda desenhada.

De resto, a apetência do Governo pelo grafismo, pelas imagens, está bem patente por exemplo no recente investimento num novo logótipo para a ADSE, se a memória não me falha, muito oportuno no contexto dos progressivos cortes nos benefícios de (mais uma) regalia sob a mira da reforma à tesourada que poupa dinheiro aqui para o esbanjar estupidamente ali.

Onde?

Por exemplo nos salários e mordomias dos fulanos que acordam de manhã com vontade de nos estupidificarem por contágio com as suas grotescas exibições de alheamento à realidade que observam à distância para lhes inspirar estas caricaturas decretadas.
24
Mar08

BUTE LÁ ENFRENTAR O PAPÃO!

shark
Nunca escondi a minha aversão a este dia da semana. E até tentei explicar porquê, embora me pareça demasiado óbvio para justificar esclarecimentos adicionais.
A segunda-feira é o dia de regresso ao quotidiano dito normal. São os despertadores, essa invenção demoníaca, os primeiros a anunciarem o início desse dia terrível com as suas campainhas ou besouros e a relembrarem cada um de nós que o dia anterior já era e nasceu (aos berros) aquele que anuncia o ciclo que só encerram as sextas-feiras com a sua chegada auspiciosa. E também são as evocações dos inúmeros afazeres que programamos em vão para um período que nunca decorre exactamente como o pensámos ao longo do fim-de-semana.

A segunda-feira marca o recomeço de uma luta incessante contra o relógio que teima em avançar rumo a seis dias depois mas acelera endiabrado quando aquilo que temos marcado se aproxima inexoravelmente do adiamento que a falta de tempo justifica.
É o dia da reabertura da agenda, esse calendário de obrigações que fazem parte das funções que a vida acabou por colocar no caminho da maioria sem grandes hipóteses de escolha. Por acaso, por aperto, por transmissão sucessória, raramente por gosto ou por vocação.

É para mim um dia não, pois não faço aquilo que gosto e poucos gostam daquilo que faço. Ganho a vida a esbanjá-la numa missão imposta pela correria a que nos deitamos com a sede de "chegar lá", não sei bem onde, ao sucesso. Ou apenas à concretização dos sonhos pequenos, à ultrapassagem dos obstáculos que nos impomos a um ritmo consentâneo com uma vida digna desse nome.

Contudo, quando enfrento a fera nos olhos e lhe adivinho a vontade de me fincar a dentuça do desânimo com uma panóplia de contrariedades e de imposições acabo sempre por reagir como aprendi e faço peito ao desafio.
Não se pode mostrar medo às ameaças reais ou imaginárias.
E a melhor maneira de as desarmar consiste sempre em surpreendê-las com algo de tão simples como um sorriso rasgado em cheio nas ventas.

Isso é que as deixa mesmo desorientadas... :-)

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Arquivo

    1. 2022
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2021
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2020
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2019
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2018
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2017
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2016
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2015
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2014
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2013
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2012
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2011
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2010
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2009
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2008
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2007
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2006
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2005
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2004
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D

Já lá estão?

Berço de Ouro

BERÇO DE OURO