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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

31
Jan06

A POSTA NA SINALIZAÇÃO VERTICAL

shark
via aerea.jpg
Dizem muitos dos que enfrentaram ao longo da vida o fogo real de um campo de batalha que um dos principais trunfos para conseguir escapar incólume nessas circunstâncias é o medo.
Paradoxal, esta conclusão soa estapafúrdia e até colide com a opinião de alguns veteranos para quem a guerra se faz de cargas da brigada ligeira, de actos heróicos onde a coragem prevalece e distingue os melhores.

No entanto, quando alguém nos aponta uma arma ou simplesmente nos ameaça de alguma forma, só o bom senso e a prudência podem conduzir-nos ao desfecho ideal. A vitória repartida dos que souberam a tempo evitar o pior, que se pouparam a consequências evitáveis apenas porque decidiram recuar. Agressores e agredidos potenciais, unidos em torno do instinto de conservação.
Água na fervura, cabeça fria e a vida continua disponível para aprendermos com as nossas asneiras sem precisarmos de as agravar.

Eu admiro a coragem nos homens que lutam destemidos, como admiro a sabedoria dos que, lutando na mesma, conseguem obter soluções de compromisso que evitam a sua perda e a daqueles que a vida lhes coloca no caminho, na pele de opositores ou de adversários. A guerra, hedionda, a ceder à diplomacia. Menos baixas, menos sequelas, mais gente que sai vencedora.
Qualquer conflito assume as proporções que lhe impõe uma dada conjuntura, os acasos de que o tempo se faz. E a diferença é feita por quem consegue geri-los sem perder o norte à relatividade que o futuro empresta aos eventos que passaram, à luz de uma avaliação sob outros pressupostos.

É por isso que a morte gloriosa dos guerreiros de qualquer tempo em qualquer lugar tem sempre um sabor a desperdício, pois a antecipação do armistício, a razão que prevaleceu, pouparia as vidas e as dores sofridas pelos heróis, para um mesmo resultado a obter no fim.
Mas o mesmo raciocínio, dimensionado à escala das pequenas escaramuças humanas que podem nascer de uma frase infeliz, de uma má interpretação de sinais ou de um piano de cauda caído sem querer no Ferrari do vizinho, pode e deve aplicar-se na perfeição aos nossos desatinos quotidianos.

Às vezes até somos surpreendidos pelas pessoas que, por força das circunstâncias, se colocam nos lados opostos de uma barricada qualquer.
Por isso se justifica sempre o recurso ao diálogo, à busca de soluções razoáveis, antes de partir sem rumo para uma bronca leviana.

Por isso, não sendo um pacifista ou objector de consciência, prefiro-me conciliador. E acredito que as minhas reacções em sentido contrário não passam de traições aos princípios que a lógica me confirma e a prática raramente desmentiu.

Existe uma espécie de semáforo interior que nos controla a impulsividade e outras tendências potencialmente lesivas, que nos avisa de quando podemos ou não carregar no acelerador. Quando trabalha menos bem, entra no modo pisca-pisca.

E nos cruzamentos da vida devemos estar particularmente atentos às intermitências da lucidez.
30
Jan06

O SAPO FALOU

shark
Formidável. Ainda mal escrevi a posta anterior e já houve um sapo inchado que estremeceu nos confins do seu pantanal pasmacento, todo contentinho por poder largar a sua poia no meio da bonecada que deveria ser o único conteúdo do pasquim que alimenta.

As notícias correm depressa neste mundo que se bloga…
30
Jan06

MAS CERTAMENTE QUE FIM...

shark
Com a neve chegou uma época glaciar ao Weblog.com.pt. Só hoje, dei por três despedidas em blogues desta plataforma portuga.
O primeiro que descobri foi o Janela para o Rio, aparentemente vítima da estatística. Um local moribundo, segundo palavras do autor (um insigne benfiquista como eu). Estava aberta (a janela) desde Junho de 2003 e agora acabou.
Pelo desabafo do colega, subentende-se o desencanto de quem se rala com a dinâmica do blogue (as visitas e/os comentários, talvez). Aceitável e assumido de forma sincera por quem acrescenta sem merdas os laços que o prendem a essa coisa sua que é um blogue.

Porque isto é mesmo coisa nossa. E considerando o investimento de tempo e de concentração (ninguém gosta de fazer má figura), acaba por se tornar quase parte de nós.
Custa assistir à agonia do nosso blogue, como custa (por exemplo) constatar essa realidade numa relação.
E parece haver uma ligação directa entre estes dois exemplos, como a despedida simultânea do meu senhorio e da Ana (na sua dimensão pública) parecem indicar.

O facto de eu estar a referir aqui o fim dos seus blogues em paralelo com o aparente fim da sua relação, talvez apenas uma conclusão precipitada do leitor que sou, evidencia este cariz coscuvilheiro da blogosfera que nos põe a discutir a nossa vida e a dos outros à vista do pagode.
Somos nós, os que blogam, que damos os flancos nesse particular. E eu tenho alguma autoridade moral na matéria, pelo que neste blogue aconteceu em matéria de exposição “mediática” da minha relação com a Mar, algo a que pusemos cobro neste espaço que agora partilhamos e esteve de alguma forma na origem do fecho do Espelho.

Parece que sentimos algures a necessidade de deixar escapar coisas nossas para essas nossas coisas que são os blogues onde nos comunicamos e nos damos a conhecer. Dito assim, parece normal que deixemos transparecer os nossos problemas, os nossos humores e os nossos amores para a praça pública. E é assim que o Sharkinho que, tal como o Jorge, mal conhece as pessoas em causa se sente legitimado para as debater por esta via, para alimentar o falatório que os nossos desabafos (muitos deles sob a autogestão da nossa ira ou de um enorme desgosto) oferecem de bandeja aos cuscos de ocasião.
A malta que nos lê, uma espécie de vizinhança paredes-meias que encosta o ouvido para ouvir a discussão. E nós, palermas, gritamos as palavras sem qualquer contenção.

Lamento o final dos blogues em causa, porque tinham efectivamente qualidade, como lamento os contornos que a sua face visível permite antever. Por todos os motivos e mais alguns, ainda que não os comentasse (apenas porque tal não se proporcionou). Sobretudo se a esse fim se associa de facto o final de uma relação (muito) amorosa que, perante este desfecho, estaria bastante ligada à componente blogueira.
E se assim é, entristece-me que uma tenha implicado o fim da outra. Entristece-me o fim de qualquer uma delas e pelo menos uma está confirmada com o fecho dos blogues.

Aos colegas blogueiros citados nesta posta envio os votos de que não tarde a renascer o impulso irresistível que nos move nestas andanças e que entretanto as vidas se adaptem na boa ao novo figurino.
29
Jan06

ENCHIDO DOMINICAL

shark
sir raiva.JPGFoto: sharkinho
O importante é ficar indiferente à agressão. Uma indiferença planeada, calculista, assumida em legítima defesa contra os sinais exteriores da tristeza que nos pode contagiar.
Uma vacina, inoculada na alma para preservar o coração.
O ataque pela calada, discreto, com a guarda avançada de um agente secreto equipado para tomar o território com a manha de um cavalo de Tróia. A galope pela planície, convencido pelo silêncio da guarda desprevenida (uma desatenção fingida) a avançar sem temor rumo ao desfiladeiro, sem cuidar uma emboscada passível de acontecer.

Confiante na vitória, monta um acampamento às portas do bastião e aguarda os reforços no meio dos destroços da batalha anterior. Não luta pelo amor mas apenas pela glória de quem soma outra cruz na fuselagem, a conquista de outra margem com as armas que a cobardia inventou.
Estandarte espetado na terra alheia, cruel, como uma bandarilha no dorso sensível do touro que já nem investe contra o matador. A confiança de um vencedor nos trunfos acumulados, os espaços ocupados com uma estratégia genial. Simular o bem para fazer o mal (sem querer, claro está) e sem perder a tranquilidade na consciência.

Um jogo de paciência que desarma a oposição. Faz de conta que estou do teu lado e como és desbocado vou recolher mais uns nabos da púcara. Para os espalhar depois, como uma sementeira de descrédito no terreno fértil da embirração gratuita. A vulnerabilidade exibida na arena, como uma ferida a jeito para quem a quiser remexer.
Apenas pela satisfação coscuvilheira, uma trica mesmo à maneira para alimentar conversa de circunstância ao telefone ou pelo teclado do computador. Ou à mesa de um café, conspiração, sabes a última do interior das muralhas?
A defesa está entregue a um imbecil…

As tropas invisíveis arrastam-se sem pressa pelos campos lavrados do inimigo comum. De esguelha. A linha da frente no flanco desguarnecido, como julgam, certeza no cagar pela leitura de um relatório feito em cifra pelos agentes infiltrados que apontam com o dedo o local indicado para a dentada do cão.
Deixou-se morder, está perdido. Ficou distraído com a dor que sentiu quando as mandíbulas se cerraram, outra vez no mesmo anzol.

Avance o exército invasor! Ao longe o fragor das botas cardadas que pisam o chão. Terras devastadas pela praga de gafanhotos, queimadas sem dó pelo fogo da pequena traição. Prometo que não conto nada a ninguém, os filhos da mãe são um poço sem fundo para os segredos que emprenham pelos ouvidos e libertam na defecação. Netos nascidos com uma malformação congénita, no cheiro e na cor. Desdenham a amizade e zombam do amor, são coisas peganhentas que se orgulham da família, aprendizes de mafiosos com tiques de cães raivosos que atacam nos pontos mais fracos das vítimas de ocasião.

Indiferente à agressão, a muralha sitiada alberga uma surpresa danada para os que a pressentem sem guarida. Nas ameias os panelões com o azeite fervido, para cada atrevido uma dor especial. Arqueiros escondidos à entrada do portão, ponte levadiça que se ergue com o inimigo à mercê na praça central. Sem fuga possível, a informação disponível era apenas um ardil.
Como ratazanas aflitas, como baratas tontas, colidem entre si na ânsia de escapar ao castigo que a sua conduta leviana e imprudente justificou.

O filme acabou assim. Vingança no fim, carnes frias. Carcaças vazias das baixas sofridas nas fileiras de figurantes e de figurões, espalhadas ao acaso pelo campo de batalha improvisado. Combate encenado para adornar outra história, a fixar na memória da plateia que abandona o local sem atenção ao genérico. Letrinhas pequenas a correrem no monitor, ignoradas.

E nas cadeiras vazias já estão instaladas as armadilhas, os efeitos especiais para assustar o espectador desatento que regressa em cada sessão à procura de uma nova emoção ou de um enredo diferente. Um final surpreendente para um conto de réis, mil paus nos costados, cinco euros poupados no cinema das vidas alheias acossadas pelos fantasmas da sua ingenuidade infantil.
Soa baril, mas é uma porra.

Às vezes esturra, este espeto de imagens que rodam em lume brando.
O fogo soprado reanima, alimentado pelo ar que se esgueira pelos lábios viperinos da turba. Nos seus intestinos fermentam ideias, moscas presas nas teias em delírios de soltura. Liberdade sonhada da ratoeira montada para o final feliz de outro episódio concebido para o gáudio das multidões oportunistas.

Afinal era banhada, esta história mal contada pela voz de um péssimo actor. Uma inócua narrativa, um filme de terror para incutir na audiência o estado de alerta.
A consciência desperta e não tarda a produzir resultados.
Ficam avisados e não poderão alegar a ignorância. Mesmo a esta distância, estende-se o longo braço da lei ao encontro dos vossos pecados.
Uma lei divina que é como uma puta fina que selecciona os seus alvos em função da aparência.

É uma consequência, a anedota da bolinha de pingue pongue amarela no canto superior deste ecrã. Seria vermelha a argolinha se antes enveredasse por me ir despindo, num strip tease total.
Mas é hoje é Domingo, tou ca telha e tá um frio do caraças! Esperavam o quê, afinal?
28
Jan06

SÓ O MELHOR

shark
only the best1.jpgaqui
Sim, era disso que se tratava. Aquilo que exigia da vida para si e de si própria para oferecer ao mundo. O melhor. Ou então, nada.

Só o melhor, condição que impunha, quase dogma. Que defendia religiosamente. Na escolha dos amores como do vinho. No prazer carnal de uma refeição confeccionada com mestria. Só o melhor das carícias, que só os melhores conseguem levar ao extremo.

Era isso. O que considerava que lhe era devido e que devia. Cobrança que fazia, por existir neste túnel chamado vida, com uma só saída lá ao fundo. Crédito que dava, a quem com ela partilhava essa passagem. Por sorte ou azar.

Nada menos do que o melhor. O genuíno e exclusivo. Assim soubera que, no fundo do mar se escondia a mais pura pérola e que o aroma perfeito se extraía de uma flor rara, nascida uma vez por ano de entre o gelo árctico. Assim experimentara o sabor dos flocos de neve e a textura da pele de uma ave recém-nascida.

Assim chegara até ele. O melhor. Impossível de passar ao lado, de não reparar. Nada de margem para dúvidas, no remoinho das palavras com que se despia.
Assim descobrira a magia. Das pontas dos seus dedos a desbravá-la, do sopro suave sobre a humidade do seu corpo.

Sim, fora disso que se tratara. A inequívoca garantia de uma peça única, colheita irrepetível, lapidação depurada, viagem em primeira classe. O que esperara e obtivera. O que continuava a exigir. O que cultivaria com afinco. Nunca menos do que isso. O melhor.

Mar
27
Jan06

A POSTA JÁ

shark
amanheceres.JPGFoto: sharkinho
Retrato parado de um tempo congelado no momento em que a felicidade era outra.
Esboço grosseiro de uma natureza contraditória, ficou na memória a imagem de uma realidade que se escondia por detrás de um sorriso proibido que a máquina fixou.
Para a posteridade na consciência, lembrada a custo a emoção que se sentiu mas que o tempo arrastou aos poucos para o canto das imagens sem cor.
Sentimento de culpa, castigo que dura. Acarinhar a mentira enfiada numa moldura. Fazer de conta.

No sol que desponta há um futuro que brilha, em cada manhã que o presente nos entrega como uma oferenda. Há a beleza da luz e a certeza absoluta da oportunidade concedida, a esperança renascida no dia por gastar. Sem tempo para poupar, o que se escoa por entre os dedos impotentes de quem o queira chamar seu.
Passar a esponja da indiferença sobre as coisas relativas que hoje se vestem como dramas e amanhã enregelam despidas na galeria das pequenas partidas que a vida nos pregou.
Seguir para bingo com a vista colada à linha do horizonte, sempre defronte, que não é a nostalgia a criar a magia que queremos para nós. É paisagem esquecida, aquela que a vida deixou para trás.

Fotografia imóvel de uma farsa que o tempo desmascarou, encaracolada nas pontas, carcomida pelo abandono dos poucos olhares que a visitam, por acaso, no meio da limpeza do pó. É o registo guardado do tempo que acabou e não tem condições para regressar.
A vida a mudar, conjunturas alteradas nas malhas tecidas pelo acaso ou pela nossa influência. Sinal de decadência, o culto absurdo dos equívocos que se revelam na película e se perpetuam sem nexo no rosto perplexo de quem segura apenas um pedaço de papel sem sentido, valor tão fingido que acabou por falir.

Agora o pensamento concentra-se no investimento de amanhã e a lógica inviabiliza a gestão das acções atrasadas, as águas passadas que o tempo congelou no frio cortante que viria a soprar por entre as frinchas abertas de uma revelação qualquer. Ou apenas pelo desgaste natural, a pena capital para as ilusões criadas ao abrigo de uma fantasia.
Mas hoje nasceu um dia e enche-se a carteira de tempo à maneira para apostar à fartazana, sem contar os tostões. Os euromilhões são pedaços da existência, minutos contados para cada pessoa, dádivas divinas para quem ambiciona a riqueza de ser feliz.
Milionários à força, contra a falsa evidência de uma pobreza que só existe, afinal, na vida mendigada de quem analisa pessimista a cotação do presente, ignorando essa gente a fortuna que pode surgir amanhã. Ou, se calhar, até já chegou, no bilhete premiado que só é registado quando se investe na fé.

O milagre a acontecer, apenas para os que ainda cá estão.
E nessa condição de simples mortais, ingratos seremos se não cultivarmos as coisas reais, o calor dos abraços e as alegrias que nos dão.
A vida que não se experimenta nas memórias fotografadas.

É hoje que deve acontecer.
Em cada amanhecer, o apelo do amor que se faz.
26
Jan06

BUSCA, BUSCA OS CRITÉRIOS

shark
Tubanet.jpg
Este tipo de posta não costuma suscitar grande interesse à maioria das pessoas. São coisas de blogueiro, intimidades dos nossos bastidores que partilhamos apenas para nossa leitura.
Por isso não levo a mal se não continuarem a ler este lençol.
O assunto é recorrente, mas já há algum tempo não vasculhava os critérios de busca que trazem navegadores incautos às águas do charco.
E se hoje o faço é porque este espaço precisa de aligeirar de vez em quando o conteúdo e alguns destes visitantes anónimos primam pela originalidade (podemos chamar-lhe outras coisas, nalguns exemplos) e prestam-se à galhofa.

Mas eu levo-os a sério. Até porque os termos que arrastam a malta via Google e similares podem reflectir a essência de um blogue. Senão vejamos.


Fotos de defuntos – Já esperava uma destas desde que publiquei a minha. Ainda assim, interrogo-me acerca do que está exactamente em causa para quem procura…

Coração na boca – That´s me. E coração nas mãos, nas muitas vezes que a boca me atraiçoa e fico à espera do retorno.

Para que servem os dentes do tubarão – O capuchinho vermelho respondia a esta na boa. Mas eu posso acrescentar umas especificidades de esqualo. Servem para tornar mais eficazes as dentadas, nomeadamente quando sacamos um surfista pelos calcanhares, uma foca pelos bigodes ou um comentador atrevido pelos... pelos…

Construções com Cavaco – Com Cavaco onde? A trabalhar nas obras ou a construir pesadelos?

Qual a cor do espelho? – O meu é azul, da cor do mar. E é mágico, ainda por cima…


E agora destaco as que me deixaram mais perplexo:


Faróis esperança frente desilusão – Nem sei o que dizer desta salada de critérios, excepto que tenho esperança que os faróis da frente não me dêem a desilusão de fundirem mesmo quando surge no horizonte uma operação stop e eu tenha acabado de sair do Bairro Alto num fim-de-semana…

Eu me sento que aqui, este quente, este frio, muito quente, este frio samba – Este? Comentem-no vocês que eu não faço a mínima…


E claro, as porno-eróticas, inevitáveis neste mundo virtual. Aconselho as pessoas mais sensíveis ao vernáculo de taberna a mudarem de canal. De blogue, queria eu dizer.


Meninas fodidas – Estaria certamente a referir-se ao feitio das piquenas…

Blog de sexo – Esta é a mais preocupante para mim. Há três meses representava quase um quinto das visitas via Google e afins. Agora nem chega aos 2%. Acho que está na hora de apimentar a coisa…

Fodidas no cu – Estaria certamente a referir-se à flatulência das meninas acima…

Penetrações – Pregos nas paredes? Ná… Avançados na grande área? Ná… Pode ser mais específico(a)?


Para concluir, umas quantas que me sensibilizaram:


Pássaro do sul – That’s me, outra vez. Acima de Lisboa é círculo polar ártico. E mesmo aqui, anda um griso do caneco…

Blogs de meninas – Assim, sem destacar o carácter das moças. Precisa com urgência de recorrer à pesquisa avançada. Ou mudar de óculos.


E a minha preferida. Digam lá se não é de um gajo adorar um blogue que atrai gente com uma busca assim:

Qual é a maior prova de amor que um homem já deu a uma mulher? – Não é pobre a perguntar. E a dificuldade está na escolha. Sinto-me até tentado a pedir auxílio à rapaziada que aqui comenta.
Qual será a resposta a esta ambiciosa interrogação?
Dar a vida? Ser fiel até às bodas de ouro? Deixar a tampa da sanita sempre fechada?
Construir uma versão moderna do Taj Mahal?

Confesso que fui apanhado de surpresa e sinto-me até tentado a abordar a questão numa posta.
Mas assim à primeira vista, julgo que a maior prova de amor é nunca o pôr à prova.
Se existe manifesta-se e não necessita ser questionado. Ou desafiado. Ou desperdiçado por negligência.
A maior prova de amor é oferecê-lo sem condições e recebê-lo como uma bênção divina. O resto, acho que acontece por si…
26
Jan06

TRÊS DEDOS DE CONVERSA

shark
fiquem os aneis.jpg
Aqui há uns anos assisti na televisão a um episódio d’A Quinta Dimensão (The Twilight Zone) no qual um cavalheiro abastado convencia um ganancioso a arriscar a perda de um dedo numa aposta. Se me recordo dos detalhes, estava em causa um isqueiro e a ideia era tentar acendê-lo um determinado número de vezes. Se alguma falhasse, com a mão do apostador presa ao tempo de uma mesa era certinho: chop!

Mas aquilo era ficção pura, apenas para retratar uma dimensão extrema (no caso, a quinta) das emoções e das fraquezas humanas. Era a brincar.

Eu também pensava que se tratava de uma brincadeira, um caso de que tive hoje conhecimento, mas não. É mesmo sério e só o segredo de justiça impede que já tenha tido mais ampla divulgação.
Um indivíduo de Viseu efectuou diversos seguros de acidentes pessoais noutras tantas companhias, com capitais pouco elevados para não chamar as atenções. Claro que nunca mencionou a cada uma dessas seguradoras que tinha subscrito contratos idênticos nas congéneres, embora tivesse sempre o cuidado de se certificar do âmbito de cobertura das apólices (que visam responder às consequências em caso de acidente de qualquer espécie, 24 horas por dia, garantindo uma indemnização fixa e de valor previamente definido ao lesado).

Bom, até aqui calculo que já vos tenha maçado com o assunto. Mas a parte sumarenta vem agora.
Algum tempo depois de efectuar esses “investimentos” o fulano deu entrada num hospital. Tinha acabado de amputar “por descuido” três dedos de uma mão. Provavelmente numa das serras eléctricas da serração de madeiras onde o “acidente” se verificou.
Só por acaso (pela falta de documentação original para todas as seguradoras a “arder”) foi descoberto o esquema.
Não sei se estão a ver a ideia. Um ser humano, um português comum, amputou-se para receber umas massas à conta das companhias de seguros.

A expressão “crise” ocorreu-me. Isto tá mau, o homenzinho viu-se aflito e num momento de desespero, zás. Mas não, o tipo premeditou a coisa. Antecipou em meses o momento de enfiar a mão vocês sabem onde para defraudar seguradoras e receber o que, posso garantir, não seria uma fortuna.
A expressão “ganância” surgiu a seguir.
É para mim um mistério este efeito pernicioso do dinheiro nas mentes das pessoas. Uma loucura, capaz de levar as pessoas a desfazerem-se a tiros de caçadeira, a traírem amigos e família, a venderem a alma ao diabo para pagarem o plasma mais as férias no Brasil.

E agora, em Portugal, já existe um caso documentado de alguém capaz de cortar partes do próprio corpo para enganar companhias de seguros e ganhar algum à conta.
Choca-me, este tipo de bizarria. Pelo que implica de desacerto das monas do pessoal, com o dinheiro (o excesso ou a falta) a constituir o mote para boa parte dos desequilíbrios que se manifestam desta forma maluca.

E por isso precisei de “conversar” um bocadinho acerca deste assunto tão macabro que chegou ao meu conhecimento ao longo do dia de trabalho.
Desculpem lá o desabafo.

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