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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

02
Ago05

TATUADO NO MEU RANCOR

shark
commentary2.gif
É uma mulher bonita e dá largas, sempre que pode, à sua alegria reprimida. Quando ele não está por perto, consegue até sorrir.
Mas o seu olhar denunciava uma tristeza que me perturbou, logo na primeira vez que a vi. Incapaz de ficar indiferente, passei a observá-la com mais atenção, de forma discreta. E a ele também.
No olhos do cabrão li apenas o vazio, a expressão habitual no olhar dos cabrões. Não gostei. E logo adivinhei o cenário por detrás daquelas aparências insuspeitas aos olhos de quem não lhes prestava atenção.

Semanas mais tarde deparei-me com o rosto dela deformado, inchado pelo falso abcesso que as camadas de creme sobre o sangue pisado não conseguiam pintar.
Estava mais triste nesse dia, obrigada a trabalhar na ressaca de um terror, maquilhada à bruta para esconder na cara o que a alma não conseguia disfarçar. Pelos olhos, expressivos, transbordavam o medo, a amargura e a resignação muda de quem nada pode (consegue) contra a violência de um brutamontes possante e isento de emoções. O canalha ideal, perfeito para simbolizar o nojo que lhes dedico, aos canalhas capazes do pior. Da cobardia. Da infâmia.

Nada podia fazer, sabendo-os casados e não tendo hipótese de denunciar algo que não vi e ninguém até hoje me testemunhou. Não podia agir com base em especulações.
Engoli a revolta e passei a dar menos atenção à mulher bonita que eu pressentia estar a sofrer. Até um dia, pouco tempo atrás.

De manga curta e braços cruzados, distraída, saltou-me à vista o que me pareceu uma tatuagem, um pouco acima da dobra do cotovelo, na face lateral de um dos braços dela.
E era, de facto, disso que se tratava.
Um clássico. Um coração apaixonado, atravessado pela seta de cupido. E dentro do coração um nome de homem.
Essa era a tatuagem original, como a reconstruí mentalmente ao longo dos segundos de que dispus para a observar.
Agora, uma horrível cicatriz substituía a seta, de alto a baixo, cruzada na zona do nome que se pretendeu apagar. Mas sobraram a primeira e a última letra do nome próprio desse amor eterno que algures acabou. Não é o nome do vilão.

Desconheço, por ora, a verdade por detrás destes preocupantes indicadores. Mas só me consigo imaginar olhá-lo com desdém, ao desafio, sempre que o destino o atravessar no meu caminho.

Tenho fé que algum dia ele irá perguntar-me porquê.
01
Ago05

ESCLARECIMENTO À POPULAÇÃO

shark
bruce1.jpg
Como hoje estou com ela toda e trabalhar é cansativo comó, aproveito uma fífia involuntária da Jacky para publicar mais uma posta e assim bater um recorde do charco.

A questão é menor e só tem relevância para quem se leva demasiado a sério nisto da blogosfera. Se não é o seu caso, pode parar de ler por aqui.

O nome deste blogue é CHARQUINHO e deriva do nome do Bairro de Benfica (Lisboa) onde cresci.
O nick que me camufla resulta do inglesismo SHARK combinado com o diminuitivo INHO que lhe confere a mesma sonoridade do nome do blogue e transmite a noção subliminar da minha pequenez (um tubarãozito, afinal).

Assim sendo, proponho que optem pelas alcunhas já ao dispôr:
Shark
Sharky
Tuby

Ou simplesmente Zé.

Mas já agora que estou na onda do narciso, aproveito para compartilhar convosco (sobretudo os que arriscam comentar) que o Charquinho entrou (braços dados com o Ruínas - blogue irmão) no Top Ten dos blogues mais comentados de sempre do Weblog.com.pt.
Sabendo todos que a caixa de comentários é o orgulho do meu focinho de tubarão, devem calcular o quanto me satisfaz este apontamento.

E um gajo vai-se entretendo com estas coisas...
01
Ago05

A POSTA PIEGAS

shark
shark16.jpg
Sendo um gajo emocional dou valor a merdas sem jeito nenhum. Agarro-me a símbolos, a ícones, a representações dos meus ideais fantasiados. E depois fico à mercê de quem não sobrevalorize essas tretas e as destrua inadvertidamente ou mesmo de propósito, conhecendo-me a sensibilidade excessiva para com essas coisas (na prática) insignificantes.
As nossas vulnerabilidades são as nossas fraquezas e nem toda a gente hesita em as explorar, nem que seja apenas para chamar a nossa atenção. E eu vou recebendo os golpes, um atrás do outro, enquanto me esforço por encontrar um sentido para algo que nunca fará sentido algum.
Depois tento comparar as acções de quem me magoa com as que esse alguém toma em relação a outras pessoas, a outros símbolos (que não sou só eu a alinhar com mariquices) e caio em mim. É um desgosto enorme quando descobrimos que afinal não somos tão especiais como julgamos.
Hoje sinto-me vulgar. Apenas mais um (desculpa, Eufigénio, não era para ti).

Mas também, quem me manda alimentar uma costela piegas num mundo talhado para a frieza dos tubarões?
01
Ago05

NOT FOUND

shark
É das coisas mais tristes que podem acontecer a um blogue. Rasgado em pedaços por duas palavras em inglês. Sem alma sequer, sem nenhuma memória que não a de um linque para um beco sem saída.
Choca-me, sempre que acontece com blogues que aprecio.
Romanceio demasiado esta cena dos blogues.
Já quase lhes choro o fim...

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