20
Jul06
INSANIA
shark

Até os pássaros no céu alinham em formação e desenham um Vê. Que recuso, viro a cara para o outro lado, um olho meio fechado e o outro a fingir que também cegou.
Voam para longe, onde a minha vista não alcança a mensagem do despertador que me grita a hora de acordar está aí.
O esquadrão alado fala-me do tempo desperdiçado a dormir sobre o assunto. E eu sinto muito que este sono inquieto desperte desfeito nos sonhos por concretizar.
Despejo água benta de uma gamela, presunção, sobre esta nojenta ramela que me tolda a percepção.
E um dia espreguiço o olhar no voo das aves, quase sem querer.
Fica então acordado que em cada sonho frustrado existe um sinal para ler.
Nas entrelinhas do oráculo ou nas entranhas da minha intuição.