Assumo que a mais forte motivação que me agarrou à blogosfera foi precisamente o facto de ter ao meu alcance pessoas em condições, que eu podia avaliar pelas palavras e pelas criações antes de somar mais desgostos aos que a vida já me deu.
O meu blogue é o meu diário e o anonimato que adoptei equivale, como já referi algures, ao cadeado que o protege de olhares indiscretos e de gente mal intencionada. Ontem, em clima de novela mexicana que traduz a minha vida tal como ela tem sido, o cadeado deixou de existir.
A quente, surpreendido pelo enxovalho público a que me submeteram, entreguei ontem os pontos a quem pretendia fazer-me mal silenciando-me pela calúnia. De cabeça fria, e depois de ler as opiniões de quem me comenta (os amigos que agora me orgulho de ter a meu lado), retive o conceito referido pelo Soslayo:
quem não deve não teme. E é o caso, pois tudo o que afirmo neste espaço tem meios de se comprovar.
Chamo-me Jorge Manuel e só não refiro o apelido porque o reneguei dias atrás por motivos que, a meu ver, ontem ficaram esclarecidos. Somando este dado aos que agora conhecem, é fácil descobrir quem sou por detrás do nick que me identifica neste meio.
Isso abre as portas à única defesa que me resta contra as calúnias que me possam ser dirigidas. Porque quem quiser pode agora verificar
in loco o que valho afinal e qual a reputação de quem tentou denegrir-me. Nada tenho a esconder e multiplicam-se neste espaço as revelações que me denunciam imperfeito, como qualquer um de vós.
Um ano de blogosfera e de relações extra-virtuais com dezenas de pessoas que blogam falam por mim. Uma vida inteira sem nada que me obrigue a virar a cara para o outro lado, quem quer que se cruze no meu caminho, complementa essa informação que vos forneci ao longo destes meses de Charquinho.
De resto, diversas aparições públicas deram-me a conhecer pessoalmente à maioria dos(as) que me acompanham. Não sou tão anónimo quanto isso e respondo pelas minhas fraquezas e imperfeições. Mas respondo pelo resto também, pelas coisas de que me posso orgulhar. E isso confere-me o direito de blogar (de falar) sem medo, sem ceder à tentativa vil de me limitar a liberdade de expressão (uma ironia...).
Decidi estragar a festa a quem agiu com o nítido objectivo de me silenciar, de evitar verdades incómodas. Estas últimas, admito-o, não as contarei. De resto, retirei do blogue a posta que serviu de pretexto para me vilipendiarem na praça pública. Para poupar os visados à crueza de um desabafo que não teria coragem, ou sacanice, para lhes dirigir. Em nada mudo a opinião que lá expressei e até fiquei mais convicto das minhas razões, mas nunca seria capaz de os expor desta forma sem eu próprio estar salvaguardado da identificação que os pudesse tornar visíveis por inerência.
Não voltarei por isso a falar de mim no que envolva terceiros. Pelo menos neste espaço, sob esta capa agora transparente que me cobria. Porque não pretendo servir-me deste meio ou de outros para atacar seja quem for. Já o afirmei.
E não receio (mais) represálias por não ter rabos de palha.
Sou aquilo que escrevo aqui, certo ou errado, bem ou mal pensado, mas sempre fiel à verdade como a interpreto ou interpretei. Não tenho o monopólio da razão, insisto, mas tenho o direito de manifestar a minha visão do que me rodeia. Desse não abdico, mesmo à mercê de quem queira aproveitar-se da minha exposição para os seus ajustes de contas. Estou cá para os receber,
dêem a cara também.
Na blogosfera ou fora dela, agora que é fácil encontrarem-me no sítio de onde nunca precisei de fugir.