Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

20
Fev08

FORA DO (B)LUGAR

shark
Nem sempre me predisponho a oferecer aqui o melhor de mim, porquanto mesmo esta definição possa pecar por subjectiva e isso torne qualquer critério numa questão discutível.
Refugio algumas das prosas que mais me agradam em blogues ainda mais anónimos do que eu, isentos de contadores, de comentadores, de qualquer tipo de pressão.
E essa pressão existe, ainda que não a reconheçamos na fase do deslumbramento como na do desencanto que, o rodopio de aberturas e de fechos e de até jás a prová-lo, acaba por se instalar na maioria dos que blogam.

Cada um de nós bloga com motivações e objectivos que, embora possam coincidir neste ou naquele aspecto, variam de pessoa para pessoa. Até porque a blogosfera é uma realidade dinâmica, o fluir da sua existência virtual implica mutações na forma como a entendemos e como pretendemos vivê-la.
Tanto podem variar os propósitos como as necessidades que queremos preenchidas por este exercício que só na solidão e no silêncio (sem caixas de comentários, por exemplo) pode não interferir de forma intensa com quem a isto se entrega.
Da minha perspectiva acerca do que a blogosfera representa já dei conta por diversas vezes e se ocasionalmente volto ao assunto é precisamente por constatar as diferenças mais ou menos subtis, em mim e nos outros, que resultam da passagem do tempo (um tempo desfasado do que medimos na dimensão analógica, mais acelerado ou coisa que o valha) investido desta forma.
Existe uma maturidade específica associada à nossa vivência blogueira e que se traduz na alteração de ritmos, de registos, de percepções e mesmo de reacções perante a componente interactiva, os nicks e as pessoas entre si, ao longo do caminho que cada um de nós percorre aqui.

À evolução da nossa forma de blogar estão associados diversos factores que se estendem num espectro tão amplo que consegue albergar desde a interacção pessoal e respectivos efeitos no entusiasmo da estreia (a coisa amorna) à simples constatação dos factos que os números comprovam. E aqui já encaixam duas formas da pressão a que aludo e que em muito condiciona o nosso impulso blogueiro, ainda que experimentadas no contexto individual em função das expectativas criadas e do grau de satisfação que conseguimos extrair no saldo final.

Entrei na blogosfera no início de 2004 na pele de comentador e abri o primeiro blogue nesse mesmo Verão. E quando releio as minhas postas e respectivas caixas desses dias consigo evocar o chorrilho de emoções associadas, as ambições desmedidas ou o prazer simples que constituía o acto de escrever para depois oferecer as palavras ao mundo por uma janela entreaberta que arejava as ideias e, em simultâneo, me alimentava o ego com as pequenas glórias, as aparentes vitórias que conseguimos a custo definir enquanto parcos (parvos?) sustentos para enfrentar a despesa de cada dia a seguir.

E agora, mais de três anos depois, sinto-me compelido a avaliar o tempo medido sob esta bitola e a tentar perceber o que mudou e em que medida terá mudado para melhor, justificando a insistência.
A blogosfera sofreu importantes alterações e já pouco tem a ver com a “minha” tal como a experimentei nos primórdios. Isso nota-se, por exemplo, na obsolescência que detecto neste espaço arredado de termos agora correntes como web 2.0, RSS ou mesmo You Tube. Coisas triviais para os blogues dot.com ou mesmo para qualquer um dos mais recentes no panorama.
Como se nota na conversão dos apregoados “mega-encontros” de bloggers (que raramente envolviam mais do que umas escassas dezenas de pessoas) em reuniões informais de pequenos núcleos ou “capelinhas” numa mesa de jantar. Ou na diminuição drástica do número de comentários, neste como noutros espaços.
Ou ainda no fim da ilusão de uma igualdade de circunstâncias entre os “sobredotados” anónimos e as figuras públicas que assumem, como lá fora, o protagonismo que a catapulta mediática lhes confere e o apetite das “audiências” acaba por privilegiar.

Preciso de interpretar os sinais de alerta tão óbvios como a necessidade súbita de publicar “às escondidas” para me preservar de coisas que instintivamente sinto nocivas, castrantes da criatividade que preciso libertar aqui. Limitadoras da liberdade que sinto condicionada por coisas que não fazem, devidamente equacionadas, sentido algum.

A blogosfera está a mudar e nós, que a fazemos, estamos a mudar também. E eu sinto a necessidade de diagnosticar essa mudança, de lhe entender os contornos e perceber, por exemplo, se ainda faz sentido a minha presença à luz dessa evolução que nem todos queremos ou sabemos acompanhar.

E por isso podem contar com mais estuchas deste género nos próximos tempos. Talvez o golpe de misericórdia na vossa paciência que se reflecte na tendência inexorável de debandada que os números, implacáveis, não me permitem ignorar.

Talvez esteja na hora de parar aqui. Ou pelo menos, garantidamente, de acertar umas quantas agulhas.
20
Fev08

TERRAMOTOS

shark
Um forte abalo sísmico foi registado hoje na Indonésia, atingindo os 7,5 na escala de Richter. Até ao momento em que escrevo esta posta parece não haver vítimas a lamentar.

Entretanto, no PSI 20, as acções do Millenium BCP sofreram uma quebra na abertura do mercado que poderá vir a atingir igualmente os 7,5 (%) mas deste "abalo" irão certamente resultar milhares de carteiras vitimadas.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Arquivo

    1. 2022
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2021
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2020
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2019
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2018
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2017
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2016
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2015
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2014
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2013
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2012
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2011
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2010
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2009
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2008
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2007
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2006
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2005
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2004
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D

Já lá estão?

Berço de Ouro

BERÇO DE OURO