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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

16
Set06

RACHA LENHA

shark
A solidariedade é uma manifestação que me sensibiliza. Acho bonito quando alguém acode a outro alguém em apuros, de forma abnegada e corajosa.
Porém, não confundo gestos solidários espontâneos com reacções sistemáticas e padronizadas que apenas reflectem a defesa instintiva do membro da mesma tribo ou o apelo primário aglutinador de um bando de chimpanzés.

Quando se intervém em abono desta ou daquela causa, desta ou daquela pessoa, não se deve perder de vista a necessidade de averiguar a justeza da nossa reacção. Nem sempre os “nossos” têm a razão.
E corremos o risco de intervir em abono de crápulas manhosos (daqueles que agridem pela surra e saem sempre bem no boneco), dirigindo as nossas invectivas a quem apenas, por exemplo, reagiu “com eles no sítio” a uma provocação, ou de causas injustas e impossíveis de defender.

Não custa nada tentarmos perceber se é oportuna e justificada a nossa intervenção, evitando assim um pontapé no vazio em prol de uma razão obscura, baseado apenas numa reacção de impulso, instintiva, de defesa da parte que consideramos mais próxima por esta ou por aquela razão.
E não podemos cegar pelo despeito, pela animosidade pontual, pelos vínculos que tantas vezes se revelam frágeis ou mal avaliados à partida.

Irrita-me sobremaneira, esta tomada de partidos sem avaliação prévia das situações em que entendemos meter o bedelho. E essa escolha pode manifestar-se em gestos hostis para com quem não os mereceu ou em silêncios cobardes que fragilizam porque isolam alguém à mercê de quem lhe queira mal.
Merecem-me a mesma revolta, o mesmo subsequente desprezo, as solidariedades de circunstância mal medidas por parte de quem se cola a um lado da questão (o dos “seus”) e o cruzar de braços negligente de quem sabe a verdade dos factos mas prefere (por razões inexplicáveis) ignorá-los.

Enojam-me os dois lados da questão. A falta de solidariedade de quem se está nas tintas para os seus deveres de lealdade (fazem de conta que não percebem ou assim) e que revela pelo menos uma destas realidades: um comprometimento repartido, uma cobardia inata ou a simples negligência de quem nunca se esquece de reclamar o apoio que não oferece aos outros. E por outro lado, o excesso de zelo de quem, brothers in arms, avança sem questionar em defesa dos membros da “matilha” a que prova pertencer.
Se aos primeiros nos resta colocá-los no grau de importância que merecem, aos últimos basta recordar a sabedoria popular que lhes devia despertar a lucidez e a consciência.

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