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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

13
Abr06

...

shark
barulho da luz.jpgFoto: sharkinho

No silêncio encontro as respostas. Pelas perguntas que a ausência suscita, pelas coisas que explica o consentimento de quem cala. Permito-me especular quando me falta a explicação devida para os mistérios e as contradições. O sentido que preciso encontrar para aplacar o desassossego instilado pela tendência paranóica que me empurra para as dúvidas (des)necessárias e para os esclarecimentos necessariamente perturbadores. É esse o motor da suspeita, o temor da falsidade que a desconfiança inventa. Ou acelera na revelação das verdades que preferiríamos nem conhecer.

No silêncio da omissão, a manobra de diversão, escondem-se os fantasmas do engano, os esqueletos no armário que expostos à luz do dia convertem em adversário o aliado que antes merecia a confiança que a escuridão do segredo proporciona.
Jardins secretos onde se ocultam na vegetação as informações prejudiciais à imagem que se pretende pintar.

No silêncio da negligência, a medida da importância que alguém nos atribui, camuflam-se as perdas em consequência do fenómeno de erosão. Morre a vontade de comunicar quando se extingue a necessidade de uma efectiva proximidade que apenas se cultiva por tradição.

No silêncio da ressaca de um momento constrangedor, um episódio desolador que desmotiva o contacto, obliteram-se as hipóteses de uma reconciliação fundamentada. A conversa adiada é um sintoma de desinteresse, um problema que carece de algo mais para se resolver. Deitar tudo a perder pela falta de comunicação, uma óbvia solução de recurso para criar a distância intransponível alimentada pela interrogação deixada no ar.

Mas no silêncio encontro igualmente a paz, poupado às agressões dos sons que me desiludem, das coisas que me dizem de propósito para testar o cabedal que invoco nas arremetidas de fanfarrão. Fico sossegado assim, fechado em mim, isolado do exterior.

Exilado, solitário nas cogitações, na frágil redoma que poupa aos de fora o dispensável calvário das minhas limitações.

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