Detesto constatar que cada vez mais colegas da "minha" geração blogueira entram na onda banzai e esventram de visitas os seus blogues com intermitências constantes e/ou demasiado prolongadas.Sou do tempo (o tempo é um conceito diferente neste mundo) em que a blogosfera se fazia de entusiastas, de um
blogger-boom recheado com gente capaz de mudar o mundo em ambiente
blogspot e agora assisto a uma desmotivação quase tão deprimente como a que aconteceu aos protagonistas do movimento
hippie.
De repente dá a ideia de que a coisa se esvaziou de sentido por algum motivo que me escapa e todos os argumentos que nos fizeram embarcar nisto sumiram dos discursos da maioria. E eu não consigo entender porquê, mesmo na pele de um desastrado social que tanta reacção hostil e deserção absoluta e definitiva suscitou à maioria da malta (nessa altura) mais próxima.
Vejo-os rumarem para os
desenhos animados, uma parte, para os híbridos
dotecom, uma minoria, ou apenas para o silêncio desistente de putos para quem o brinquedo deixou de ter piada, a maioria.
Entristece-me esta tendência que prenuncia, pelo menos, o fim de um sub-género da blogosfera portuga a que o charco pertence e cujas estatísticas denunciam na queda. Vejo a blogosfera entregue aos blogues temáticos e nem os mais bem humorados sobrevivem à sangria que tem afectado sobretudo a vaga que entrou em 2004 e parecia constituir o novo motor da comunidade virtual. Os blogues pessoais, intimistas, parece terem os dias contados e são os seus autores os responsáveis por esta realidade incontornável à qual nem os projectos colectivos parecem escapar.
Falta vontade aos que já cá andam há uns tempos e escasseia bom senso e interesse à maioria dos que entram nesta altura, em plena recta descendente da popularidade do fenómeno.
Estas constatações lixam-me como o caraças porque começo a olhar em volta e às vezes sinto-me na pele do José Cid.
Ou, para ser mais fiel à minha realidade blogueira, do saudoso Victor Espadinha...