30
Set06
SUBTILEZA ARIANA
shark
Sempre me causou urticária a forma descarada como muita Imprensa do nosso país suscita o racismo, apesar de julgarem que o fazem de uma forma subtil e que passa despercebida a quem recebe a mensagem.
Eu explico melhor.
Se eu matar alguém a tiro, a notícia será dada da seguinte forma:
Uma pessoa foi hoje abatida a tiro por um indivíduo com 41 anos de idade.
Mas a coisa soa diferente, se for o meu vizinho guineense a assaltar o supermercado do bairro:
O supermercado do bairro foi hoje assaltado por um indivíduo de origem africana.
Subtil à brava, não é? Pois, mas se eu censuro a Imprensa por alinhar nestas pequenas distinções das pessoas (e das situações) em função da sua raça ou nacionalidade (podem substituir o africano do exemplo acima por um branco louro, desde que seja ucraniano ou moldavo), acho igualmente reprovável que esse incitamento ao racismo seja levado a cabo num blogue.
É que isto de ter um blogue permite-nos algumas liberdades, mas não escapa ao compromisso moral de termos tino na utilização deste meio de comunicar com as pessoas. O facto de não sermos, na esmagadora maioria, opinion makers não nos desresponsabiliza de suscitarmos com os nossos textos as reacções que hoje encontrei num blogue da nossa praça e que só surgiram pela oportunidade que foi concedida a quem comenta.
Se não linco o blogue onde me confrontei com uma posta que até pelas circunstâncias descritas é de uma falta de sentido de oportunidade e de um mau gosto atrozes é apenas porque não pretendo levar ainda mais pessoas ao espaço em causa. E porque sei que quem ler aquele apelo descarado e bem direccionado ao racismo vai fazer a associação de ideias com este meu texto.
É que uma coisa é publicar um desabafo contra uma situação inadmissível.
Outra coisa é disfarçar uma atoarda racista no meio da confusão.
As reacções de quem leu, os comentários, dizem o que falta e não preciso de reiterar aqui.
Eu explico melhor.
Se eu matar alguém a tiro, a notícia será dada da seguinte forma:
Uma pessoa foi hoje abatida a tiro por um indivíduo com 41 anos de idade.
Mas a coisa soa diferente, se for o meu vizinho guineense a assaltar o supermercado do bairro:
O supermercado do bairro foi hoje assaltado por um indivíduo de origem africana.
Subtil à brava, não é? Pois, mas se eu censuro a Imprensa por alinhar nestas pequenas distinções das pessoas (e das situações) em função da sua raça ou nacionalidade (podem substituir o africano do exemplo acima por um branco louro, desde que seja ucraniano ou moldavo), acho igualmente reprovável que esse incitamento ao racismo seja levado a cabo num blogue.
É que isto de ter um blogue permite-nos algumas liberdades, mas não escapa ao compromisso moral de termos tino na utilização deste meio de comunicar com as pessoas. O facto de não sermos, na esmagadora maioria, opinion makers não nos desresponsabiliza de suscitarmos com os nossos textos as reacções que hoje encontrei num blogue da nossa praça e que só surgiram pela oportunidade que foi concedida a quem comenta.
Se não linco o blogue onde me confrontei com uma posta que até pelas circunstâncias descritas é de uma falta de sentido de oportunidade e de um mau gosto atrozes é apenas porque não pretendo levar ainda mais pessoas ao espaço em causa. E porque sei que quem ler aquele apelo descarado e bem direccionado ao racismo vai fazer a associação de ideias com este meu texto.
É que uma coisa é publicar um desabafo contra uma situação inadmissível.
Outra coisa é disfarçar uma atoarda racista no meio da confusão.
As reacções de quem leu, os comentários, dizem o que falta e não preciso de reiterar aqui.