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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

06
Dez06

A POSTA NA DIREITA REACCIONÁRIA (E SALOIA)

shark
Como se previa, Hugo Chavez foi reeleito. E também seria fácil de antever a dor cotovelar da direita reaccionária (e saloia) que, como é tradição, excita o paleio ao ponto de evidenciar uma “cultura democrática” que oscila entre o bronco clássico e o pseudo-fascista refinado.
Nem costumo enveredar pelo discurso mais radical, até porque pouco me ralo com as idiossincrasias alheias quando estas não passam de vozes incapazes de atingirem o céu.
Porém, o exagero boçal em que a direita reaccionária (e saloia) incorre quando sofre um desgosto daqueles que os povos que votam (uma chatice, pois é) sabem proporcionar, nomeadamente a fantochada pictórica com associações de ideias próprias de uma visão política Neandertal, obriga-me a puxar pelos galões da esquerdalha e dar-lhes no toutiço sem misericórdia.
Hugo Chavez foi reeleito. Ou seja, governou e a maioria do seu povo entendeu que governou bem.
Obteve mais de sessenta por cento dos votos contados. Quer isto dizer que o candidato derrotado nem tem margem de manobra para contestar os resultados com base na habitual alegação de fraude na contagem.
E foi sistematicamente atacado por uma Imprensa hostil, o que em qualquer ponto do mundo pode influenciar sobremaneira o pendor de uma eleição. O que implica duas coisas: a liberdade de expressão concedida à Comunicação Social venezuelana e a politização do eleitorado que não se deixou manobrar.

Por tudo isto, irrita-me a boçalidade má perdedora da direita reaccionária (e saloia) que vai longe demais nos seus considerandos e nas suas brincadeiras de mau gosto, trocadilhos parvalhões e afins, quando se refere a um processo democrático sem mácula que resistiu, entre outras pressões directas e indirectas, às manobras de bastidores que os sequazes de mister danger sempre orquestram e financiam.
E também à influência interna de grupos tão poderosos (sobretudo numerosos) como a comunidade portuguesa radicada (instalada) naquele país.

Comparar Hugo Chavez a símbolos históricos da ditadura, pegando pelos papões de algo que não se verifica de todo (o homem foi eleito democraticamente e até a um golpe de estado resistiu, porra!) é típico das mentalidadezinhas medíocres que prefeririam uma América Latina dominada por canalhas tiranos como o fóssil decrépito que (ainda não foi desta) tarda em prestar contas com o Criador pelas três mil vidas que a sua falange assassina dizimou.

A direita reaccionária sonsa (e saloia) não sabe perder e possui uma visão muito periférica destas questões da democracia que tanto os incomoda porque raramente beneficia as suas concepções de como uma sociedade se deve gerir.

O fascismo encapotado, hipócrita, tem destas debilidades. Quando a coisa dá pró torto, as baratas tontas começam logo a destapar as suas essências camufladas e revelam a propensão para o disparate nos argumentos e para a desorientação nas atitudes que lhes desmascaram a postura impostora por detrás da bonomia de um discurso aparentemente equilibrado e cordial.

Quarenta e oito anos deixam marcas, pois é…
06
Dez06

A POSTA NO DESPORTO REI

shark
Apetece-me falar um pouco de futebol. Nem que seja apenas por ser gajo e, regra geral, nós gajos ligamos a esse incontornável fenómeno. Nem que seja só para chatear quem insiste em apontar esse magnífico desporto como uma espécie de palhaçada para entreter iletrados e outros burgessos, numa abordagem rasteira equivalente a avaliar o cinema com base nas opiniões de quem só viu o Cantiflas ou emitir opinião acerca do nível dos actores portugueses com base nos episódios da Floribella.

Eu aprecio futebol com a moderação de quem mantém uma prudente distância do folclore habitual que o rodeia. E dos estádios, que raramente frequento (há uns anos atrás ia à bola umas trinta vezes por ano). Sou benfiquista, contam-me, por influência do meu padrinho (grande impulsionador do antigo Lar do Benfica, onde até o Eusébio pernoitava). E joguei muito futebol, na rua, no liceu e como federado nos clubes do bairro e da freguesia (o ilustre "fófó").

Tudo isto para que não estranhem, não se perturbem ou se enojem pelo facto de esta ser uma posta dedicada ao futebol. E não será filha única.

É que hoje o Sporting sofreu uma das mais inesperadas e incompreensíveis derrotas da sua história como clube, sendo afastado das competições europeias da modalidade por uma equipa russa que já havia provado ser muito inferior à dos leoninos.
E eu, mesmo lampião, não gosto mesmo nada de assistir a uma derrota dos vizinhos da segunda circular perante equipas estrangeiras. Não gosto e sofro quase tanto como se fosse o Glorioso a tombar dessa forma escusada. Isto não é hipocrisia, quem me conhece sabe que a primeira vez que chorei num jogo de futebol foi quando os lagartos foram eliminados no velho José de Alvalade pelo Barcelona (2-1).

O futebol não se resume aos Pintos da Costa, aos Majores Valentins, aos José Veigas e outros figurões do lado pimba da coisa. É um fenómeno à escala mundial, muito mais importante para a vida de milhões de cidadãos do que a maioria dos assuntos com que enchemos os nossos posts. Doa a quem doer.
É uma delícia, quando os mais exímios praticantes logram um desempenho livre dos condicionalismos que a pressão da Imprensa, do dinheiro e dos vários poderes que atrofiam talentos e falseiam resultados exercem.

Mas não quero fugir ao tema principal. O Sporting perdeu porque mereceu perder e não devia. Mas eu sinto-me desolado por esse facto e insisto em deixar aqui a minha solidariedade para todos os leitores adeptos do antigo rival e agora companheiro de desdita.

Ah pois... É que amanhã não escrevo sobre o assunto quase de certeza...

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