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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

24
Jan08

PEQUENAS TRAIÇÕES

shark
Temo pelo meu país. Temo a deserção em massa, resignada, verbalizada em desabafos que me soam a traição sempre que apelam à integração numa pátria que não a nossa.
A jangada de pedra alucinada de um homem senil, defendida em doca seca pelos que preferem invejar a riqueza alheia do que lutar por todos os meios para lhe equiparar a sua, esse barco apátrida comum, começa a tomar forma no discurso dos desiludidos, dos vendidos e de todos quantos olham para a bandeira como um adorno de janela em dias de futebol.

Sinto sobretudo o desdém instalado no discurso dos que advogam o fim absoluto das fronteiras, sem qualquer melindre perante a hipótese (a certeza) de que qualquer tipo de Ibéria conduziria à inexorável extinção do território, da língua, da cultura desta Nação que tanto lutou pela sua independência quando a cobiça se manifestava do outro lado da linha imaginária que nos desenha na península que o acaso geográfico criou.

Temo que esta moda derrotista, inconsequente no desfecho ambicionado por alguns, constitua mais um prego no caixão deste país que deixamos definhar à mercê de uma mentalidade mesquinha, pequena, oportunista.
Renego um progresso do qual faça parte a perda da identidade portuguesa, da realidade construída por gente de outro calibre, por antepassados cuja memória insultam os que passam uma esponja leviana sobre valores que jamais se deixam cair.
E os mercenários que espreitam e invejam a monarquia vizinha esquecem-se do facto de quem reina no mundo actual ser um país mais recente, um país acelerado precisamente pelo esforço suplementar que o nacionalismo lhe confere.

O amor a uma Pátria não é algo de que se possa abdicar com base em critérios de treta, economicistas. Uma Pátria ama-se e respeita-se, luta-se por ela. E eu não admito hipotecar o futuro dos meus descendentes, a sua origem portuga, por condescender com a aleivosia de comodistas, de gaiatos, de invejosos que nada conseguem dar de seu a uma realidade colectiva que os envergonha mas acreditam-se dignos de se integrarem numa realidade que afirmam melhor do que a sua.

Eu tenho orgulho no meu Portugal.

E nessa matéria jamais pactuarei com falinhas mansas, paninhos quentes ou pequenas traições de mesa de café.

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