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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

15
Ago06

A POSTA NA HISTÓRIA DE UM AMOR SEM FIM

shark
tinta permanente.jpgFoto: Shark
Olha para mim como se eu fosse aquele fim que os teus meios justificam por ser o mais feliz. Faz de nós a tua história mais sentida, o melhor da tua vida naquilo que tenho para te dar.
Um homem a corpo inteiro, amante companheiro, a tua escolha acertada quando o desejo ou a carência se sobrepõem a todas as coisas do mundo que prometo obliterar da consciência de ti. Parado, à espera que regresses comigo de um espaço e de um tempo vividos a dois.

Olha-me depois, com a certeza absoluta de que esta paixão impoluta é feita de tudo aquilo que se quer. Entre um homem e uma mulher, unidos na carne pela alma que fundiram na cama que partilham e na vida onde sem o outro nenhum deles se revê.
Aquilo que se lê nesse teu olhar convicto, no teu amar restrito aos momentos que me incluem. Essa mensagem que me fornece a corrente e me oferece de repente a vontade e a força para te provar o quanto estou próximo de ti. Dentro, se possível.

Conheço-me imprevisível mas aposto na minha persistência, pois a nossa consistência desafia as suas ameaças, olhos nos olhos, os teus e os meus, inabalável no que melhor a confirma. Indestrutível, também pelo teu lado. Quando se sente ameaçado reages com a fúria de leoa, um rugido que ecoa quando me agarras pelos cabelos e te vens sabendo-me teu como afirmas sempre que lutas. Nos momentos em que disputas um lugar que te pertence e nada te convence do contrário, sobretudo quando analisas atenta tudo aquilo que o meu olhar te diz.
E as minhas palavras também.

Mais o corpo que não me deixa mentir, seduzido. Sente-se atraído pelo toque que não estranha, a pele que a minha boca banha com beijos húmidos. Liquefeitos em instantes perfeitos de sintonia, o coração que se arrepia com a sensação indescritível que a nossa intimidade produz.
Não perdes o norte à nossa relação forte porque te guio com a minha mão, não alumio apenas os perigos que deves evitar, estou pronto para os desafiar em tua defesa. A minha firmeza é feita do poder que só o amor a sério confere. E tu és uma mulher que justifica qualquer guerra, no mar ou em terra, no céu para onde me transportas sempre que demonstras o teu empenho na minha presença a teu lado. A toda a hora, afinal, mesmo inibida pelo medo que te possam causar as minhas limitações.

Se algum dia vacilei foi apenas porque me sei incapaz de corresponder à tua altura. Esta paixão que tanto dura padece de um calcanhar de Aquiles, sempre que me perfiles com os príncipes encantados que nunca conseguirei igualar.
Aquilo que sei falar é o que vales para mim e a medida dessa importância assume natural preponderância em tudo o que faço para ti.

Como esta posta que escrevi, contigo na ideia, para nos perpetuar.
Foi escrita na areia mas nem tu, as marés da tua memória, nem o tempo, as ondas da nossa história, conseguirão algum dia apagar.
15
Ago06

NÁITE NO LUGAR DE PORTO COVO

shark
made in alentejo.JPG
Longe vão os tempos do campismo (muito) selvagem no matagal denso diante da Ilha do Pessegueiro. E das maluqueiras refrescantes na fonte do centro da praça. O Rui Veloso cantou bem demais o encanto de uma terra onde agora se pavoneia a roupa de marca em corpos super bronzeados, numa versão miniatura do Algarve multilingue burguês.

igreja porto covo.JPG
Permaneceu a fé mas desapareceram os indígenas, com as casas abarbatadas aos poucos por gelatarias, cervejarias e lojas de todo o tamanho e feitio.
O coração de Porto Covo transformou-se numa espécie de outlet com paredes caiadas, debruadas a azul.

o povo saiu ah rua.JPG
Da magia das noites de Porto Covo, outrora silenciosas e profundas, restam agora pouco mais do que saudosas memórias que uma locomotiva chamada progresso remeteu para o som do esquecimento abafado pelas vozes da multidão que enxameia uma localidade que cresceu depressa demais.


luzes do sul.JPG
Ainda assim, o apelo irresístivel de uma mão-cheia de recordações intensas de Verão arrasta-me com frequência para esta terra alentejana litoral.
Devolve-me à lembrança o Alentejo. (...) rumando sem passado nem futuro.
Fotos: Shark

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