Foto: SharkO mal é a gente dar-lhes demasiada confiança. Abusam logo e desmascaram-se à primeira oportunidade, contrariando a sua aparente e apregoada bonomia e enveredando pela dentadinha manhosa à vista do resto da matilha.
E antes que comecem a tirar conclusões precipitadas, estou a falar de canídeos de pequeno porte. Daqueles que ladram à brava mas só mordem para impressionar grupelhos restritos de audiência canina, para se fazerem passar por duros e maus e cimentarem a sua integração nesses fenómenos colectivos indispensáveis para a sobrevivência em condições desfavoráveis, como a Natureza ensina nas suas lições ancestrais.
Mas como é sabido, a melhor receita para evitar essas reacções inesperadas consiste em nunca mostrar medo aos animais (o que é simples, perante cãezinhos a pilhas).
E sobretudo em nunca lhes dar os flancos enquanto lhes passamos a mãozinha no pelo do lombo, pois o senso comum ensina-nos que só ferram o dente quando nos pressentem distraídos ou vulneráveis.
Ou quando lhes damos demasiada atenção
Nota: antes que os habituais defensores dos animais se insurjam contra mim ou vislumbrem alguma forma subtil de crueldade na posta acima, recordo que até tenho um cão (de médio porte) e gosto muito dele.