Foto: SharkUma sombra sinistra naquela parede ao fundo. Prenúncio de ameaça, desconforto. Uma sombra sem rosto que assombra inofensiva, assusta inexpressiva por não se saber quem representa.
Os contornos escuros desenhados na tela improvisada pela luz, cada vez maiores, cada vez mais próximos em teoria pela lógica das sombras na respectiva extensão. O bater do coração acelerado pelo cérebro dominado por um medo sem explicação.
Apenas uma sombra, nascida de um pesadelo ou produzida por um equívoco compreensível na realidade intangível das más interpretações.
Mas o receio nem assim se atenua, tão perto a porta da rua e a vontade de fugir em crescendo, no meio do apelo disparatado do instinto de conservação. O medo sob a forma de um qualquer papão concebido de propósito para nos alertar mas que tememos se aquela sombra que vemos corresponder à respectiva materialização.
Uma sombra e pouco mais.
Aquela que reflecte cada pessoa no interior do seu espaço privado que se permita habitado por qualquer forma de escuridão.