25
Jan06
MULHER
shark
Gosto.
De te sentir
Amarinhar por mim, colada, dedos cravados nas nádegas, a puxares-me para ti até me perder nos labirintos do teu desejo.
De te cheirar
Enquanto te beijo como se coubesse na minha boca cada pedaço teu que me apetece arrancar, no meio da loucura que assenta arrais, a vontade de te inalar da cabeça aos pés, de aspirar o teu perfume como uma nuvem, como o pedaço de céu a que me sabe a tua presença. Gosto do teu gosto também.
De te tocar
Em busca da melhor sensação que os meus dedos já conheceram, a textura perfeita, cada vez mais forte a minha mão no toque pelos caminhos que o teu corpo desenha para o meu percorrer. Cada vez mais prazer, emoção renovada, a intimidade criada pela insistência em descobrirmos zelosos os pontos mais sensíveis de uma anatomia que se torna comum. Naqueles lapsos de tempo parado em que nos degustamos devagar
De te agradar
No momento em que procuro pelo teu corpo adentro a essência da paixão que me dedicas nesse instante em que te quero agarrar. Procuro, afinal, o Santo Graal ou o milagre que encerras no reino das trevas onde reside o demónio que se apodera do teu olhar. Quando me tomas de assalto, possessa, e me forças a promessa de nunca parar. Até me dares autorização.
De te olhar
Quando repousas serena em cima da cama, sorriso de amante num rosto marcado pela satisfação. A minha, também. Por te saber feliz, por ter sido capaz, por me acreditar o homem de que precisas agora. Por me sentir especial na tua existência, tão bela, encantadora como uma princesa. Tão sedutora como uma deusa do amor.
São os meus olhos que te vêem assim e pouco importa que outros te vejam de outra forma, desajustada, ou mesmo inferior.
De te amar
Em cada uma das características que te distinguem de entre a multidão. A pessoa e a mulher. A amante e a amiga. O tique só teu, o som melodioso e sensual dessa voz que me mima.
E saber que existe um nós para sempre, na lembrança de cada momento passado a dois ou mesmo no futuro que pode um dia iluminar-nos à luz da lareira, rostos enrugados numa discreta carícia, num beijo atrevido, à socapa, na cumplicidade que os anos nutriram sem pressas porque o amor insistiu em ficar.
Quem sabe até quando? Até ao fim, se calhar.
Quero.
Agradecer-te a existência.
Porque és a origem e a essência de tudo quanto me faz verdadeiramente feliz.