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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

19
Jul06

A POSTA QUE O MUNDO PAROU

shark
bocados de luz.JPGFoto: Shark
Encantado, absorveu-lhe os pormenores com o olhar. Deitada de bruços na cama, cabelo espalhado pelos lençóis, ela aguardava as delícias de que ele se acreditava capaz de lhe proporcionar.
Sentiu-lhe na face interior das coxas o pulsar intenso do sangue, bombeado em fúria por um coração que acelerava a cada instante porque ele passeava as mãos sobre o seu corpo como folhas arrastadas pelo vento e beijava com ternura os pontos aleatórios que a boca seleccionava para a agradar.

E cheirava-a, inebriado. E olhava-a, deliciado. E tocava-a com mãos eléctricas, nas nádegas, pequenos choques que a despertavam cada vez mais para o prazer. Gostava do seu corpo naquelas alturas, pelo que lhe transmitia. Aquilo que sentia apoderar-se da sua vontade, olhos fechados, a pele agradecida pela sensação oferecida por um homem empenhado em impressionar.
Sentia-se ferver aos poucos por dentro, ele o forno que a aquecia, ponto por ponto, da base da nuca aos dedos dos pés.

Já mal conseguia reprimir a sede de a possuir quando decidiu virá-la ao contrário para prolongar a sessão no outro hemisfério daquele mundo na sua mão. A boca mais afoita passeava agora pelos seios, brincava como um gaiato com a sensibilidade que ela não conseguia camuflar. Nem queria, como ele já lia naquele olhar. De fogo, analogia ideal, enquanto o convidava de forma subtil a descer, ventre abaixo, para a enlouquecer com o seu empenho. E ele contornava o objectivo, fazia de conta que não percebia. E espalhava a magia pelas ancas que mordia com a suavidade de um ligeiro beliscão.

O estrondo de um chupão, intenso, de surpresa o seu ataque manso ao desejo animal que a contorcia no leito como uma louca. O calor de uma boca no momento ideal. O mesmo cuidado de um homem devotado, a calma aparente imposta pelo esforço de contenção.
Pressentia-lhe a emoção controlada e confirmava-lhe o desejo naquela bandeira hasteada da república do beijo na zona púbica tão próxima de si. Devolveu-lhe por instantes a satisfação que uma boca pode dar, até nenhum aguentar a espera pelo instante da concretização.

Inundou-o de provas da sua primeira explosão quando lhe colou as costas à cama e se sentou sobre aquela exibição de querer. O pedaço de homem que engolia à medida que descia, em brasa, ao rés-do-chão daquela tesão indisfarçável que os unia até parecerem um.
Partilharam-se enquanto os corpos não apelaram à rendição e depois entregaram-se ao carinho, conversaram baixinho a cumplicidade amorosa até adormecerem abraçados com um sorriso nos lábios.

Lá fora, ouviram-se os sons esporádicos da madrugada dormente e o resto do mundo voltou a girar.

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