Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

04
Abr06

A POSTA NAS QUOTAS

shark
Exercício 1 - Para além de ser um infeliz, o Sr. Manuel Serrão é um crápula da pior espécie e alguém devia criar uma lei que proibisse aos crápulas de qualquer espécie o articulismo obsceno na imprensa portuguesa. Nem que seja por uma questão de higiene pública.
Exercício 2 - As mulheres não são uma etnia. Por todos os deuses do número, as mulheres não são uma minoria. E todos os homens de sã masculinidade sabem que as mulheres não precisam de ajuda. As mulheres valem-se. As mulheres não carecem de préstimos insuflados e justificações de coxa estatística para seguirem a carreira da política. As mulheres não são maioritárias na política como não são minoritárias nas maternidades. As mulheres têm competências!condicao feminina.gifNo parlamento do charco é fifty-fifty...

Os dois exercícios acima fazem parte de um conjunto que retirei, com a devida (mas cautelosa) vénia ao meu amigo e colega blogueiro Paulo Hasse Paixão.
Se no primeiro fiquei impressionado pela frontalidade com que o Paulo chama os bois pelos nomes (algo que às vezes uma pessoa reprime a custo), no segundo encontrei uma pista para o debate, que julgo necessário, acerca desta deplorável (por existirem justificações para a mesma) questão das quotas femininas na política.

Apesar das diferenças ideológicas que nos colocam nos antípodas do espectro político-partidário, eu e o Paulo partilhamos o desenquadramento relativamente a muitos dogmas das nossas “correntes”.
Daí, nem sempre alinhamos posições com a versão oficial emanada das cartilhas que nos impingem como baseadas em algo que não os interesses imediatos de quem as congemina.
Nesta questão das quotas hesito. Porque se é verdade (quase) tudo quanto o Paulo afirma quando aplicado aos grandes núcleos urbanos, basta considerarmos o interior e as pequenas localidades para que o filme seja outro, bem diferente. E as leis são para aplicar à totalidade de um país onde grassa um nível heterogéneo de evolução de mentalidades.

Por outro lado, a questão da maternidade não é irrelevante na criação de desequilíbrios na paridade. E isso não se manifesta apenas na política. Qualquer conselho de administração de grandes empresas em Portugal terá uma, talvez duas mulheres na sua composição. Ou mesmo nenhuma. Carreira e família são incompatíveis porque, bem ou mal, são as mulheres quem assume por regra a responsabilidade pela gestão da família, em quase todas as vertentes que a compõem.
Na hora de seleccionar os nomes para os cargos, muitas mulheres capazes e interessadas estão de volta dos tachos, dos filhos ou de homens de merda que as atrofiam na sua (verdadeira) condição. Mal servem para “tapar os buracos” nas listas depois de esgotados os candidatos preferenciais, pelo simples facto de nem se colocar tal questão em muitos meios menos liberais e “académicos”.

Se é inegável que o processo de transformação desta realidade é irreversível, não é menos verdade que em muitos domínios tudo acontece a passo de caracol. E não se pode desperdiçar nem mais uma geração de mulheres capazes.
Só por isso hesito em apontar o dedo ao princípio em causa, o que se viola, com esta imposição de xis ou ípsilon fêmeas para enfeitar os poleiros dos seus companheiros de luta. Porque é óbvio que se o mérito deve entrar nos critérios, garantindo a igualdade de oportunidades em teoria, esse argumento tomba diante da verdade dos números e da falta de mérito que a realidade actual traduziria, se assumida com esses contornos.

Eu não acredito nas diferenças de capacidade entre géneros, tal como desconfio que a generalidade dos machos lusitanos desta nação semi-neanderthal abdique da sua Maria no estendal para a deixarem ir à reunião da assembleia de freguesia.

Por isso, inclino-me mais para engolir o sapo da equiparação “à bruta” do que para gregoriar perante o nível dos cavalheiros que vão trepando na hierarquia à conta destas deformações culturais e muito efectivas e pragmáticas no condicionamento do acesso das mulheres à vida política activa.

Mas agora falta uma lei que obrigue os machos da espécie a aprenderem a executar as tarefas que elas deixarão de cumprir.
E a perceberem porquê.
04
Abr06

Desportos Radicais

shark
jogging.gif

Ontem, seis da tarde, um semáforo cá do burgo.
Não consegui perceber o insistente olhar jocoso por parte do ocupante do jipe - ligeiramente mais alto que o meu carro - parado ao meu lado à espera de mudar de direcção, até que olhei para o lado oposto e constatei que, enquanto uns quantos, de headphones nas orelhas, exercitavam corpos e mentes em caminhadas ritmadas pelo passeio pedonal, eu ouvia música sentada ao volante e deitava abaixo, energicamente, um pacote recém-comprado de Doritos Tex-Mex...

São estes instantâneos do quotidiano que me fascinam.

Aviso: Não tentar isto em casa. É claro que, só uma gaja giríssima, chiquíssima, magríssima, elegantérrima como eu, se pode dar ao luxo de praticar este diferente conceito de modalidade desportiva.
Mar
03
Abr06

Serviço Público

shark
Quando um gajo tem uns minutos de tempo morto entre duas obrigações profissionais e descontrai em deambulações por esta vastidão de oceano que é a net, damos com este tipo de cena fixe


ou esta


Os fans, quando são mesmo muito fans, inventam todo o tipo de coisas giras e criativas.

é serviço público, sim senhor! ou só se atribui essa classificação quando a malta é encaminhada para sites semi-porno e assim, hein? Humpf!Mar
02
Abr06

A POSTA NO FUNGÁGÁ DA BICHARADA

shark
no brain.jpg(fotos de bovinos/as indisponíveis por ruptura de stock)

Os bovinos, como a testa indica, são animais que adoram marrar. Mesmo quando tal ímpeto se revela desastroso, como popularizou a frase que inclui o comboio de Chelas. Podem manter-se em sossego no pasto e ninguém dá nada por eles. Mas a qualquer momento soltam bramidos de redondel (como se um par de bandarilhas lhes tivesse sido cravado no dorso) e ala que aí vai bife a galope pela planície, mesmo sem pretexto que o justifique.

Por isso mesmo, ninguém pode fiar-se no seu ar de ruminante pachola e qualquer campino em início de carreira sabe de antemão que deve evitar a cor vermelha que tanto lhes assarapanta os cornos.

Apesar do horror que tal espectáculo inspira aos amantes dos animais, os bois adoram touradas. Isto porque é na arena que muitas vezes conhecem a chocalheira da sua vida, a fêmea que nunca ousariam sonhar e lhes aterra na vista como um euroboizões caído do céu. Sentem-se uns príncipes, cada vez que a sua memória fotográfica lhes reporta a imagem da bezerra que algures os beijou e assim os transformou (na sua mioleira desengonçada) em bichos dignos da melhor faena. E assim se esforçam por impressionar as tetas da sua eleição, arriscando umas picadelas na picanha, ao enfiarem o focinho a eito nas pegas que, de caras, não são as suas.

Acabam pegados de cernelha, coitados, agitando as hastes (de que muito se orgulham, pois a BSE banalizou as loucuras das cornúpetas) como baratas tontas. São, afinal, vítimas de uma impulsividade ancestral que caracteriza a espécie e os arrasta invariavelmente para corridas de merda em praças de segunda categoria.
Nem assim despertam para o final programado num rodízio qualquer. Acreditam-se paladinos e revolvem os intestinos em busca da marrada mais fina, à antiga portuguesa, confundem-se com os cavaleiros que os lidam e roçam os cascos no pó armados em matadores.

O perigo para estes animais de porte tão majestoso é embicarem para o capote sem lhe poderem depois sacudir a água que metem pelo caminho e lhes ensopa o pelo por tabela.

É que o signo de um touro é acabar no prato de alguém. E quanto mais bravo se volteia, mais depressa lhe trincham uma costoleta. Ou um naco do acém…

(Nota do autor: se depararem com alguém a ruminar de forma prolongada este texto em busca de algo mais que não uma conversa acerca de quadrúpedes propriamente ditos, digam a esse alguém que pare de olhar para o palácio, sff)

Pág. 5/5

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Arquivo

    1. 2022
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2021
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2020
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2019
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2018
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2017
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2016
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2015
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2014
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2013
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2012
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2011
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2010
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2009
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2008
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2007
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2006
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2005
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2004
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D

Já lá estão?

Berço de Ouro

BERÇO DE OURO