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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

15
Abr06

...

shark
69.JPGFoto: sharkinho

A gravidade é um conceito muito relativo. É grave atribuir demasiada importância a problemas que o tempo se encarrega de arrumar no devido lugar da escala de impacto nas nossas existências. É quando o problemão se transforma num probleminha, às vezes quase numa anedota para partilhar com os amigos na esplanada.
A gravidade depende não só do contexto como da disposição. E da comparação com outros eventos ou preocupações, os nossos e os dos outros. É a relatividade que se impõe, energia desperdiçada numa matéria sobrevalorizada que noutras circunstâncias nem seria alvo da nossa atenção.
A gravidade da situação reside no quanto nos desvia da felicidade essa tendência para a concentração nas pequenas mariquices do quotidiano. Palermices que nos ameaçam a boa disposição. Mas só mais tarde descobrimos a verdadeira dimensão da asneira que nos consumiu. E que muitas vezes nos afasta do que é prioritário, aquela perseguição da utopia que nos transmite a ilusão de ser feliz.

Para se ser feliz, se calhar bastava nascermos ensinados a substituir o tempo por antecipação, na devida arrumação dos transtornos no armário das memórias das histórias menos agradáveis. Muito mais saudáveis, os dias encarados dessa forma mais ligeira...
Seria mesmo à maneira, para evitar a gravidade da distracção que nos provocam tantos desgostos supérfluos acrescentados sem razão às cicatrizes desnecessárias das lágrimas vertidas em vão. Ou os gritos de arrelia a destruírem a alegria que só as coisas verdadeiramente importantes nos dão.

A gravidade é relativa. Atrai-nos de forma depressiva da alegria de um voo no céu para a tristeza ao nível do chão.
Quase sempre sem razão, agarramo-nos aos problemas de forma indiscriminada (mesmo aos que ainda estão para vir).

Quando afinal, na maioria dos casos, o melhor é mesmo deixar cair...

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