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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

14
Nov05

A POSTA SEM RETORNO

shark
cafe kafka.JPGFoto: sharkinho
Sucedem-se os acontecimentos que provam a razão que quis negar. Novos capítulos de uma lição empinada à bruta, reacções esclarecedoras do que está em causa quando a causa sou eu. E o efeito também.
Inevitáveis conclusões, as que me afastam. Consequências do que sou e do que posso representar.

Fecho-me em copas. E agarro-me ao que interessa preservar.
O resto, conversem vocês.
Eu não me sinto conversador.

Tenham uma semana à maneira.
12
Nov05

OCASO NO SUL

shark
No meu ocaso de ontem a paz que alvoreceu.

sol%20a%20galope.JPG

espelho%20magico.JPG

ocaso%20alentejano.JPG

no%20olhar.JPG

no%20final%20a%20cor.JPG

Fotos: sharkinho (a todos quantos têm utilizado fotos minhas nos seus blogues peço apenas que citem o nome do autor ou, no mínimo, o blogue de onde as retiraram. Não vivo disto e não reclamo direitos de autor, mas sinto que é de bom tom dar os créditos - como os deméritos - a quem os mereça. Obrigado.)
10
Nov05

LÁ CHEGAREMOS

shark
pelo caminho.JPGFoto: sharkinho
Beijo com um leve roçar de lábios as penas brancas da pomba que as minhas mãos libertam e oferecem ao céu.
O seu destino é o meu.
Carrega consigo o carinho que sinto e a vontade que não desminto na promessa que ontem lhe fiz.

Amanhã beijá-la-ei outra vez.
08
Nov05

PEÇAS SOLTAS

shark
im in heaven.JPGFoto: sharkinho
Aos poucos, as peças vão sendo encaixadas pela vida. Um pedaço aqui, outro pedaço além. Memórias, experiências, conclusões. Vitórias, coincidências, desilusões. Não escapa ninguém ao julgamento que a vida nos faz, podemos apenas escapar à sentença se alienarmos o realismo ou a corrida por algum motivo se interromper, de repente.
E de repente o desenho fica completo o bastante para nele revermos a realidade que a nossa passagem pela vida produziu. Maturidade, chamam-lhe alguns. Ou outra coisa qualquer.
Sintomas da lucidez que os anos nos impõem, uns atrás dos outros, a correr. Os outros a servirem-nos de bitola e os desacertos a partirem-nos a tola até um dia percebermos o porquê. Ou não, sei lá eu. Tantas peças por encaixar e a existência a escoar pelo calendário fora, folha atrás de folha no outono cada vez mais rigoroso que o envelhecimento acarreta. Na cabeça também.

A careca que se descobre no passado que se revela. Tão diferente, sob a luz titubeante do futuro que o esclareceu melhor, aquele conjunto de certezas que ontem nos davam razão. Nenhuma, afinal, ao sabor das conjunturas como barquinhos de papel, sopradas as conclusões para longe do rumo que hoje reconhecemos menos fiel. Aos princípios, os que se traem no fim, quando certamente amaldiçoamos uma infeliz decisão e os seus danos. Nas convicções. E nas más acções que praticamos sem medo de nos arrependermos depois. Se calhar tarde demais.
A felicidade esbanja-se dessa forma leviana, fazemos a cama onde nos iremos deitar.

Aos poucos, o esboço grosseiro do balanço que podemos fazer (algures pelo caminho) esborrata. Maleitas que ninguém trata, até ao dia em que a doença se revela terminal. Negligenciamos, ofendemos e vingamos, agora. Mas esquecemos o dia de amanhã, o troco merecido. Por alguém mais atrevido ou simplesmente pela imagem que as peças encaixadas nos permitem decifrar. Com maior nitidez, que as dioptrias diminuem e a miopia que nos oculta a dimensão verdadeira da asneira cometida desaparece de vez. As sombras na parede da caverna, alegoria, simples erros de percepção. Falha na tradução.
O filme era outro. Em vez de protagonistas de uma película sonhada descobrimo-nos figurantes de uma cena marada em que, invariavelmente, morrem os maus e morrem os bons. Acaba sempre por acontecer.

E a vida a correr, alheia aos nossos erros e desatenções. O azar no euromilhões e as fantasias por concretizar. Fazia assim, fazia assado. Se acertasse na merda das cruzinhas ou arrancasse as ervas daninhas que dão cabo do melhor jardim.
A vida realizada a alimentar ilusões.
Mas à vida ninguém pode impor condições. Faz parte dela o destino que nos escolhe o momento do fim. A coisa funciona assim. Os canteiros que ambicionamos, expostos às intempéries que ajudamos a criar. Tiros no próprio pé.
E enquanto o puzzle se completa e a consciência se desperta, percebemos que seria fácil até.

Ser feliz.
07
Nov05

A POSTA MINHA AMIGA

shark
proscopos.JPGFoto: sharkinho
Ia falar convosco acerca do amor, mas este gajo antecipou-se (vale a pena ler, asseguro). Por isso falo da amizade, que até é coisa parecida.
Aliás, nem é tema virgem no charco. Com o fim aparente das relações "para a vida", à medida dos tempos individualistas e apressados que se vivem, nasceram novas regras para esse tipo de ligação que todos mantemos com alguém.
Uma ligação frágil, na maioria dos casos, bastando uma alteração de morada (ou de email?) para extinguir em pouco tempo os vínculos conquistados em meia-dúzia de anos (ou de meses?) de perseverança.
Tememos a amizade mais do que o amor e isso traduz-se numa superficialidade que parece "proteger" os elos entre as pessoas. Como se ir mais além fosse exactamente o mesmo que ir longe demais.

É esta a percepção que desenvolvo quando me apercebo do muito de mim, bom ou mau, que não partilho com os que chamo amigos mas não nego a quem chamo meu amor. Como se mais de mim pudesse saturar a outra pessoa, que faz o favor de me seleccionar como companhia para uma noite de copos. Mas não está disponível para me aturar os desabafos ou sair da cama de madrugada porque tive dois furos seguidos nos pneus.
Não está disponível para outro lado de mim que não aquele que a qualquer conhecimento de ocasião consigo oferecer. Esbatem-se deste modo as diferenças entre quem frequenta a minha casa e quem comigo gasta umas horas à mesa de um café.

E a passagem do tempo parece não ajudar, como há uns anos eu tinha ideia que acontecia. A intimidade não se cria, nem se fomenta, e qualquer conflito mais sério arrasa uma relação, pela surpresa. "Não te conhecia essa faceta", dizemos na altura. É essa a raiz do problema. Desconhecemos uma parte importante do carácter das pessoas em quem depositamos a nossa confiança e depois reagimos de forma hostil perante as constatações menos agradáveis.
Eu alimentava a noção de uma amizade que se fortalecia com bons momentos, conversas sérias e reacção às aflições recíprocas, por exemplo. A noção está a soro, convalescente, muito diferente nos anseios e nas emoções. E eu constato nos outros o absoluto desinteresse pelas minhas preocupações e o meu pelas suas, salvo mui raras excepções.

Este é um assunto que não admite quaisquer juízos de valor, cada um sabe de si e, tal como no amor que o Eufigénio hoje descreve à sua maneira, não existem realidades universais. De resto, ambos sabemos que uma amizade sem substância é nado-morta. À espera de um desentendimento ou de uma embirração que até podem resultar meras de falhas na comunicação.
E isto leva-me à amizade entre quem bloga, feita de um grau de proximidade virtual que raramente se traduz na vertente analógica. Pés de barro à mercê dos equívocos da linguagem escrita, onde pinceladas rimam com marteladas e de repente o caldo entorna sem sabermos exactamente como e porquê. Na inimizade também funciona um pouco assim, connosco a percebermos de repente a dimensão da nossa estupidez, do desperdício que pode resultar de uma simples divergência mal conversada.

A amizade séria e empenhada, um monstro sagrado de qualquer escala de valores, parece-me apenas um nadinha despida de relevância no contexto das relações sociais. Secundária, dispensável até. E não devia, pois reduz-nos a um lote restrito de referências que ainda alimentam a ilusão um ano sem contactos depois, empurra-nos aos poucos para uma estranha forma de solidão acompanhada.
E como algures já postei neste blogue (num cartaz ou coisa que o valha), e vale para a amizade como para o amor, nunca se está tão sozinho como quando somos dois com a pessoa errada.
07
Nov05

GUERRILHA URBANA

shark
sem ondas.JPGFoto: sharkinho
De repente, a França a ferro e fogo com um problema muito sério em mãos. E a Europa a assistir, receosa de um contágio desta súbita intifada que deixa a gripe das aves num plano secundário das suas preocupações.
De repente, o inferno ao virar da esquina.

Desejo-vos uma semana tranquila.
É do melhor que podemos ambicionar neste nosso mundo em ebulição.
02
Nov05

JÁ HÁ!!!

shark
Proximizade
Proximidade e mão amiga. "Proximizade", feita do entusiasmo voluntário de quem quer ajudar a combater a apatia, a dispersão e a insensibilidade que nos ameaça se continuarmos indiferentes ao que se sabe e ao que se vê.
Aqui, já está a acontecer.

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