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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

07
Fev08

TALVEZ TENHAM IDO PARA O CÉU E TAL...

shark
a cor da dor.jpgFoto: Shark
Ele vivia angustiado com a carga de um desejo permanente que não podia satisfazer. Desejava aquela mulher, sonhava-a acordado e a dormir mas passava a vida a fingir precisamente o contrário. Porque ela era casada, e era filha de gente abastada, pessoa muito importante a quem jamais arriscaria manchar a reputação.
O quanto a queria tentava sempre disfarçar, por muito que mal conseguisse reprimir o abraço apertado de cada vez que se cruzavam e lhe estendia a mão para a cumprimentar.
Passava horas a olhar no infinito o rosto e o resto da sua tentação adolescente transportada sem abrandamento até aos seus dias encarquilhados de ancião.

Ela sofria em silêncio a saudade insistente que a dominava quando o percebia ausente em qualquer um dos seus dias. Era dele a cara que imaginava quando ao marido se entregava picando o ponto de uma pálida relação. Olhos fechados na escuridão que exigia nas poucas vezes que o seu amante legítimo insistia na cobrança do seu quinhão matrimonial de prazer. Não a via como mulher mas apenas como uma fêmea disponível, obrigada a cumprir.
E ela consentia por saber que jamais ousaria vestir a terrível pele de qualquer uma infiel das que ouvia criticar e não duvidava do ostracismo a que um divórcio a iria condenar junto do seu meio social.
Passava horas a chorar o desgosto e definhava-lhe aos poucos a alma enquanto envelhecia privada da pele mais desejada que algum dia tocara na sua mão.

Entretanto já morreram os dois.
07
Fev08

PARECE FÁCIL...

shark
Uns dizem que o amor vale por si.
Outros afirmam que o sexo basta.
Há quem diga que nenhum amor resiste à ausência de sexo.
E não falta quem acredite que o sexo sem amor é uma treta.
Os pragmáticos chegam a defender a ideia de que no sexo o amor só atrapalha.
Os românticos ortodoxos (alguns, e a gente até adivinha porquê) chegam a admitir que o sexo só emporcalha o amor.
As gajas (a maioria, no discurso) só reconhecem legitimidade ao sexo sob o pressuposto da existência de amor ou de paixão ou de qualquer outra coisa, mesmo que imediata e efémera, que possa adornar aquilo a que os gajos denominam simplesmente de tesão.
Os gajos (a maioria, na prática) dispensam o bullshit e só alinham no culto do amor quando isso abre as portas a um sexo fantástico.
Há quem chame ao sexo amor carnal.
E quem chame ao amor (sobretudo à paixão) apelo sexual.

Como é que a malta consegue ir atinando no meio desta salada mista?

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