11
Mar08
A LIGA DOS ÚLTIMOS
shark
No principal partido da oposição, um dos possíveis candidatos à liderança dispara reacções que soam a acusações de vigarice nas regras internas. Logo de seguida, os actuais responsáveis do partido chamam-no aldrabão.
Agitadas as águas começam as trompetas da revolta a soar, sopradas pelas vozes mais discretas. As que, na política partidária, conseguem gritar mesmo falando em surdina.
Tudo isto com as eleições a fazerem sentir cada vez maior pressão e com o partido no poder a acusar o desgaste natural de uma maioria absoluta perante uma oposição que não dá luta. Excepto por portas e travessas, como na rua se vê.
A vida partidária deste país está cada vez mais parecida com a Liga de futebol. O Porto, com um avanço na classificação que quase lhe permite aproveitar o resto da prova para rodar os juniores, amolece ao ponto de fazer boa figura em casa para depois deitar tudo a perder lá fora. É o mesmo com a maioria PS, mas com a lógica invertida.
Entretanto, os principais opositores do clube nortenho, Benfica e Sporting, enfrentam mais uma travessia no deserto a ver quem faz menos má figura, dissimulando a custo a crise interna que os maus resultados amplificam.
Mais evidente no clube da Luz, onde a saída do treinador denuncia o calor do ambiente nos balneários e alguns sócios de renome começam a elevar o tom, o desconforto em Alvalade é mais contido mesmo quando os leões vêem ameaçado o seu estatuto por agremiações tão modestas como o Vitória de Setúbal.
O Sporting acrescenta paralelo com o PCP no jeito com que forma os jogadores para depois os deixar sair para representarem potenciais adversários (Quaresma, Nani. Zita Seabra, Pina Moura ).
O desacerto dos árbitros também se faz sentir na competição política. Basta recordar a atitude do então Presidente Jorge Sampaio perante a governação de Santana Lopes.
E também aí se falseiam os resultados, como as finanças do país dão conta.
Aos clubes endividados, emparelhem-se Câmaras Municipais como a de Lisboa.
Aos dirigentes dos clubes endividados emparelhem-se os próprios nas peles autárquicas que completam o ciclo da promiscuidade sem tréguas.
E à chicotada psicológica associe-se a demissão dos líderes dos poucos partidos que perdem eleições em Portugal.
Depois, e para completar mais um parágrafo de similitudes, junte-se o facto de a afluência aos estádios estar perigosamente parecida com a afluência às urnas.
E para aplicar o remate final neste comparativo sumário concluo com a mais óbvia semelhança entre a política e o futebol nacionais:
O público pagante é o mesmo e no final de cada partida chegamos sempre à conclusão de que foi dinheiro deitado à rua
Agitadas as águas começam as trompetas da revolta a soar, sopradas pelas vozes mais discretas. As que, na política partidária, conseguem gritar mesmo falando em surdina.
Tudo isto com as eleições a fazerem sentir cada vez maior pressão e com o partido no poder a acusar o desgaste natural de uma maioria absoluta perante uma oposição que não dá luta. Excepto por portas e travessas, como na rua se vê.
A vida partidária deste país está cada vez mais parecida com a Liga de futebol. O Porto, com um avanço na classificação que quase lhe permite aproveitar o resto da prova para rodar os juniores, amolece ao ponto de fazer boa figura em casa para depois deitar tudo a perder lá fora. É o mesmo com a maioria PS, mas com a lógica invertida.
Entretanto, os principais opositores do clube nortenho, Benfica e Sporting, enfrentam mais uma travessia no deserto a ver quem faz menos má figura, dissimulando a custo a crise interna que os maus resultados amplificam.
Mais evidente no clube da Luz, onde a saída do treinador denuncia o calor do ambiente nos balneários e alguns sócios de renome começam a elevar o tom, o desconforto em Alvalade é mais contido mesmo quando os leões vêem ameaçado o seu estatuto por agremiações tão modestas como o Vitória de Setúbal.
O Sporting acrescenta paralelo com o PCP no jeito com que forma os jogadores para depois os deixar sair para representarem potenciais adversários (Quaresma, Nani. Zita Seabra, Pina Moura ).
O desacerto dos árbitros também se faz sentir na competição política. Basta recordar a atitude do então Presidente Jorge Sampaio perante a governação de Santana Lopes.
E também aí se falseiam os resultados, como as finanças do país dão conta.
Aos clubes endividados, emparelhem-se Câmaras Municipais como a de Lisboa.
Aos dirigentes dos clubes endividados emparelhem-se os próprios nas peles autárquicas que completam o ciclo da promiscuidade sem tréguas.
E à chicotada psicológica associe-se a demissão dos líderes dos poucos partidos que perdem eleições em Portugal.
Depois, e para completar mais um parágrafo de similitudes, junte-se o facto de a afluência aos estádios estar perigosamente parecida com a afluência às urnas.
E para aplicar o remate final neste comparativo sumário concluo com a mais óbvia semelhança entre a política e o futebol nacionais:
O público pagante é o mesmo e no final de cada partida chegamos sempre à conclusão de que foi dinheiro deitado à rua