A minha boca clama pelo teu sabor e chama ao amor estouvado pelo seu apelo desvairado a que o teu corpo nunca rejeita corresponder. Os meus olhos exigem ver aquilo que as imagens fingem no reino de fantasia minha onde te assumes rainha e protagonizas o papel fulcral. Um verdadeiro festival de cinema interior, este que vejo. O amor a atiçar o desejo e a película a passar na tela onde se pintam as cores garridas de emoções sentidas e de sensações que admito celestiais. Os sons primordiais que os meus ouvidos solicitam, quando as folhas se agitam com o vento que parece sussurrar o timbre da tua voz que me delicia. Uma forma de magia que inspira os dedos de prestidigitador com que percorro a ilusão, recriada pela imaginação, da tua pele forrada a cetim.
Tão perto de mim, cá dentro, essa ideia avassaladora de um momento iluminado pelos raios de uma luz que brilha, lá fora, no sol que o teu sorriso traduz.
Tão perto de nós, esse amor vagabundo que nos toca tão fundo nos intermináveis intervalos de cada sessão, minutos talvez, mas uma eternidade na minha ideia.
E eu encafuo, onde não escasseia, mais uma bobina da longa metragem rodada na vertigem dos nossos corpos em ebulição.
De acordo com a Imprensa de hoje, Portugal será um dos países mais afectados pelas alterações climatéricas.
Contudo, somos também das nações mais bem preparadas para enfrentar a consequente desertificação (se tivermos em conta o facto de sermos dos maiores camelos em matéria de política ambiental...).
Por outro lado, estudos indicam no pior cenário concebível serão quatro milhões os portugueses afectados por uma eventual pandemia da gripe da aves.
Também aqui não vale a pena preocuparmo-nos em demasia, pois o rosto que o Governo escolheu para anunciar esta macabra previsão é o mesmo que exibiu a propósito da barraca em matéria de escassez de vacinas para a gripe comum...