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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

10
Dez06

A POSTA NO ÍNDICE DO WEBLOG

shark
Gosto de rubricas. Não só porque evitam um gajo ter que assinar o nome todo no canto superior direito de cada uma das folhas de uma escritura, mas porque dão um ar muito profissional a qualquer blogue.
E ocorreu-me assim de repente uma novinha em folha. Explico como, para vocês compreenderem a mecânica complexa dos raciocínios de quem se vê obrigado a inventar cenas porreiras para entreter a malta que bloga.
Estava eu a olhar para o índice do Weblog, a sua principal razão de existência depois de tanto tempo a patinar nos Internal Server Errors, o pólo aglutinador (gosto muito desta expressão) de uma comunidade que o é de facto (mesmo que a gente não se conheça uns aos outros de lado algum) e que nos permite aquilatar da produtividade global dos tenazes que não desertam. Bom, pelo menos da produtividade dos que conseguem encontrar a janela de oportunidade de publicação aberta.

Ao contemplar todos aqueles títulos das postas que fazemos (à hora a que escrevo estas linhas estão lá dois títulos de minha lavra), surpreendido por tantos de nós encontrarem ânimo e inspiração para postar num Domingo véspera de dia útil maldito (os que se seguem a um fim-de-semana prolongado), percebi que alguns títulos prestam-se a trocadilhos fixes e acabam por constituir um indicador de quais os temas que absorvem a criatividade de quem bloga no Weblog.

E zás! Vou criar uma rubrica (isto era eu a pensar, todo eufórico por conseguir extrair uma conclusão no final de uma ponderação praí de uns quinze segundos)!

É esta. E como me estiquei na introdução (aprecio-as prolongadas, como os melhores fins-de-semana), passo a citar e comentar os primeiros da série, recordando que não pretende esta rubrica substituir de alguma forma o imobilizado Posto de Escuta ou mesmo de forma parcial o impagável Apdeites.
São só títulos, comentários curtos e o linque dos blogues em causa (naturalmente apenas os alojados nesta plataforma tão única que nunca se sabe quando terei títulos ao dispor para destacar).
Espero que gostem e que seja mais um instrumento de análise à mecânica complexa dos raciocínios de quem se vê obrigado a inventar cenas porreiras para entreter a malta que bloga (eu sei que já disse isto, mas não puxem demais por mim que já esforcei demais a carola para um dia em que até Ele descansou).


Política e Obituário

Pinochet e o milagre com pés de barro – Só podia ser um título do Aspirina B. Esquerdalha gozona, claro. O homem morre (tão novo ainda, coitado) e eles associam-lhe ao nome, como quem não quer a coisa, a palavra “milagre”. Uns ateus do camandro, vê-se logo que é mesmo para debochar com a trágica perda que a direita mundial sofreu.
Esperem pelo troco quando se apagar o Fidel…
E mais: o milagre tem pés de barro. É um milagre fraquinho, incapaz de se aguentar no estatuto que a divindade inerente ao conceito lhe confere. Porquê? Vê-se logo que é porque o homem demorou a bater a bota, é um milagrezinho da treta (para ser um milagre com pés de betão, teria que ter falecido pelo menos uns setenta anos antes).
Só quem não acompanha o Aspirina não topa estas manhas nas entrelinhas dos seus títulos.


Culinária e Flatulência

Feijoada à Brasileira Completa – Ter-me-ia passado despercebido este título do Culinária Daqui e Dali, não fora a palavra “completa”.
Qualquer português sabe que uma feijoada só fica completa quando lhe associamos o efeito póstumo, a reacção orgânica que obriga as escritoras portuguesas da moda a acenderem cigarros nas ocasiões mais impróprias.
Por outro lado, e um título é um mundo de possibilidades, se associarmos o “completa” não à feijoada mas à brasileira temos todo um samba visual sobre a mesa.
A malta (nós gajos) pensa em “brasileira completa” e vem-nos logo à ideia um manjar de iguarias…
Daí a distinção que confiro a este título. Completíssimo.


Cinema e Jogo “a doer”

Puseram o pano verde e agora não vão a jogo – Confesso que não li ainda este post do Ideias Soltas, mas o título já é quase um post.
O que nos ocorre assim de repente? Casino Royale, o mais recente Bond. Um tema muito actual, portanto, como é mais ou menos regra na blogosfera. Porém, a referência ao “pano verde” pode suscitar uma alusão subreptícia ao recente desaire leonino nas competições europeias de futebol. Pela cor do pano, logo seguida da alusão ao facto de agora não irem a jogo (uma clara paródia à ausência de uma bolinha a dizer Sporting Lissabon no próximo sorteio da Liga dos Campeões. E da Taça Uefa. E de qualquer competição futebolística de dimensão europeia na época que ainda mal começou).
Cruel. E ainda por cima, não há coincidências, ouvi dizer que o autor do blogue tem simpatias portistas…

E por hoje não me alongo mais para não esgotar a pilha e para ver como é que a malta reage à coisa. Se acharem piada, insisto. Senão, arrepio caminho que nisto da guerra blogueira de audiências um gajo não pode apostar nos cavalos errados.
Sobretudo agora que já puseram o pano verde e tudo…
10
Dez06

ISTO É CULTURA!

shark
Se dúvidas havia acerca do cariz literário de todos os produtos blogueiros com a assinatura Sharkinho e considerando o mais badalado lançamento livreiro do momento em Portugal, digam lá se o nome da casa alternativa de Eu, Sharkinho não diz tudo o que os cépticos precisam de saber acerca da literacia, da cultura, do amor incondicional às letras deste vosso humilde escriba...
10
Dez06

LA REVUELTA DE LOS PASTELES DE NATA

shark
pastel de nata.jpgFoto: Shark
Agora mesmo, na Dois, uma fulana popularucha chamada Ana Brito e Cunha (só com uma das grandes podia chegar ali, considerando a sua intervenção) dissertava acerca das relações Portugal-Espanha na sequência de um sketch do programa A Revolta dos Pastéis de Nata.
O apresentador referia a proliferação de empresas espanholas em Portugal, por contraponto à inversa.

E a Aninhas, muito gira sei lá, a avançar para as câmaras com a sua explicação indignada para contrapor à paródia "xenófoba": a Espanha é duas vezes maior do que Portugal...

Bruá na assistência e o apresentador a não conter o riso. "Duas?" - perguntou ele a dar uma goela à Aninhas, muito gira sei lá, para emendar a calinada.
E ela: duas ou três.

E repetiu: "Duas ou três".

O apresentador teve misericórdia e deixou-a prosseguir sem se desmanchar às gargalhadas.
Eu não.
Fica aqui o registo, para memória futura.

(Já agora, who the fuck is Ana Brito e Cunha?)
10
Dez06

A POSTA QUE É CLARO QUE FICO CHATEADO

shark
pevas.gif

Desde pequeno dou atenção à publicidade e parece-me que não sou o único, a avaliar pela forma como alguns anúncios se agarram às tolas da malta durante décadas.Estou a exagerar? “Dundum é o fim!” (Digam lá se não se lembram da música associada?). “Claro que fico chateado!” (Nunca usaram esta expressão com o mesmo tom do Ricardo?).

E não preciso de ser mais exaustivo. São muitos os spots que se agarram a nós como lapas e até servem para nos referenciar momentos do passado que incluíam a publicidade aos produtos mais badalados de cada época.
É a prova mais simples da importância que a publicidade conquistou na sociedade da minha geração e mantém na que lhe sucedeu.
Por isso continuo a observar a publicidade e a ver como ela reflecte em boa medida cada tempo que se anuncia, tal como denuncia o perfil do consumidor de cada época. A pasta medicinal Couto (que andava na boca de toda a gente) e o restaurador Olex (um preto de cabelo louro ou um branco de carapinha) são espelhos do tempo em que se popularizaram na então relativamente jovem têvê.
Agora basta uma vista de olhos nos cromos da bola (o Abel Xavier) ou da música (o Marco Paulo dos primeiros dias) para encontrarmos aquilo que os criativos da altura consideravam uma impossibilidade (uma aberração?).
E os publicitários já não são descarados a impingirem os produtos associando-os à capacidade de girar uma cadeira pelo ar, presa pelos dentes de um malabarista.

Contudo, é flagrante a forma como, por exemplo, as grandes superfícies tipificavam tempos atrás os seus alvos de mercado como uns imbecis ou totós. Tal como é claro na nova campanha da Tv Cabo (por €15,50/mês uma família desertora, incluindo a empregada doméstica - cujo sotaque nortenho é obsoleto e deveria ser mais em tons tovarich…) e na inefável Dareway (um veículo farsola que é anunciado por dois fedelhos “cheios de classe”, vestidos e maquilhados como uma dupla gótica) que os tempos são outros e a publicidade abardinou.

E por abardinou quero mesmo dizer avacalhou, sendo hoje possível assistir mais do que nunca a anúncios dos quais ninguém percebe o alcance, a outros que nos deixam atónitos pelo teor paupérrimo da sua concepção e a alguns que vendem mensagens com pouco de politicamente correcto – não são raras as ocasiões em que os publicitários “remodelam” os seus spots depois de se aperceberem da estupidez e da falta de bom gosto neles reflectida.

Vejam a nova e insistente campanha de natal da TMN, por exemplo. A vanguarda da piroseira móvel, sem pés nem cabeça, num ambiente pseudo-futurista e descaradamente desprovido de uma imaginação coerente com a inteligência de quem produziu algo que bombardeia os telespectadores em doses intoleráveis.
Ou mesmo a da concorrente Vodafone, ainda a explorar o “filão” dos gajos roucos de tanto falar mas com um spot baseado nos Reis Magos que, francamente, a mim não convenceu a comprar seja o que for.

Claro que o objectivo destes colossos das comunicações é cravar-nos o logótipo na mona como se fossemos vacas acéfalas no curral consumista. Mas não vejo porque desperdiçam recursos a massacrar as audiências com cenas idiotas quando podem seguir excelentes exemplos da publicidade que vemos ganhar concursos lá fora. Como alguns a que temos o prazer de assistir, baseados numa estética agradável e apelativa ou numa abordagem inteligente que nos leva a comprar a ideia sem abdicar do nosso bom gosto. E não estou necessariamente a falar das pernas da polaca loura que transformou a Pluma da Galp na bilha mais leve e memorável da publicidade portuguesa.

Onde quero eu chegar com esta palheta toda? Ao facto de ser um desperdício a forma como (uma parte d)os criativos não possuem ou deixam que os anunciantes lhes restrinjam a capacidade de anunciar com brio, com respeito por quem vai levar com o resultado do seu trabalho a cada esquina e em quase todos os pontos onde nos pousa a vista.

É que no meio das dezenas de spots que as televisões me impõem nos intervalos das suas séries, filmes, ou programas chachada da moda não encontro mais do que meia dúzia concebidos com aquele cuidado e talento que me fizeram fixar até hoje a Bic laranja mais a Bic cristal ou os fechos de correr Polylon (que já entalavam pilas há mais de trinta anos).

E sempre gostava de perguntar na cara do gajo que criou a Leopoldina, um pássaro vestido à fiel de armazém, se ele acredita que aquilo é uma referência decente para o Natal dos ávidos aprendizes de consumista que estamos a criar nesta altura.
10
Dez06

DEIXA-ME ENTRAR

shark
jogo de luz.jpgFoto: Shark

Como uma ligação à corrente, energia pulsante que se apodera de mim.Como uma calma aparente, uma pose distante, que controla o frenesim.
No interior a batalha disputada em silêncio, abafada no seu fragor para não incomodar as palavras que saltitam como notas vivas nas pautas mágicas de uma sinfonia.

Como um raio de luz libertado do seio da escuridão, relâmpago e trovão.
Como a ponta da varinha de uma fada madrinha que me toca e enfeitiça.
Lá fora a paz oferecida em miríades de tons, a alegria nos sons estridentes das crianças que brincam a felicidade tão espontânea numa idade onde um sorriso pode bastar.

A visão do paraíso no céu do teu olhar.

O coração a galope na pradaria, a emoção de uma fantasia que realizamos a dois.
E regressamos depois ao ponto de partida, a nossa pele despida das roupas e a alma nua de falsos pudores. Os braços que te apertam nos sonhos que te alertam para a urgência de me amares enquanto respirares e, quem sabe, para lá do que julgamos um fim.

A visão do paraíso tão perto de mim.

Como um destino traçado num quadro pintado pelos anjos da guarda que zelam por nós.
Como uma profecia soprada pelos deuses ao vento que canta nas folhas o som da sua voz.
Ao longe no horizonte o sol que representas no amor que me sustentas, a viagem que mal começou nesta vida que me embarcou rumo ao porto da sorte que sorri.

A visão do paraíso.
E eu a caminho de ti.

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