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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

19
Jan06

ESPELHOS DA ALMA

shark
side by side.JPGFoto: sharkinho
É espantosa a diferença entre a comunicação pessoal e a que se produz por outras vias. Sobretudo no impacto que se obtém.
Nada substitui a clareza de uma expressão visual ou a verdade que um simples olhar não consegue esconder. Nada substitui o calor de uma presença ou o tom de uma voz.
Tudo o resto são simulacros de conversação, tiros no escuro à espera de uma correcta interpretação que nem sempre logramos alcançar.

Por isso a blogosfera (a comunicação por via informática, aliás) é um reino do faz de conta onde a verdade que desponta resulta apenas de um acaso feliz. Mesmo a mentira é deturpada e a omissão é empolada, nas certezas que raramente a palavra escrita consegue reproduzir.
Certa é apenas a intenção de quem escreveu, que nem sempre corresponde à de quem leu e assim pode dar azo às mais injustificadas confusões. Conflito entre duas razões opostas que afinal podem ser paralelas, quando à mesa se oferecem explicações e se definem os termos de qualquer relação sem temer as deturpações.

As que acontecem apenas com base no suporte virtual estão à mercê da veracidade da imagem que se vendeu e da que se comprou, da respectiva sintonia. Podem revelar-se ilusões, uma vez confrontadas com o plano do real.
Mas existem raras excepções, as que resultam da correspondência directa entre a mensagem (e a imagem) transmitidas e o seu emissor. As que inspiram confiança e abrem caminho para o esclarecimento dos equívocos que podem afastar sem sentido pessoas com laços que inegavelmente as aproximam. E esses são bem reais.

Ontem pude ler num par de olhos aquilo que muitas palavras até desmentiam e as minhas conclusões precipitadas pareciam desacreditar ainda mais.
Sinceridade sem reserva, confiança sem restrições e discurso na primeira pessoa. A cumplicidade de um amor-amigo, sem merdas, leal.
Uma receita ganhadora.

E por isso mesmo ontem, na minha vida cada vez mais analógica, tive um dia particularmente feliz.

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