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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

12
Ago06

A POSTA QUE SÓ COMES COM OS OLHOS

shark
É uma das mais flagrantes distinções entre um homem e um chavalo. Quando toca a apreciar mulheres, os rapazolas desdenham à partida determinados “alvos de mercado”.
Só valem a pena as mais novas, gandas mamas e gandas cus, o resto são sacos de batatas com pernas que até estragam o horizonte visual destes pequenos aprendizes de labrego incapazes de verem para lá do que as suas vistas (curtas) conseguem alcançar.

Têm a tesão concentrada no olhar e cegam com o imponente mastro que enxergam no meio da testa, entre os cornos que tanto se esforçam por merecer. Não vêem boi e julgam-se verdadeiros entendedores quando falam das medidas certas para um corpo de fêmea que não passa de um corpo e a cena da fêmea é só para disfarçar.
Não é de mulheres que gostam, mas de ícones estereotipados que até podem ser tão másculos na mona como na… postura.
Eram capazes de enfiar a pila (e a língua, oxalá) na fechadura de uma porta, depois de a fita métrica (ou a balança) lhes confirmar a excelência do orifício numa óptica tridimensional.

Porque para estes atesoados visuais, uma porta não passa de um adorno utilitário e nunca lhes passaria pelas tolas embebidas em pus de borbulha olharem para a porta e observarem com atenção o que ela pode esconder por detrás. Porque o valor de uma porta reside precisamente naquilo a que a ela nos dá acesso, entrada ou saída, na riqueza do que encontramos depois de atinarmos com a chave certa.
Estes fedelhos sem vergonha partilharão (há sempre raparigas parvas ou distraídas) a vida com uma pessoa que envelhecerá, eventualmente engordará (talvez na sequência da violência que o seu corpo sofre para darem filhos a estes coirões) e é fácil adivinhar o respeito e a consideração que estes futuros velhos babosos lhes concederão.
Porque são mais estúpidos e insensíveis do que as portas que acima citei.

Uma mulher bonita e com contornos perfeitos pode ser tão interessante (na cama ou fora) como um artigo de jornal escrito por uma besta a granel. Um bocejo embrulhado numa casca reluzente, como um Ferrari com o motor de um Citroen dois cavalos.
Uma mulher madura, experiente, determinada, sem merdas, pode ser a protagonista da mais espectacular cambalhota ou do diálogo mais apelativo que um gajo experimenta na vida e em nada a sua idade, peso ou outras marcas da passagem do tempo ou de uma combinação genética aziaga contam seja o que for nessa dimensão da realidade que os meninos de escola nunca saberão entender. Na cama ou fora, uma mulher a sério mede-se pelo que dela transpira em sensualidade, em inteligência, num rol interminável de iguarias que estes pseudo-devoradores de comida enlatada não alcançam nem à chapada nos beiços sem tino.

Isto a propósito de um post que li no Controversa Maresia, onde tomei conhecimento de uma alarvidade por escrito praticada com o beneplácito dessa instituição da Imprensa nacional que parece empenhada em acolher toda a trampa que possa encher chouriço e sacos de plástico com papel. O Expresso transforma-se aos poucos numa Maria (vai cas outras) boçal e onde há espaço de sobra para estes Maneis com tanta aversão ao tecido adiposo exterior ao seu obtuso córtex cerebral.

E a malta paga para ler estes gemidos provocados pelos ténues movimentos peristálticos no interior da reduzida massa encefálica que depois os converte em gases feitos palavras que afinal também libertam odores.
Tresandam a disfunção eréctil, ejaculação precoce, masturbação intelectual e outros recalcamentos que a medicina já consegue atenuar e as remunerações auferidas por estes calhaus podem custear na boa.

Mas talvez umas palmadas bem assentes nos cuzinhos bebés pelas suas mãezinhas com corpos danone resolvessem o problema.
12
Ago06

SEGUROS DE NÓS

shark
Eu gosto da publicidade sincera. Como aquele anúncio de uma seguradora, por exemplo, em que se chama a atenção do consumidor enfiando-lhe uma flecha no cu, olha que barato meu parvalhão, mesmo sabendo que se calhar quando houver bronca leva uma flechada no coração…
Pelo menos assim ninguém pode dizer que não conhecia as armas com que se atingem os tolos. As mesmas que convertem os clientes em imbecis, figuras patéticas, potenciais compradores de uma merda qualquer que sendo (parecendo) uma pechincha só pode tratar-se de embuste ou de produto barato para gente palerminha e sem capacidade de decisão ou vontade própria.

Gosto acima de tudo quando as corporações desenfreadas se pegam umas com as outras e desatam a descobrir carecas. Os outros vendem a xis e a gente faz a coisa pela metade. Os outros têm aquilo a menos e a gente tem isto a mais. Os outros enganam o público e nós nem aderimos a esses esquemas. E por aí fora, connosco, os patos, a aprender nesses momentos como somos endrominados pela compra por impulso ou por preguiça. Uma flecha enterrada no traseiro, em cada prateleira ou catálogo onde deitamos a mão à pior opção só para não esbanjarmos o tempo nas necessárias análises e comparações.

Enfiamos os barretes mesmo quando se torna evidente que bastaria percorrer mais uns metros, mais umas páginas, mais não sei o quê que nos pouparia um prejuízo ou, no mínimo, uma enorme desilusão.
E o mesmo se passa relativamente às nossas escolhas em matéria de pessoas. Tanta opção ao alcance e tanta gente a embicar para as escolhas menos acertadas, impossíveis até. Apenas porque sim.

A flecha do Cupido, directa mas insegura, que nos tolda a perspectiva e nos arrasta para alvos que não podemos atingir. Os alvos somos nós, da nossa distracção que impede a visão clara e objectiva do que se passa à nossa volta e nos empurra como carne tola para o canhão dos desgostos evitáveis.
Claro que os há fiéis à marca, publicidade outra vez, encostam-se ao tronco mais próximo e deixam-se dormitar nas emoções falhadas à sombra da luz que tudo revela se não tentarmos encobri-la com uma peneira qualquer. Ou os que se sentem bem servidos e não pretendem experimentar incógnitas para (re)confirmar as suas decisões ganhadoras.
Na verdade existem sinais inequívocos que bastam para nos reencaminhar a chamada para outro número qualquer, disponível, onde se possa encontrar uma alternativa cabal do outro lado da linha em vez do sinal de ocupado que constitui sempre uma frustração.

A publicidade faz de nós o quer, como uma posta mal interpretada, e pode mandar-nos serradura para os olhos.
Mas não podemos ignorar as contra-indicações bem claras nas letrinhas pequenas da embalagem que nos (a)trai.

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