08
Set06
FOGO DE ARTIFÍCIO
shark
Sentia no peito o aumento da pressão enquanto na sua cabeça queimava um rastilho imaginário que o aproximava aos poucos da inexorável explosão.
As cordas que o amarravam, ilusórias, cediam à força acumulada naquele corpo de homem saturado de uma estranha versão de cativeiro que se impunha para preservar coisa nenhuma, em prol de uma promessa que apenas na sua mente existia.
E agora partia, as amarras em excesso e a sua vontade inquebrantável de vencer a guerra perdida à partida na batalha inaugural, para um outro lugar da coragem desertora que insistia em desafiar as suas mais vincadas convicções.
Controlava as emoções e gerava a força interior de que necessitava para o toque a reunir das armas e munições que gritavam revolução. Em si a explosão anunciada, rastilho mais curto, a voz silenciada para não denunciar a hora H aos que de bom grado atingiria com os estilhaços da dor que sentia e se preparava para expurgar em definitivo num instante mágico de libertação.
Tronco nu diante da mesa, arfava a certeza de que seria capaz do passo seguinte no árduo caminho para a paz que buscava em vão nas soluções temporárias, nos finais das suas histórias de encantar que contava para enganar o destino traçado de antemão.
Mediu os prós e os contras das opções em causa, encostado à parede pelo ultimato da razão. Ignorou o coração que lhe implorava misericórdia, a esperança na concórdia que abortava no ventre da lucidez. Uma gravidez vaidosa numa montanha de solidez duvidosa que se preparava para dinamitar com as suas decisões inadiáveis.
O fragor do rebentamento das águas, silêncio sepulcral.
E depois um choro de crocodilo se ouviu da boca do rato que a montanha pariu.
As cordas que o amarravam, ilusórias, cediam à força acumulada naquele corpo de homem saturado de uma estranha versão de cativeiro que se impunha para preservar coisa nenhuma, em prol de uma promessa que apenas na sua mente existia.
E agora partia, as amarras em excesso e a sua vontade inquebrantável de vencer a guerra perdida à partida na batalha inaugural, para um outro lugar da coragem desertora que insistia em desafiar as suas mais vincadas convicções.
Controlava as emoções e gerava a força interior de que necessitava para o toque a reunir das armas e munições que gritavam revolução. Em si a explosão anunciada, rastilho mais curto, a voz silenciada para não denunciar a hora H aos que de bom grado atingiria com os estilhaços da dor que sentia e se preparava para expurgar em definitivo num instante mágico de libertação.
Tronco nu diante da mesa, arfava a certeza de que seria capaz do passo seguinte no árduo caminho para a paz que buscava em vão nas soluções temporárias, nos finais das suas histórias de encantar que contava para enganar o destino traçado de antemão.
Mediu os prós e os contras das opções em causa, encostado à parede pelo ultimato da razão. Ignorou o coração que lhe implorava misericórdia, a esperança na concórdia que abortava no ventre da lucidez. Uma gravidez vaidosa numa montanha de solidez duvidosa que se preparava para dinamitar com as suas decisões inadiáveis.
O fragor do rebentamento das águas, silêncio sepulcral.
E depois um choro de crocodilo se ouviu da boca do rato que a montanha pariu.